Sábado, 4 de março de 2017, 10 da manhã



O auditório do Instituto de Educação Avançada Nina da Costa estava longe de cheio, mesmo com todos os 33 estudantes, familiares, professores e pessoal da escola. Nos últimos três dias, os esforços tinham se concentrado em recepcionar os alunos que comporiam a primeira turma da instituição. Hoje, era a abertura oficial, seguida de uma confraternização ao ar livre.

No palco, além do corpo docente e dos funcionários, encontravam-se o fundador e principal financiador do instituto, o bilionário Roberto da Costa, e a diretora Danielle Moonstar, ambos também conhecidos como os heróis mutantes Mancha Solar e Miragem. Às 10 em ponto, Costa, de terno, se dirige aos alunos e suas famílias (aquelas que fizeram questão de estar presentes).



Bom dia a todos e todas! Bem-vindos ao Instituto de Educação Avançada Nina da Costa! É um prazer e uma honra poder recebê-los aqui, diz ele com seu sotaque carioca. Este é um lugar onde vocês não só terão uma educação formal, como também aprenderão a lidar com seus dons mutantes.

Mas quero deixar claro que o instituto não é a Academia dos Vingadores nem uma escolinha do X-Men. Não é nosso objetivo transformar vocês em super-heróis contra a sua vontade. Se quiserem seguir esse caminho, terão todo o nosso apoio, mas isso é verdade também se o objetivo for apenas uma vida tranquila.

Bom, já falei demais. Vou passar a palavra agora para uma grande amiga minha. Uma pessoa competente, honesta e inteligente. A diretora do Instituto de Educação Avançada Nina da Costa, Danielle Moonstar.

Uma mulher de ascendência claramente ameríndia norte-americana dá um passo adiante, se juntando a Costa na frente do palco. Seu cabelo está preso em duas tranças e ela veste um tailleur, saia e botas.



Bom dia a todos e todas, ela fala com sotaque americano. Me sinto honrada por ter sido convidada por Bob... Pelo senhor Roberto da Costa para este cargo, ela corrige com um sorriso reciprocado por Costa.

Confesso que, inicialmente, tive dúvidas se era a melhor pessoa para assumir essa função. Dois anos atrás, eu e Roberto tivemos uma oportunidade similar e, na época, acabamos optando por outro caminho, mas este não foi satisfatório, ela continua, recebendo um meneio de cabeça de Costa que confirma sua afirmação.

Mas Roberto me convenceu que tínhamos outra chance e que esta instituição tem um papel importante: manter vivo o sonho de um grande homem que já não está mais entre nós, o professor Charles Xavier. É também uma singela homenagem de Robeeto a sua mãe, Nina d Costa, uma mulher que acreditava na tolerância, na diversidade e no conhecimento.

Por isso, prometo a vocês que farei o possível e o impossível para que nossos estudantes saiam daqui preparados para o mundo que os aguarda, ela afirma com um sorriso.

Moonstar apresenta então os professores e funcionários. permitindo que cada um fale um pouco de si. Finalmente, retoma a palavra.

Bom, acho que todos estão ansiosos para sair e participar da confraternização. Contratamos um bufê de comidas típicas da região -- estou apaixonada por pão de queijo --, mas temos opções vegetarianas, kosher e halal. Antes, porém, gostaria de abrir espaço para perguntas, tanto dos nossos alunos quanto de seus familiares.

Podem perguntar o que quiserem em relação à escola. N apostagem, digam se a sua família está com vocês, como foi a sua primeira impressão etc.
This message was last edited by the GM at 16:24, Fri 01 Nov 2019.

Nilo se sentia deslocado. Olhava para os lados, envergonhado, porque pôs sua melhor roupa e ainda assim parecia tão aquém de todo o primor daquele lugar! Gringos, gente rica, aquele casarão!... Era tudo muito diferente da sua realidade.

E ainda mal teve tempo de processar o que ocorreu com o seu lar e a sua família! Ansiava por ter notícias deles. Lembrou do som dos tiros e o estômago embrulhou um pouco.

Nilo foi se aproximando aos poucos da lateral do palco, discretamente, com a esperança de ter uma palavra com o Sr. Roberto após os discursos de apresentação.

Angela ouvia atentamente o discurso invisível em um canto do auditório, algumas pessoas passaram por ela "literalmente" e por isso ela resolveu ficar mais acima levitando sobre a turma que observava abaixo.

Mudar de uma pequena casa de 1 comodo para uma mansão com jardins e auditório era muito para a pequena menina pobre do interior de minas gerais.

A falta que sentia de sua familia e a visão de vários alunos com seus pais a entristecia sobremaneira e ela esta bastante dividida entre ficar e ouvir o discurso ou sair e explorar o lugar.

Alberto não presta muita atenção no que Roberto ou Danielle falam. Ele não está muito empolgado por estar ali. Seus pais o tinham trazido, mas foram embora antes da recepção. Os dois estavam tendo que fazer longas horas extras para pagar o prejuízo da explosão.

O WhatsApp indica uma chama. É sua mãe.

- Td bem? Já fez amigos?
-Td bem. Estou conhecendo as pessoas - ele mente.

O melhor que eles fazem é ficar longe dali. Quem garante que alguém não iria explodir de uma hora para outra, como ele? Ou que algum supervilão não os atacaria?

Ele acompanha as pessoas saindo do auditório, observando apreensivo quem o cerca.

Alguns pais fazem perguntas: querem saber de quanto será a bolsa dos estudantes, se tem que vir visitar os filhos toda semana entre outros assuntos. Os estudantes logo perdem o interesse, mas chegam a ouvir coisas como “doutrinação” e “marxismo mutante” ante de desligarem.


Roberto e Danielle estão focados em responder as perguntas, mas Nilo nota que um dos professores, o mais próxima da lateral do palco, percebe sua presença. Ele veste um blazer, uma camisa xadrez com gravata e jeans. Sua pele é parda, e seu cabelo e barba são cortados bem rentes, como por máquina. Um óculos de arame dourado completa a figura desse professor de estudos sociais, que se agacha e diz:

Oi, sou o Evandro. Posso te ajudar em alguma coisa?


Oi, Angela, a jovem ouve em sua mente. Me chamo Sophie e estou aqui no palco.

Ao olhar para o local onde os funcionários estão reunidos, Angela vê uma jovem loira de tailleur e saia brancos – a professora de defesa mental – olhando em sua direção. Ela dá um pequeno aceno.



Você não quer ficar visível e se juntar aos seus colegas? Não precisa ter medo de nada.


Ei. Psst, Alberto ouve, vindo da direita. Ao olhar, vê dois jovens sentados na mesma fileira além da poltrona vazia exatamente ao lado da sua. O mais próximo é o garoto que o chamou, vestido com uma camisa de regata verde e uma bermuda preta. Ele aparenta ter começado a virar um lobisomem, mas a transformação parece ter sido interrompida logo no início.

Ao lado dele, uma menina ao mesmo tempo menos e mais estranha que ele. Ela parece normal com sua blusa de alça rosa e short jeans surrado, e o cabelo castanho avermelhado aparentemente penteado pra cima, mas as pontas dos dedos das mãos e dos pés possuem pequenas garras negras e a jovem tem uma causa peluda da mesma cor do cabelo que não para quieta. No entanto, o que chama mais atenção é a atitude: ela está sentada acocorada na poltrona, numa posição que lembra mais um gato, e olha atentamente pra Alberto. Ele a vê dar umas cheiradas na sua direção.


Eu sou o Lúcio e essa é a Quati, o garoto diz. Quati faz um gesto com a mão direita. Ela disse “oi”. Ela é muda e usa sinais para se comunicar.

Ainda não consegui uma imagem que seja similar ao Evandro.
This message was last edited by the GM at 21:05, Sun 03 Nov 2019.

Ângela se assusta ao ouvir alguém em sua mente e demora um tempo até perceber a pessoa no palco.

Oooi, prazer em conhece-la Sophie. Não estou com medo só não quero assustar ninguém e bom não posso apertar a mão de ninguém, prefiro ficar assim.

Ei! Tudo bão, professor?, responde com um sorriso acanhado. É... Não sei se é uma boa hora. Mas é que faz uns dias já que não tenho notícias da minha família! Eu esperava que vocês pudessem me ajudar a encontrá-los. Nilo pigarreou nervosamente. Também preciso voltar em casa pra pegar umas coisas importantes... acrescentou, pensativo. Prometi isso ao meu avô!, concluiu Nilo, devolvendo ao professor um olhar determinado.

Minha nossinhora, quando é que acaba essa papagaiada, eim!?, pensou, impaciente com aquelas formalidades.
This message was last edited by the GM at 21:05, Sun 03 Nov 2019.

Oi, eu sou Alberto. A gente pode conversar aqui no escritório, enquanto os outros estão fazendo perguntas? Será que vamos demorar muito por aqui?

Que escola esquisita. As pessoas podem andar por aí assim de regata e shortinho? - ele se indaga.

Sophie ri de forma amigável na mente de Angela. Querida, você não é mais exótica do que alguns de seus colegas e eles parecem estar bem. Além disso, fizemos um "curso preparatório" com os pais menos acostumados ao diferente. Não quer tentar? Memso porque uma hora você vai ter que interagir com os outros alunos e os professores. Melhor começar logo, não?


Ao ouvir as palavras de Nilo, Evandro parece preocupado. Você perdeu o contato com a sua família? Nossa, nem sei o que dizer. Achei que a escola estivesse coordenando com os familiares. Sinto muito, rapaz... Qual o seu nome mesmo? Bom, assim que terminar a cerimôna, vou falar com o Roberto da Costa e te dou um retorno na confraternização. Podemos fazer assim?


Escritório? Cê quer dizer 'auditório'? Lúcio pergunta e dá de ombros como resposta à dúvida de Alberto. Eles vão fazer o quê? Expulsar a gente antes de começar a escola? ele completa e abre um sorriso de orelha à orelha.

Quati faz alguns sinais e Lúcio traduz. Ela perguntou o que cê faz? Tipo, poderes, sacou?

Nilo fez que sim com a cabeça. Obrigado, professor!

Nilo resolveu conferir os arredores da propriedade, contornando a mansão. Seja por gula, ou por uma fome ocasional, no caminho aproveitou pra apanhar uns pães-de-queijo (se ninguém estivesse olhando). Na boa, velho, será que esses bacana não querem se aproveitar de nós mutantes?... Nilo ri da estranheza de referir a si mesmo como "mutante".

Angela esta desconfortável, mas ouvindo a professora ela resolve tentar.

Vou tentar, obrigado.

A Menina então se torna visível a alguns metros acima da turma no auditório e flutua lentamente para uma cadeira vazia nas primeiras filas.
This message was last edited by the GM at 14:42, Tue 05 Nov 2019.

Sei lá! Deve ter algum tipo de jeito de punir a gente se fizermos algo errado. Eu não posso me dar ao luxo de ser expulso daqui.

Quando Lucio abre a boca para perguntar o motivo, Alberto corta o assunto.

É complicado...

A área verde atrás do auditório está coberta de mesas, cadeira e tendas. Em uma delas, um conjunto de música está afinando seus instrumentos. Uma área de serviço foi reservada para o bufê, cujos funcionários dão os toque finais na decoração. Uma longa mesa tem quitutes variados, incluindo os pães de queijo que Nilo pega. Para sua surpresa, uma senhora vestida de branco, com o logo da empresa no bolso da camisa, aparece do nada.

A mesa ainda não está aberta, garoto, ela diz com ar severo. Seus pais não te deram educação?


A aparição de Angela interrompe a sessão e ela pode houver alguma smanifestações de assombro, mas nada parecido com o que esperava. Inclusive, ela houve alguns comentários de colegas: Que sinistro!, Da hora!, Oxe! Queria esse poder.

Em instantes, a sessão prossegue como se nada de estranho houvesse acontecido.


Lúcio e Quati se entreolham, o rapaz dá de ombros, enquanto a jovem parece estar intrigada com a reação de Alberto.

Danielle termina a última resposta e Roberto retoma a palavra.

Acho que todo mundo está com fome, né? Então por que não vamos lá fora? O bufê está pronto e o grupo d emúsica está aí. Podemos comer, beber, ddançar e relaxar um pouco nesse dia maravilhoso que está fazendo.

Com isso, os presentes começam a se levantar e sair.
This message was last edited by the GM at 19:35, Tue 05 Nov 2019.

Nilo repousa o pegador tal como o encontrou. Ô, moça, mas essa grosseria só por um pãozinho de queijo!? Voltou-se para a senhora com fingida indignação e disse, zombeteiro: Eu me pergunto o mesmo dos seus pais. E afastou-se da mesa a fim de continuar o reconhecimento do local.

Poxa, vô, pra quê que o sinhô me trouxe pro meio desses almofadinhas!? E eu aqui preocupado cocêis!"

Afonso é só mais um na multidão e sendo franco consigo mesmo ele até gosta, pois evita perguntas e atualmente o que ele menos sabe é responder perguntas sobre si.

Observando todo aquele evento ele só pode constatar e pensar ... Cá estão alguns gajos sinistros. Ao menos foi garantido o pequeno almoço ... ao menos estou certo que não estão a conversar tretas.

Assobiou e deixou escapar Todo este luxo. Então estes são demasiado ricos

Nilo ouve a mulher resmungar. Que mal educado! Esses jovens de hoje náo têm mais respeito pelos mais velhos.

Movendo-se entre as pessoas que agora deixam o auditório e se espalham pelo gramado, o jovem fluminense acaba passando perto de outro aluno a tempo de escutar seu comentário.


O comentário sai mais alto do que Afonso esperava, justamente na hora que outro estudante estava passando.

Angela acompanha a multidão e para não passar por dentro dos convidados resolve atravessar a parede e seguir para o jardim.

Ela em seu estado não consegue se alimentar e prefere não ver os demais comendo pois mesmo sem sentir fome o fato de não saborear um prato de comida a mais de 1 ano a deixa muito desconfortável.

Acho que vou dar uma volta para conhecer melhor o colégio, ficar aqui no meio vai me deixar louca.

Inadvertidamente ela projetou seus pensamentos para as pessoas a sua volta sem perceber que estava usando sua telepatia.

As pessoas mais próximas se entreolham, mas só uma estudante, que estava mais perto de Angela, identifica a origem do pensamento.

Oxe! Tô na mesma vibe, menina, ela diz e sorri.



Meu nome é Iara. E o seu?
This message was last edited by the GM at 17:40, Fri 08 Nov 2019.

Casualmente, Nilo responde ao comentário do rapaz: Né não? Pra dimais da conta! Até sobe à cabeça! A Dona Clotilde ali me destratou porque "a mesa ainda não está aberta"!, repetindo as palavras com uma careta debochada e fazendo o gesto de aspas. Essa aí só abre a mesa pra invocar o capeta do pai dela!, acrescentou com ar de cumplicidade e soltou uma gargalhada.

Estendeu a mão ao rapaz e se apresentou: Nilo. Prazer!
This message was last edited by the GM at 19:23, Fri 08 Nov 2019.

Angela se sentiu envergonhada com o que fez, mas o sorriso da menina a acalmou.

Oi Iara, meu nome é Angela. Vamos sair daqui e ver o que conseguimos descobrir.

Hmm? Como vai? Me chamo Afonso. Estava a comentar tal luxo que temos por aqui, pois nem com antecedência teria uma comida como esta sem marcação prévia em estabelecimento exclusivo. Ele estende a mão em resposta enquanto falava e o sotaque lusitano de Afonso é perceptível.

Vendo o rapaz com o pão de queijo, Alberto se aproxima de Afonso e Nilo, com Lúcio e Quati.

Já pode comer?

Com certeza! responde Iara animada com a ideia.

As duas saem da confraternização e logo se encontram numa área delimitada por uma cerca viva e com bancos espalhados por ela. Há vários tipos de plantas -- incluindo árvores, arbustos, flores -- dispostos com precisão paisagística. Uma parte específica desse parque possui uma construção de estilo japonesa, completa com logo de carpas e jardim de areia.



Ao se aproximarem do jardim zen, Angela e Iara veem duas pessoas conversando: um homem e uma mulher. Ele é baixo -- mais até que as duas garotas --, mas musculoso e veste jeans, uma camisa branca de algodão e um chapéu de caubói. Ela é mais ou menos do tamanho das duas, com cabelos castanhos, e veste jeans e uma blusa.

Os dois parecem estar falando em inglês. Angela e Iara conseguem ouvir parte da conversa quando chegam mais aperto.

<...Bobby fez algo bem legal aqui>, ela diz.

<Hmm...Quero ver se ele e a Moonstar não vão tentar transformar esses mol->, ele para subitamente e olha na direção das garotas com cara de poucos amigos.

<Oi, garotas>, a moça diz com um sorriso. <Podem chegar mais perto, ele não morde não... Normalmente.>


Lúcio e Quati arregalam os olhos ao verem o pão de queijo e a garota dispara em direção à mesa de quitutes. Sua chegada é anunciada por um "Ai, meu deus" da "Dona Clotilde".

Antes que alguém possa responder a Alberto, o grupo houve um comoção numa mesa próxima, seguida de um baque surdo e o som de alguém caindo por cima de cadeiras. Quando olham na direção do barulho, veem um estudante de ascendência asiática no chão e, diante dele de maneira agressiva, uma aluna com um moicano louro e pele escamosa verde, além uma cauda igualmente coberta de escamas.

Ei! Foi só uma piada, o rapaz afirma, aparentemente mais surpreso do que zangado com a reação da colega.

Repite! Para que te rompa la cara! ela devolve com raiva e punhos cerrados.
This message was last edited by the GM at 02:47, Mon 11 Nov 2019.

Ângela não entendeu uma palavra do que disseram, nunca aprendeu inglês, apesar de ter tido duas aulas na escola, mas nunca tinha professor de inglês, na verdade quase nunca tinha professor. Sua mãe que ensinou ela a escrever e boa parte do que sabe.

Ela tenta uma mensagem telepática.

Desculpem eu não falo inglês, vocês me entendem?

Ao escutar a afirmação de Alberto ele pensou em concordar com ele e ir degustar da mesa de comida, porém a confusão se instalou E cá está um facto que não presencio todo dia. Ao que parece o caro mancebo asiático deu um belo prego irritando aquela rapariga. Mas por que?

Acho que o melhor para ele é ficar no chão. Melhor a gente não se meter. Vamos comer, antes que a Quati acabe com tudo. Parece que liberou.

Alberto se encaminha para a mesa, mas não tira os olhos da briga.

Nilo ficou travado por umas frações de segundo até se convencer de que não era nada sério. Estresse pós-traumático? Logo se recompôs e acrescentou aos colegas que iam em direção à mesa: Ei, só cuidado com a bruxa do 71 aí, que hoje ela tá com fome!, apontando para a senhora com o queixo de maneira jocosa.

E, afastando-se do tumulto, Nilo saiu à procura do Prof. Evandro.

Angela sente que a comunicação é fácil, mas que as mentes dos dois são robustas os suficintes para bloquear o contato, seles quiserem. O pouco inglês que a garota sabe, mas a capacidade de enviar imagens além de palavras supera a barreira linguística.

Um hum, a mulher responde e faz uma cara de intrigada. <Você tá fora de fase?> ela pergunta e sorri, estendendo a mão. <Muito prazer, sou Kitty.>



No reflexo, Angela estende a mão, mesmo sabendo que não poderá cumprimentar a mulher, mas, para sua surpresa, a mão de Kitty parece sólida para ela.



<A festa é pra lá>, o homem, ainda carrancudo, grunhe para Angela e Iara, apontando pra área de confraternização com o polegar.

Ah... 'Brigada... Grosso, Iara responde.

<Logan! Modos! Nem parece que você é diretor de uma escola>, Kitty repreende o amigo.



A mesa está aberta e algumas pessoas já estão provando os quitutes. Nenhuma delas é tão rápida quanto Quati, que já estufou a boca com doces e salgados variados, sob o olhar reprovador da senhora sobre a qual Nilo havia alertado os colegas.

O desentendimento entre os dois alunos não arrefece.

Só falei que você me lembra a Cuca, o garoto, já se levantando, diz.

A aluna de aparência reptiliana parece surtar ao ouvir isso. Cabrón! ela grita e desfere um murro contra o rapaz, mas este quase instantaneamente começa a brilhar e recebe o golpe sem maiores consequências.


Nilo acha Evandro conversando com um homem de pelo azul que parece ter o corpo de um gorila, mas com feições felinas. O professor vê Nilo e o chama.

Oi... Nilo, certo? Esse é o professor de ciências Henry McCoy, mas acho que todo mundo conhece ele como Fera.



Deveras, o homem azul responde com sotaque americano. Prazer em conhecê-lo, jovem Nilo. Pode me chamar de Hank.

Infelizmente, ainda não consegui falar com o Roberto da Costa, mas talvez o professor Henry possa ajudar, Evandro diz e relata rapidamente o que Nilo havia comentado.

Hmm... Mas você não está completamente desamparado, certo? Me recordo de que seu avô é seu guardião legal, não? Quanto aos seus pais, podemos inquirir as autoridades pra saber se há novas informações. E quanto a retornar a sua casa, você teria que esperar as férias ou um recesso escolar, meu jovem. Não podemos deixar você sair assim sem mais nem menos -- somos responsáveis pelo seu bem estar.
This message was last edited by the GM at 02:33, Tue 12 Nov 2019.

Obrigado, Prof. Evandro!, Nilo agradece educadamente.

E então se volta para Hank e diz: Pois é, professor, eu só preciso localizar minha família, garantir que eles estejam bem e dizer que eu também estou! Nilo faz uma pausa relutante.  E meus pais biológicos... Que Deus os tenha em bom lugar, mas não são minha família! De qualquer forma, agradeço!, complementa com visível franqueza. Agora, tem os home que invadiram nossas terra lá e eu preciso recuperar algo que é de valor pra nóis! Vai ter quebra-pau e se ocêis quiser ajudar, fico agradecido! E eu parto na primeira brecha aqui!, ajuntou Nilo com súbita e crescente braveza, rasgando no "mineirês".
This message was last edited by the player at 13:59, Tue 12 Nov 2019.

Ao sentir o contato de uma pessoa Ângela não se contem e começa a chorar.

Desculpe.. Eu não toco em alguém a quase um ano.

Sem perceber Ângela aperta a mão da moça como se não quisesse mais soltar.

Ela ignora o homem de chapéu e foca sua atenção em Kitty.

Como você consegue me tocar, desde que meus poderes apareceram, nunca mais consegui segurar em nada. Eu simplesmente passo por elas.

McCoy arregala as sobrancelhas ao ouvir Nilo.

Devagar com o andor, meu jovem! Vamos evitar o "quebra-pau". Tenho certeza que Roberto e Danielle estão a par da sua situação, digamos, peculiar e já estar mobilizados a resolvê-la. Eu mesmo vou reforçar a questão. Até lá, prometa pra mim e pro professor Evandro que você não fará nada impensado.


<Não precisa se desculpar. Entendo o que você está passando mais do que você pensa>, Kitty diz com ternura e abraça Angela.


<Também posso sair de fase. E alguns anos atrás, tive o mesmo problema que você. Foi pior, porque não sou telepata, então não conseguia me comunicar. Mas acho que posso ajudá-la a recuperar sua solidez. Infelizmente, tenho que voltar pros Estados Unidos, mas vou conversar com a Dani para tentarmos algumas aulas por telepresença.>

<Até lá, podemos tentar uma solução temporária. Quando tive meu problema, o Clube X preparou um traje que me permitiu interagir com o mundo sólido. Vou entrar em contato com eles e pedir que criem um para você. Pode demorar um pouco, porque as coisas estão meio estremecidas.>

Os olhos de Ângela brilham com a possibilidade de poder voltar a segurar um objeto e interagir com o mundo normalmente.

Serei eternamente grata pela ajuda, só de saber que tem uma possibilidade já me deixa muito feliz.

Assim que, como você diz, sai de fase, eu tambem não conseguia me comunicar e tambem não ficava visível.

Com isso Ângela se torna invisível mas ainda segurando a mão de Kitty.

Mas aprendi a controlar a invisibilidade, me comunicar mentalmente e até a voar um pouco.

E Ângela começa a flutuar.

E bem tem uma coisa que não gosto muito mas eu consigo entrar nos corpos dos outros e controla-los.

Descobri sem querer, e não tenho tentado mais, me deixa desconfortável sabe.

Por um instante Nilo devaneou, diante da expressão de Hank: Véi, eu tô realmente falando com um baita macacão azul! E de cara limpa!

Tudo bem, professor. Isso eu posso prometer. Nilo assentiu com a cabeça. Meu dever é retornar a Pedra pro meu vô. A gente só não pode esperar até eles começarem a construir lá!, completou com ar ligeiramente preocupado. E após uma breve pausa: Fico muito agradecido pelo apoio do Instituto!, concluiu com um sorriso jovial.

Nilo é um rapaz bastante passional e brincalhão. No momento ele imaginava uma cena bizarra e se esforçava para não desatar em risos: "Lá vem o homem-macaco correndo atrás de mim..." E com uma leve reverência se despediu dos professores e saiu para se juntar novamente aos colegas na mesa de quitutes.

Evitando entrar no conflito Afonso então enfim vai a mesa e se serve de um pequeno almoço (para os lusos é o café).

Sorri para a mulher carrancuda que cuida da mesa...

<Uau! Você é bem mais versátil que eu, Angela>, Kitty diz com um riso simpático.

Logan grunhe. Iara retorna um olhar duro para o homem. Kitty revira os olhos.

<Detesto ter que concordar com o bicho do mato aqui, mas ele tem razão. É melhor vocês voltarem pra recepção. Ela foi feita pra vocês afinal de contas. Prometo que vou ver o lance do seu traje, Angela.>

<Foi um prazer conhecer vocês, meninas>, Kitty se despede com um aceno. Logan apenas faz um meneio com a cabeça.


Ao se afastar, Nilo ainda consegue ouvir os dois professores falando.

Ei! O que está acontecendo ali? diz Evandro.

My stars and garters! É uma briga! McCoy responde. De repente, uma sombra passa por cima de Nilo e ele percebe que é Fera pulando por cima dele de vários convidados para chegar na mesa do conflito.


A discussão entre os dois alunos escalou. O menino parece não conseguir conter a língua e continua fazendo piadas. A garota, cada vez mais furiosa, o ataca com a cauda, mas é tão ineficaz quanto o saco. Logo, Danielle, Roberto e McCoy chegam para apartar os dois. A comoção persiste por mais alguns instantes, mas logo os ânimos são controlados.
This message was last edited by the GM at 02:14, Thu 14 Nov 2019.

Angela se despede de Kitty e do carrancudo de chapéu e volta para a festa.

A menina contida e triste, mal se contem de tanta alegria.

Finalmente alguma coisa boa esta acontecendo.

Nilo exagera um pouco o susto: Pul-ta-mer-da! Pensei que fosse a bruxa!, exclamou com um misto de surpresa e diversão. E, ainda dirigindo-se para a mesa de quitutes, acrescenta, em menção à cena de briga: Tá vendo aí, ó, o que a senhora faz negando comida aos outros, ô, esfomeada!

Porém, em seu íntimo, por baixo dessa postura cômica, a cena de violência ainda suscita nele uma forte angústia e inquietação. Possivelmente por empatia com os demais, mas certamente pelos traumas recentes.

à medida que a manhã se estende, os pais e guardiãs dos alunos vão se despedindo. Quando todos partem, o coordenador pedagógico David Alleyne guia os estudantes até os dormitórios.

Originalmente, íamos separar os meninos das meninas, mas acabamos revisando isso e agora eles serão unissex. Cada quarto terá dois ocupantes do mesmo gênero. A distribuição ficou assim... ele diz e começa a ler nomes do seu tablet.

Por coincidência, Alberto fica com Lúcio, Nilo com Afonso e Angela com Iara.

O resto do dia é gasto na mudança e arrumação dos quartos, terminando com um jantar no refeitório. A maioria dos estudantes se recolhe cedo, já que na manhã seguinte haverá um churrasco.

Posso terminar aqui este tópico, mas se quiserem dar uma esticada no roleplay, fiquem à vontade. Os personagens estão provavelmente nos quartos e já são umas 22 horas. Se acharem que já deu, podem fazer um post final também.

Se ninguém postar nada até amanhã, fecho o tópico e abro o do churrasco.