Era o início da noite e Isaac de Jager passeava pelas ruas da cidade. O clima ameno e convidativo tinha dado a mesma ideia a casais e grupos de amigos, que enchiam o bulevar e os bares e restaurantes ao longo da via.


Nem parecia que aquela cidade costeira, cosmopolita e tropical tinha abrigado uma seita demoníaca. Isaac havia chegado nesta Sombra há três meses e logo localizado indícios de sua atividade.

Durante a investigação, acabara cruzando o caminho de um ocultista local, Fausto Nigro, e os dois se aliaram no combate da seita. A colaboração também contara com os aliados de Fausto: Joaquim dos Santos, um homem negro de mente afiada e humor refinado, e Esmeralda, uma jovem calon com conhecimentos ocultos próprios e experiência no submundo da cidade.

A aliança tinha dado conta da seita de maneira contumaz e agora Isaac deveria decidir o que fazer. A cidade era amigável e ele contemplava apenas descansar, talvez uma ou duas semanas, e depois seguir para outra Sombra.

Contudo, se o que Fausto lhe contara fosse, mesmo que parcialmente, verdade, havia trabalho para vários meses, quiçá anos, naquela Sombra para um caçador do sobrenatural.

Enquanto considerava suas opções, Isaac entra numa transversal ao bulevar – Fausto havia mencionado um alfarrábio particularmente bom que poderia ter obras de interesse para o sombrarilho de Faldillon.

Quando Isaac passa ao largo de uma viela, ouve uma voz masculina, mas melodiosa, vinda do beco escuro.

Caro Isaac de Jager, muito me aprazeria ter dois dedos de prosa com vossa senhoria, se não lhe for incoveniente.