A incansável luta de Hanzo contra os Assassinos da Sombra o havia levado a mais um novo mundo. Este se parecia com Sengoku, mas havia diferenças suficiente para se notar a diferença. Além disso, tecnologicamente, a Sombra estava algumas décadas atrás de sua realidade natal.

Sua investigação haviam revelado que aqui os assassinos tinham usurpado o lugar da Yakuza, agindo também como uma organização criminosa e não apenas como assassinos de aluguel.

Mas o que mais havia chamado sua atenção foi descobrir pistas de que Shizumoi estaria aqui. O ogro mago era um dos operativos mais poderosos da seita e agia de forma volante, viajando entre as Sombras para auxiliar e orientar os diversos capítulos, além de resolver problemas que os assassinos locais não conseguiam.

Hanzo tinha certeza que Shizumoi estava em Sengoku naquela fatídica noite e tinha comandado o ataque contra seu daimyo, que também tinha resultado na morte de sua família.

O ninja descobrira a região aproximada da sede dos assassinos, mas não tinha como precisar o local. Por isso, havia viajado até a província com a intenção de encontrar a base, confrontar Shizumoi e acabar com todos.

Após vários dias de viagem, Hanzo chega numa estalagem de estrada situada à beira do rio que margeia o caminho e, segunda suas informações, na área de influência da sede. A noite cai e o vento quente, assim como os trovões e relâmpagos no horizonte, anunciam a chegada de uma tempestade.


Ao subir no alpendre, é recebido por uma bela mulher., mas não tem como dizer se ela é a estalajadeira, uma cafetina ou ambas.


Bem-vindo, honrado viajante, à estalagem Luar de Prata. Temos comida quente e bebida refrescante, ela diz de maneira calorosa e gesticula em direção ao interior do estabelecimento.

Por dentro, o local é realmente convidativo e um alento depois do dia de viagem na estrada poeirenta.


Já quatro hóspedes no salão, todos peculiares aos olhos do sombrarilho. Contudo, é uma Sombra distinta e Hanzo não teve tempo de analisar a fundo possíveis divergências.

O homem de óculos sorri e acena com a cabeça para Hanzo. O samurai idoso também faz um meneio de cabeça, mais curto e menos simpático do que o do hóspede anterior. O outro samurai apenas observa o sombrarilho e a jovem de cabelos ruivos, aparentemente uma ronin, ignora a todos.

Hanzo respeitosamente retribui o cumprimento e como de costume faz um cumprimento mais formal para o idoso, apesar de ter mais de 300 anos e com certeza ser mais velho que o samurai.

Ele se dirige para a estalajadeira e pede para ser conduzido para seus aposentos e que uma refeição leve seja entregue no quarto.

O homem de cabelos brancos longos ouve o pedido de Hanzo e intercede.

Samurai-san, perdoe-me a impertinência, mas não gostaria de cear aqui comigo? Viajo sozinho há dias e anseio por uma boa conversa. Não tive sorte hoje... diz ele e faz um gesto discreto em direção ao resto do salão. Mas o senhor me parece um cavalheiro de fino trato e, certamente, deve ter boas histórias para compartilhar.

Além do mais, acabei de pedir uma garrafa de saquê e não tenho como fazer jus a ela sozinho, ele termina com um sorriso.
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A primera reação que vem a mente de Hanzo é a de recusar polidamente o convite, mas a necessidade de obter mais informações sobre esta sombra e o paradeiro dos assassinos se sobressai aos desejos pessoais do samurai.

Watashi no monogatari to anata no nihonshu o kyōyū suru koto wa yorokobidesu.

Tradução: Será um prazer compartilhar minhas historias e seu sake.

Com um cumprimento ele se senta a mesa do viajante.

Meu nome é Takahashi Hiroto

Muito prazer, Hiroto-san. Sou Matsumune Go, o homem responde, se curvando ligeiramente. Por favor, sirva-se à vontade, ele diz, indicando a mesa, que conta com diversas tigelas e pequenas bandejas. Há arrroz, sashimi, nira, miso e outras iguarias.

Go serve uma xícara de chá para Hanzo e depois pega a garrava de sake, também enchendo uma pequena tigela, que passa para o companheiro de ceia.

A novas amizades, ele brinda, elevando sua bebida.

Pegando seu hashi, ele começa a se servir. Sou funcionário público. Trabalho como oficial do censo aqui na província de Ogai, por isso estou sempre viajando. E o senhor? O que o traz até aqui?

Esta Sombra é nipônica, mas não parece ser um reflexo do Japão. Está mais pra algo como Rokugan ou Kara-tur.

Muito obrigado pela refeição.

Eu sou um andarilho, viajo buscando iluminação e conhecimentos.

Não conheço bem esta região, mas ouvi falar de bandidos na estrada. O senhor sabe se as mesmas estão seguras para viajar?

Tão seguras quanto as de outras províncias, o que significa que sempre há risco, mas nada que se sobressaia a outras regiões do reino, Go diz e come um pedaço de sashimi.

Depois de engolir, ele acrescenta: Desconsiderando, é claro, os Assassinos das Sombras.

Go ri, como se tivesse dito algo muito engraçado.

Desculpe senhor, mas por que o riso, ouvi falar que são muito perigosos, isso não é verdade?

Go interrompe o riso, pego de surpresa pela declaração de Hanzo.

Hã... Hiroto-san, o senhor sabe que eles não existem, certo? Tem gente que diz que são baseados em um grupo histórico, mas isso é crendice. Os autores do folhetim Kagekira inventaram os assassinos, porque precisavam de um adversário que pudessem usar para várias histórias.

Afinal, Hattori Hanzo é imortal – sua missão de vingança seria bem curta se existisse apenas um vilão. A imortalidade mais os assassinos é o que permitem os vários volumes da "saga de 300 anos".