E eu estava a achar que isso ia ser discutido com portas fechadas... Se está havendo espetáculo então realmente eu desejo ver isso. Bom vou lá fora ver.

Nilo também se surpreende com a reação do colega. E leva a mão na boca, abafando um misto de riso e espanto, quando Luiz respondeu:


Ao vê-lo dar as costas e sair, Nilo se volta para o Neutralizador e complementa:

"Cara, essa é a segunda vez que eu vejo a minha família" -- Nilo olha nos olhos de Danielle ao dizer isso -- "fugindo sob a mira de armas. Eu cansei!" Isso não soava natural, até mesmo para Nilo, partindo de alguém tão jovem. "Então, se tu só veio apontar o dedo pros outros e exibir teu jatinho, a gente dispensa o espetáculo!"

E Nilo saiu, levitando para trás e encarando o Neutralizador, com a dramaticidade e a zombaria de quem imita um rapper, e foi atrás de Luiz.

Arthur observa toda aquela situação calado, porém pensativo. Não é muito sábio falar essas coisas com "amigos". Dessa forma vão ser só mais uns na lista de inimigos...

Bom vou encontrar os dois (Luiz e Nilo) e bem Afonso vai se inteirar da situação.

Opa que está acontecendo afinal? Quem são aqueles caras afinal e o que eu perdi?

Luiz explica pra Afonso mas sem vontade de entrar em detalhes.

"Esses caras se dizem heróis que trabalham pro governo, vieram aqui pra intimidar a gente por causa do lance das sentinelas."
This message was last edited by the player at 02:52, Mon 17 Feb 2020.

Mas ora então foi assim? Dizem que o voo de nossos amigos atraiu os autômatos para cá? Compreendo, mas então a falha também é daqui, pois não nos informaram que era perigoso ir em certa direção. Os paspalhos fantasiados foram cretinos, mas não se pode isentar de parte a responsabilidade do instituto.

Ele olha pros colegas e diz E agora? Vai ter pronunciamento ou algo que valha?

Neutralizador balança a cabeça decepcionado e volta pro jato com seus colegas. A aeronave decola e parte na direção do pico Nublado.

Danielle e Sophie comunicam aos alunos que, no final da tarde, farão uma reunião com todos no auditório. Às 17h30, como todos reunidos, docentes e discentes, a diretora toma a palvra.

Como todos já sabem, tomamos um susto ontem. Foi algo extremamente sério que poderia ter tido um fim trágico. Tivemos sorte. Já falei com Roberto da Costa para incrementarmos os sistema de segurança do instituto. Nos precipitamos em achar que o mundo estava mudando.

O tom de Danielle, até aqui acolhedor, se torna um pouco mais severo.

Dito isso, é importante lembrar que por mais vigilante e atentos que a administração seja, sempre haverá brechas. E tem que ser assim -- isto é uma escola, não uma penitenciária, como nos acusaram há pouco. Contamos que vocês farão sua parte, que serão responsáveis. É verdade que nunca dissemos "não fujam da escola no meio da noite para investigar luzes estranhas numa montanha distante". Achamos que não precisávamos. Outro erro.

Enfim, acho que todos aprenderam algo com esse incidente. Decidimos não punir niguém, mas não contem com isso de uma próxima vez. Messo que seja "apenas" uma festa com o consumo ilegal de álcool.

Alguém gostaria de dizer algo?

Luiz se mantem em silêncio enquanto escuta, e prefere permanecer assim. Talvez ele já tivesse dito o suficiente naquele dia. Porém ele não se sente mal com tudo o que disse, ele ainda sente o sangue quente.

Afonso queria até dizer algo, mas enfim prevendo uma reprimenda e pesando os prós e os contras por fim falou.

Vossa senhorita diretora? Eu tenho uma pergunta... Foram eles que montaram uma base perto da escola ou a escola que montou suas instalações perto da base?

Era uma pergunta inocente, mas afinal porque diabos uma escola mutante seria montada perto de uma instalação militar...
This message was last edited by the player at 14:15, Tue 18 Feb 2020.

Arthur se manteve quieto durante todo o discurso, pois sentia que tinha parte da culpa na confusão do dia anterior, mesmo que seu "delito" tivesse sido menos grave. Por conta disso não sentia vontade de falar, mas ao ouvir a pergunta de Afonso ficou curioso em saber a resposta. Porém, independente de qual fosse, ainda tinha um respeito pela diretora e pelos professores, fosse pela hierarquia escolar ou por terem o acolhido quando sua família o deixou ali.

Na verdade, nenhum dos dois. Quando Roberto da Costa comprou a propriedade, ninguém sabia que a base estava lá. Hoje, sabemos que ela foi desativada em 1984 e meio que esquecida até pelo povo desta região.

O Roberto queria garantir que não haveria qualquer problema com as autoridades e antes de iniciar o projeto do instituto, entrou em contato com César Carano, o Neutralizador, que mediou a conversa com o governo. Estava tudo certo, por isso o projeto foi à frente.

Imagino que o governo não tenha sido completamente honesto ou que as autoridades voltaram atrás depois de firmar o acordo. Devem ter reativado a base e transferido os Sentinelas para lá para "ficarem de olho nos mutantes".

Como podem ver, da nossa parte, pelo menos, não houve má fé, responde Danielle.
This message was last edited by the GM at 02:28, Wed 19 Feb 2020.

Até então Nilo tinha permanecido calado e um tanto constrangido, em razão dos recentes acessos de fúria. Mas após a declaração de Danielle, ele levanta a mão e retruca:

Professora, então, pelo que sabemos a base pode nunca ter sido desativada de fato. E o único fiador que temos é aquele almofadinha marrento!? Se é que esse acordo existiu algum dia, está claro que hoje não existe! E a pergunta agora é: o que a gente vai fazer a esse respeito?

Afonso escuta a resposta com atenção e logo escuta os argumentos e a pergunta feita por Nilo e esta parecia interessante ... O que será dado como resposta ele logo saberia.

Essa é uma possibilidade, Nilo, mas as evidências que temos até agora é de que a base realmente estava fechada. Se isso era uma história de fachada, não temos como saber. Contudo, acho difícil que uma instalação no interior deste estado estivesse ligada a uma ação contra mutantes naquela época, visto que não havia nenhum nesta área.

Roberto conhece César de outra circunstâncias e me garantiu que confia nele. Acho que ele atuou de boa fé, apesar da cena que fez aqui. O professor Hank me confirmou que os Sentinelas não atuaram tão ofensivamente como estamos acostumados, o que bate com a história do Neutralizador.

Sobre o que vamos fazer... Bom, nada. Já disse que vamos melhorar nossa segurança, mas não há nada mais a fazer a não ser nos mudarmos daqui. Vocês realmente querem ser forçados a abandonar um novo lar por causa do ódio dos outros?

Roberto me disse que está usando toda a sua influência para contornar a situação e tentar até mesmo fechar a base, ou, pelo menos, transferir os Sentinelas para outro lugar. Enquanto isso não acontece, vida que segue, Danielle termina com um sorriso.

Angela ficou quieta durante toda a confusão e durante a reunião na escola, mas uma coisa estava a incomodando e ela precisava falar com alguém.

[Private to Cerebro: Diretora, sei que sou jovem, mas acho que consigo entrar com meus poderes na base sem ser vista, será que vale a pena ver o que tem la dentro?]
This message was last edited by the GM at 17:48, Wed 19 Feb 2020.

Mesmo a pergunta não sido direcionada a ele, Artur responde. Acho que seguir com a diplomacia seria o melhor caminho, já que parece que isso é a primeira vez que acontece em todos esses anos, então talvez o Neutralizador deva estar falando a verdade sobre estar do nosso lado. Ele continua. Por outro lado, não acho que deveríamos acreditar que estamos 100% seguros aqui, e imagino que em nenhum lugar do mundo estaríamos...
This message was last edited by the player at 12:50, Wed 19 Feb 2020.

Essas palavras ecoaram forte na mente de Luiz, a diretora soava quase que ingenua pra ele. Afinal de contas, foi o ódio dos outros que o fizeram se mudar e abandonar toda uma vida pra trás. "Ela acredita mesmo que não fazer nada é uma solução? Enquanto esperam por qualquer motivo besta pra exterminarem mutantes?".

"Até quando eu terei que me recolher e fugir por causa dos outros? Talvez seja hora deles sentirem o MEU ódio!" Esse segundo pensamento causou uma angustia em Luiz , ele nunca teve pensamentos tão negativos em toda a vida. Em seguida tentou amenizar a própria mente dizendo em voz alta "Bem, só nos resta praticar na sala de combate pra que da próxima vez estejamos mais preparados. Acho que aquele papo de poder escolher uma vida tranquila ou de "heroísmo" não será bem uma escolha..."

Afonso junta a ponta dos dedos ao ouvir as palavras ditas, mas não acha que a melhor seja a de não fazer nada, mas sim ir atrás dos direitos dos mutantes seja pressionando o governo ou a opinião publica.

Os direitos de alguém terminam quando estes se atravessam nos de outrem, não demando que gostem de nós apenas que nos respeitem.

O perigo é grande e não pode ser ignorado, mas cabe também lembrar que não somos indefesos se alguém vier aqui procurando encrenca é bom estar preparado para o que vai enfrentar. Se mantivermos a união e cuidarmos uns dos outros estaremos bem.

[Private to Angela Nunes: Não, Angela. Você estaria arriscando a sua vida. Além disso, ele spodem ter sistemas antipsi e antimutante. Se detectarem -- ou pior, capturarem você -- vão usar isso como justificativa para manter os Sentinelas ou mesmo fechar o instituto.]

Exato, Arthur. Temos consciência de que, como mutantes, estamos numa posição precária, como outras minorias. Nunca nos esquecemos disso e levamos isso em conta, quando o insituto foi estabelecido, responde Danielle.



Não, a resposta é enfática. Vocês não têm que se tornar soldados . Esta não é nem nunca será a proposta deste instituto. Vocês são adolescentes. Não têm culpa da situação em que estao. Sua única responsabilidade aqui é estudar e aprender. Quero que isso fique bem claro para vocês.

Arthur sentia que Danielle era verdadeira em suas palavras, que ela realmente queria proteger todos eles. Ele a olhava com admiração e respeito por isso. Ele apenas concordava com a cabeça durante as falas dela e permaneceu calado até o fim da reunião.

Mais uma coisa, talvez tenha me expressado mal, quando disse que não devíamos fazer nada. Estava me referindo a nós aqui no instituto. É óbvio que estamos fazendo alguma coisa. Como falei, Roberto está atuando no caso. Mas vocês, alunos, não devem se preocupar com isso, Danielle acrescenta com um sorriso.
This message had punctuation tweaked by the GM at 02:18, Fri 21 Feb 2020.

Afonso pensava em dizer algo mais, mas as ultimas palavras da diretora o tranquilizaram e ele se manteve calado.

Luiz percebia a sinceridade da diretora e achou que não era justo descarregar sua raiva nela. Discutir ali não levaria a lugar nenhum, e assim ele se manteve em silêncio até o fim da reunião.

Tarde demais, tia! É exatamente isso o que eu quero... E não me surpreende pedir calma, que esperemos... É só o que tenho ouvido desde que cheguei! Nilo dá uma risada irônica. Vai vendo, tia..., pensa com ar maquiavélico.

Outros alunos também fazem perguntas e Danielle volta a assegurar a todos de que estão seguros no instituto. Plínio e Prodígio fazem alguns avisos e todos os alunos são dispensados para tentar aproveitar o que resta desse fim de semana tumultuado.