A conversa na mesa volta para assuntos menos conflituosos e o clima se torna mais festivo graças também à animação dos outros frequentadores da taverna. Com o avançar da hora e da embriaguez, os guardas vão se despedindo. O primeiro a sair é Astaldo. Logo depois, Safyra diz adeus e, minutos depois, Flinn. Halmor e Thornendall se desculpam e deixam a mesa para ir beber com alguns legionários do outro lado do salão. Norin e Emyric, já um tanto alcoolizados percebem que talvez seja uma boa hora para se recolher.
Nos aposentos de Leon, Lissandra descobre que a reputação de amante habilidoso de seu colega é totalmente justificada. O ponto alto da noite é quando Leon usa seu dom para amplificar o prazer da Sombra da Morte, fazendo-a atingir nÃveis de êxtase que tornam a experiência quase religiosa. Após algumas horas de atividade intensa, Leon adormece e Lissandra deixa seus aposentos.
No pátio interno do castelo, já na calada da noite, os três se encontram e, logo em seguida, Josh, a caminho d'O Último Unicórnio, esbarra nos colegas. Antes que possam se despedir e continuar seu caminho, todos têm uma sensação estranha. Norin e Josh percebem movimento no alto de uma das torres de vigia. Lissandra tem um pressentimento que aprendeu a associar a perigo. Emyric sente uma fisgada em seu peito.
Os guardas reais logo notam que a origem de sua inquietude é um gárgula no topo da torre. Mas o que parecia apenas ser uma decoração da estrutura se mostra mais real. A silhueta se move e abre amplas asas de morcego. A cabeça vira para fitar o grupo e os guardas veem os olhos da criatura brilhando como duas brasas na escuridão da noite.
Uma carga de medo sobrenatural se choca contra o grupo, como uma onda quebrando nos rochedos. Emyric a ignora -- seus nervos de aço foram temperados por suas experiências passadas. Josh também resiste; sua força de vontade se mostrando mais poderosa que o terror emanado pela criatura. Lissandra, no entanto, sente um aperto no coração, talvez porque perceba inconscientemente que o monstro é uma negação de tudo em que ela acredita. Norin, jovem e protegido por sua vida em Raven Moors, não possui ainda as defesas para lidar com a materialização do mal -- ele grita
Não! e dá um passo atrás, tentando se proteger.
A criatura sorri, se é que pode se chamar o esgarço da boca profana de sorriso, e fala:
Tudo desmorona; o centro não se sustenta
Mera anarquia avança sobre o mundo,
A maré turva de sangue se espalha,
E por toda parte, o rito da inocência se afoga;
Aos melhores falta toda convicção, e os piores
Estão cheios de intensidade apaixonada
Por certo, há revelações a vir;
Volta a escuridão; mas agora sei
Que o sono pétreo desses vinte séculos
Tornou-se pesadelo no embalo de um berço.
Qual besta bruta, vinda enfim sua hora,
Rasteja até Arlen para nascer?
Finda a anunciação, o demônio estica suas asas e as bate, lançando-se para o alto no ar da noite.
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