Daniel atravessa as ruas muitas vezes confusas de Orient Ave. com a desenvoltura de quem nascera ali. E mesmo que não fosse assim, o seu novo companheiro estava sempre logo adiante, em cada esquina, aguardando por ele... como a Morte?

Começara um chuvisco fino e muito gelado, daquele que vai até os ossos, mas isso não parecia incomodar o Corvo. Ao menos quando o via. Daniel nem sempre conseguia vê-lo, mesmo que quase sempre pudesse sentir os olhos da criatura sobre si.

Procurando se proteger nas marquises dos prédios, Daniel acabava por ouvir as notícias do início da noite, em pequenas televisões no comércio local.

- Essa chuva fina pegou a todos de surpresa, Laurie. E parece que não vai embora tão cedo. Para piorar, o nevoeiro de Beach Point já está chegando ao Centro. Aos motoristas, recomendamos cuidado.


- ... a criminalidade em Whitecliff e Fritzberg continua crescendo de forma alarmante e a Prefeita não apresenta qualquer solução, nos levando...


- ... busca pelo vigilante conhecido como Gárgula em Kingshill permanece a pleno vapor.
- É uma pena, Paul, que a Cidade gaste recursos com o que é apenas uma lenda urbana...

Enfim, ele deixa para trás a área mais comercial de Orient Ave. e ingressa em uma região com mais prédios apenas residenciais, e de maior classe. A família Park vive em um prédio histórico bem cuidado, de tijolos cor de terra. O prédio não parece ter interfone, mas por sorte os Park moram no primeiro andar, na frente do prédio.

Lenda urbana. Parece que elas tão proliferando na cidade. É Rei Escarlate, Gárgula...

Daniel não dá sequência ao pensamento. Tinha que se concentrar no sumiço de David Park. Afinal, não necessariamente havia algo de "lendário" no caso. Podia ser só coisa de adolescente.

Na frente do portão, ele bate palmas. Boa tarde!

- CRA! - responde o Corvo, que achara um cantinho debaixo do toldo na porta do prédio.

A figura de um homem asiático aparece por trás das grades das janelas do andar térreo.

- Quem é... Oh! Professor Karasu! Deixe eu abrir a porta para você sair da chuva.

Segundos depois um comando elétrico abre a grade e a porta da frente se abre, a figura do Sr. Park por trás.

A contragosto, o Corvo se encolhe ainda mais, colando o corpo na parede. Daniel se coloca também debaixo do toldo, a passos rápidos. A sala é relativamente ampla, colorida, e tem uma saída para a cozinha e outra para um corredor, onde devem ficar os quartos e banheiro. Nas paredes, além de lembranças dos anos 60/70, há fotos de família e diplomas.

- Entre, venha tomar um chá.

Daniel vê rapidamente o corredor do prédio antigo, mas bem cuidado. O apartamento do primeiro andar, ocupado pelos Parks, foi modernizado. Ele é introduzido na sala, que conta com uma decoração que imita os anos 60 ou 70.

Daniel percebe que o Sr. Park está visivelmente cansado e com olheiras nos olhos avermelhados.

- Querida, temos visitas. ele fala lá para dentro, antes de sumir na direção da cozinha.

Obrigado, a senhora Park, diz Daniel, quando recebe o chá. Após prová-lo, ele continua. Sei que estão passando por um momento difícil e estou aqui tanto como representante da escola, quanto da comunidade, para oferecer qualquer ajuda que precisarem.

Vocês têm alguma ideia do que possa ter acontecido? David deu alguma indicação de que poderia estar com algum problema?

Posso usar minha última clue aqui?

- Agradecemos muito - diz o homem enquanto se senta, fazendo um gesto para que Daniel faça o o mesmo -  David é um garoto muito responsável e independente. Não é do tipo de se meter em problemas ou arrumar brigas.

A senhora Park aparece, vinda da cozinha. Os sinais de choro e desespero também evidentes.

- Com certeza não foi algo que ele tenha feito. Alguém fez algo de ruim com meu bebê!

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OOC: As Clues têm meio e método, por assim dizer. Você pode usar a Clue que você salvou, mas ela teria que estar ligada a algo que você percebeu naqueles estudantes ou naquela cena, que te faça lembrar algo, ou te permita perceber um detalhe agora.

Você pode fazer um rolamento de Investigate novo, em relação aos pais de David, ou aos objetos da sala. Note, porém, que as tags que você usa influenciam as Clues. Se você se mostra amigável, consegue respostas diferentes de quando você intimida, por exemplo.


Só lembrando que toda vez que você rola, pode ter uma falha ou sucesso parcial, e algo de ruim acontecer. Mas isso é meio que a lógica do jogo, você usa os Moves e o jogo acontece pelos resultados deles.

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Mas quem poderia ser, senhora Park? O David fez novas amizades recentemente ou entrou para algum grupo? diz Daniel, olhando ao redor da sala para ver se encontra alguma pista adicional.

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Truly wants to do good
Charming
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A sense of belonging
School Community

22:12, Today: Daniel Karasu rolled 10 using 2d6+5. Investigate.

Você prefere que coloque o OOC dentro de spoilers?

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OOC: Não precisa colocar em spoilers. Eu coloco porque como eu mestro, acabo tendo que postar mais em OOC do que vocês. Então não fica uma "hemorragia" na pasta. É mais por questões estéticas.

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O casal se entreolha, o sentimento de culpa visível em seus olhos.

- Dave não fala muito de seus amigos conosco. Ele ingressou no dojo do Dr. Nakamoto e fez amigos por lá, mas ainda não os conhecemos.

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Spoiler text: (Highlight or hover over the text to view)
OOC: Uma CLue gasta, faltam quatro.

O sistema não funciona como o Gumshoe, por exemplo, onde você recebe as respostas de forma passiva. Para cada power tag você você pode fazer uma pergunta para o mestre, que é obrigado a responder ou fornecer uma "solid lead". A resposta pode vir como você vendo algo na parede, ou a personagem literalmente perguntando algo para os NPCs, ou tendo uma intuição, etc...

Pode ser, também, que não tenha como você obter essa resposta nesta cena, com estes NPCs. Aí se a Clue foi gasta ou não, eu vejo a solução final do enigma, pq às vezes não ter a informação, é uma 9informação.

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Hmm... Vou falar com  Dr. Nakamoto, então, diz Daniel, tomando outro gole do chá.

Me desculpe a intromissão, senhor e senhora Park. Sei que é uma situação difícil, mas quero lhes assegurar que qualquer coisa que queiram me dizer fica entre nós. Seria até antiético para mim como professor falar disso com outra pessoa.

Não sei quão explícito tenho que ser para conseguir a pista. Depois da resposta deles, o Daniel vai pedir pra ver o quarto do David. Se quiser, já pode incorporar isso na sua resposta.

Perguntas
1) Os Park estão escondendo alguma coisa?
2) Eles têm alguma suspeita sobre o que possa ter acontecido com o filho?
2) Há algo fora do comum para um adolescente no quarto do David?
4) Dá pra acessar o computador dele?

This message was last edited by the player at 22:19, Thu 12 Oct 2023.

Tenho certeza de que David não fez nada de errado, reforça Daniel. Blue>Mas vocês não têm nenhuma desconfiança do que possa ter acontecido? Nada mesmo?</Blue>

- Infelizmente, não, Prof Karasu. Estamos há três dias pensando no que possa ter acontecido, mas nada nos ocorre.[2]

Diante do desespero evidente do casal, Daniel lembra de outras tantas famílias que conheceu em Orient Ave. Muitos imigrantes e filhos de imigrantes, choques de geração, pais que se cobram ao máximo para dar uma vida melhor aos filhos, e as brigas que se seguem, quando eles acham que a nova geração, já nascida na Cidade, parece não se esforçar tanto, ou não dar valor ao que foi conquistado.

O professor pode apostar que a única coisa que o casal esconde é a culpa que estão sentindo.[1] Provavelmente, estão se perguntando se foram bons pais, e o desconhecimento da vida do filho deve lhes perfurar a alma como uma faca.

Desculpe a intromissão, mas vocês se incomodariam se eu der uma olhada no computador dele. Talvez possa ver alguma referência a alguém ou algo da escola que vocês ou a polícia não tenham reconhecido.

A sugestão, que poderia ser um pouco intrusiva, é suavizada pelo desespero do casal, o carisma do professor e sua intimidade com a comunidade local. Os Parks aquiescem.

Daniel é levado até o quarto e nada vê de anormal. O time de futebol favorito, revistas em quadrinhos, videogames, uma coleção de carros em miniatura particularmente muito precisa, algumas publicações duvidosas sobre artes marciais (daquelas que adolescentes costumam absorver, sem muito critério)... [3]

Ligando o computador, Daniel, que também está longe de ser um especialista em informática, procura alguma pista. Nas redes sociais, os interesses do jovem parecem corresponder ao que se vê em suas estantes.

Consultando o histórico de busca, Daniel percebe que além dos seus interesses mais comuns, David vinha fazendo buscas sobre gangues da Cidade, inclusive os 88 Dragões. [4]

OOC: Fiz a postagem como o Daniel, para que você possa dar um toque mais pessoal ao diálogo, se achar que não está bom.
This message was last edited by the player at 03:01, Sun 22 Oct 2023.

Daniel agradece aos Park pela atenção. Não se aflijam. Tenho certeza de que encontraremos David são e salvo. Vou agora falar com o professor Nakamoto. De repente, juntos, encontremos uma pista, diz e se despede.

Do lado de fora, Daniel olha para o corvo, que gralha em resposta. Você deve conseguir encontrá-lo, não? Mas melhor falar com o Kenji primeiro.

Ele segue em direção dojo do colega justiceiro.

OOC: Continua, com vocês juntos, aqui: link to a message in this game