Tritos logo se senta em frente ao cliente que comia de forma despreocupada. Zuluki, eu presumo? É um belo café da manhã... Ele diz enquanto levanta a mão para a garçonete, que ao chegar faz seu pedido. Me traga uma bebida quente. Meu nome é Tritos, tripulante do Luma. Estou a procura do capitão Tortello, que esteve por aqui ontem a noite. Sabe alguma coisa sobre isso?

Hm!, resmungou Ogan com certa desconfiança.

Todo aquele sigilo estava consumindo o pouco de pavio que ainda restava a Ogan.

Ele tirou a corneta que levava pendurada e a entregou a Amon, com seu jeito xucro. Aqui, sacerdote, ele virá até nós se nos ouvir.

Em seguida, foi até a entrada do edifício, esquadrinhando os arredores com a vista em busca de possíveis saídas e de sentinelas.
Vejo algo de importante?

Assim que chega, Ogan veste o seu elmo e bate o punho na porta com veemência.

Senhora, em nome do capitão Nadano, exijo falar com a sua chefia!, disse em tom firme e imperativo.

Aliás, não tem nenhuma forma de policiamento em Potos, não?

Zuluki, que descascava um ovo cozido, para e inspeciona Tritos. Então, sorri.

Senhor, sim, sou Zuluki. Prazer. Não acredito ter conhecido esse capitão Tortello, mas minha memória costuma necessitar de estímulo. POr que não terminamos nosso café e nos retiramos para um lugar mais reservado? Potos pode parecer uma vila pacata, mas as notícias viajam rápido aqui.

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A Casa de Astarte é grande e bem cuidada. De onde está, Ogan só vê uma porta e as janelas, mas imagina que deve haver outras. Não parece haver ninguém nas proximidades.

Ninguém responde à sua demanda.

Se tem, vocês ainda não viram.

Tritos não esperava que Zuluki fosse tão direto. Ele não conseguia distinguir se o jovem pretendia lhe dar um golpe, ou se estava inseguro em revelar qualquer coisa por alí. De qualquer forma o celtariano deveria aceitar a proposta e se manter atento. Preferiu ser breve e passar a impressão de ingênuo para Zuluki, caso precisasse entrar em combate teria vantagem se fosse subestimado. Hummm... Certo. Após terminar sua bebida ele acena mais uma vez para a garçonete e deixa seu pagamento na saída.

Quanto custou a bebida?

A mão de Ogan chegou a roçar o pomo da espada. Mas o kajutano inspirou profundamente, conteve-se e ganhou distância do prostíbulo.

Vamos, sacerdote, disse, tomando sua corneta de volta. Isso já não é mais problema nosso, acrescentou mal humorado.

Ele fez o caminho de volta ao Luma, procurando por guardas do povoado. Se vir algum, Ogan irá abordá-lo. Senão, seguirá para o cais. E, no caminho, ele vai soar a corneta de guerra em máximo volume, a intervalos curtos e regulares.
Aliás, como é a paisagem onde Potos se situa? O povoado é confinado entre morros? Estamos numa enseada mais estreita, ou numa costa extensa?

Parece que eles haviam chegado num beco sem saída. O que começou com uma simples busca por uma pessoa, que provavelmente estaria caída em uma sarjeta, parecia estar revelando alguma trama que acontecia naquela cidade. Amon ficou agradecido por Ogan ter se acalmado e o seguiu de volta ao cais. Enquanto descia a estrada, procurava por Tritos. Será que ele encontrou o capitão e já voltaram?

Tritos deixa um xequim pela bebida e acompanha Zuluki. O homem o leva para uma área erma do povoado, distante de ouvidos oportunistas, segundo ele.

Bom, meu caro Tritos, como você viu, não é fácil manter meu estilo de vida. Assim, embora meu instinto seja o de auxiliar de maneira altruísta aqueles em necessidade, meu sustento me proíbe de ser tão nobre. Além disso, ao ajudá-lo, estarei me colocando numa situação delicada com os poderes locais. Logo, precisarei de recursos para uma viagem longa, por assim dizer.

Entende o que digo, amigo?

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Amon e Ogan seguem de volta para o porto sem encontrar guardas. O alarido da corneta chama a atenção dos estivadores e marinheiros. Os dois veêm Nadano no navio com uma expressão tensa.

O que descobriram? Onde está Tortello?

Amon se aproxima e começa a contar o que descobriu. Ele não está em lugar nenhum. Parece que teve uma noitada normal. O sacerdote acreditava que aquele tipo de farra era comum para os que viviam aquela estilo de vida. Para ele certamente não era. Mas Parece que ninguém sabe onde ele foi depois. Os aldeões pareciam amedrontados demais para dar mais informações. Ele aproveita para tentar extrair mais alguma informação, talvez algo que não tivessem sido alertados. Por acaso o capitão tinha inimigos?

Inimigos? Em Potos? Claro que não! Nossas paradas aqui são rápidas, responde Nadano, que já dá demonstrações de nervosismo. Ele não pode ter desaparecido do nada. Alguém tem que saber de algo. Onde está Tritos?

Tritos escutou a corneta, mas não podia abandonar aquela pista. Será que descobriram algo? Zuluki tenta usar sua lábia em Tritos, mas apesar de ser um guerreiro honrado ele não era inocente. Havia algo de estranho ali, como um jovem conseguia um café tão vasto em um porto que não aparentava esbanjar riquezas? Dalí pra frente a coisa poderia ficar feia rápido, mas ele tinha que seguir o rastro. Veja meu jovem, não posso lhe pagar antes de me dar pelo menos algo. Que tal 5 Xequins agora e algo mais quando encontrarmos o capitão?

Pelo visto, aquela guria não veio dar o recado...

Capitão, interviu Ogan por fim, energicamente, se quiser achar seu filho, o senhor terá que dispor de mais homens! A penas o kajutano continha a impaciência na voz.

Sugiro deixar sentinelas armados nas embarcações e enviar uma equipe de busca maior, disse, apontando para pontos estratégicos do porto. Eles foram visto por último na Casa de Astarte. Como aqui não há policiamento, teremos de forçá-los a falar nós mesmos. Ogan olhava com firmeza nos olhos do capitão, chamando-o para a ação. Capitão, quais são as ordens?

Como é a paisagem onde Potos se situa? O povoado é confinado entre morros? Estamos numa enseada mais estreita, ou numa costa extensa?

Amigo, como sei que o tempo está contra você, me dê dez xequins e lhe conto tudo que sei, diz Zuluki.

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Não posso dispor de muitos homens. Os navios têm que estar prontos para partir, Nadano diz, a contragosto. Ele seleciona quatro marinheiros e os põe sob o comando de Ogan e Amon.
Tragam Tortello e os outros de volta.

Potos é mais porto que cidade. As docas ficam numa enseada próxima à foz do Cansado, e a cidade propriamente dita, 500 metros mais pro interior. Há morros a oeste que bloqueiam a passagem, d emodo que ;e mais rápido usar o rio como meio de transporte.
This message was last edited by the GM at 02:54, Thu 30 Sept 2021.

O tempo está contra mim? Definitivamente havia algo escondido ali, e Tritos entrou em alerta total. Certo, mas se tentar me enganar pegarei mais do que apenas o dinheiro. Tritos diz apoiando uma das mão no seu machado enquanto dá as moedas. Agora, diga-me onde está o capitão.

O comando soou como um estalo na mente militar de Ogan.

Fez um aceno de concordância para Amon e se dirigiu aos marinheiros: Peguem suas armas e seus apitos. Arcos e bestas de preferência!, ordenou. Se o sacerdote não os trouxer à razão, estejam preparados e obedeçam meu comando!

Finda a conversa, eles iriam cruzar o povoado, cercar a Casa de Astarte, onde Amon lhes daria um ultimato.

Que Sobekh traga razão para a alma destas pessoas. Amon apertou o seu cajado com força, mas de preocupação. O sacerdote não queria ver derramamento de sangue. Dado a ordem, Amon seguiu na frente do comboio, junto com Ogan.

Na frente do prostíbulo, Amon se aproxima da porta e bate nela três vezes, com o cajado. Minha senhora, peço gentilmente que abra a porta e nos deixem entrar, para conversarmos. O aqueroniano olha para trás e nota os olhares impacientes dos marinheiros. Por favor, esse pessoal aqui não está muito paciente. Clamou em voz alta. A verdade é que Amon também estava cansado de procurar, mas ele não esperava ter que recorrer a violência.

Zuluki contas moedas com um sorriso. Satisfeito, as guarda em um bolso de sua túnica.

Pois bem, meu caro. Seus amigos foram capturados por Asluht, o sombrio, homem forte de Potos. Serão muito provavelmente vendidos, se já não foram, como escravos para traficantes.

Desejo-lhe sorte e boa viagem, Zuluki termina com uma vênia e faz que vai partir.

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Os marinheiros empunham porretes e facões; nenhum posusi uma arma de ataque à distância.


Após alguns instantes, Amon reconhece a voz da moça com quem conversou vindo de dentro da casa. Por favor, vão embora. Não sabemos de nada. Se fizeram algo contra nós, criarão problema spara si próprios. Astarte os amaldiçoará, e Asluht despejará sua ira sobre vocês.

Mais uma vez escravos pensa Tritos. Parecia que o mundo era dividido entre os que servem e os que são servidos. Espere! Como encontro este Asluht? Onde ocorre a venda dos escravos? Para onde são levados? Tritos se aproxima e coloca a mão no ombro de Zuluki, aplicando uma leve pressão. Acredito que pelo paguei você me contaria tudo que sabe, e sinto que você sabe de mais coisa.

Ora, finalmente chegamos em um nome. Não se preocupe senhora, tenho a proteção de Sobekh comigo. Em relação ao mundo dos homens, como pode ver, também não estou desprotegido. Amon diz depois de fazer uma pausa e olhar para Ogan e os marinheiros. Agora você irá abrir a porta e nos convidará para entrar. Enquanto esperamos, alguém irá chamar esse tal de Asluht para nos receber. Seu tom era calmo e ameaçador ao mesmo tempo.

Embora fosse dotado para a guerra, Ogan nunca experimentou satisfação com isso.

Ajoelhado, diante da espada fincada no chão, ele pegou um punhado de terra, sentiu sua umidade e buscou no céu algum sinal de chuva.
Parece que choveu recentemente, ou que está em via de chover?

Ó, implacável Borag Bal, fazei dobrar os joelhos dos meus inimigos, rezou silenciosamente, tal como fazia antes de qualquer combate.

Ogan se levantou e fez gestos mudos aos marinheiros que cercavam o edifício, para que vigiassem também as janelas. Vestiu o seu elmo, empunhou sua espada e seu escudo.

Ele sabia que se precisassem invadir o lugar, estariam declarando guerra a algum figurão local.

Zuluki olha para a mão de Tritos e depoispara o celteriano.

Seu funeral, meu caro. Seus amigos devem ter sido levados para a mansão de Ahslut, cinco quilômetros rio acima. É lá que ele comercia suas mercadorias. Mas lhe dou um aviso de graça: além de um guerreiro impiedoso, Asluht tem fama de bruxo.

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Há uma pausa que se alonga e parece que o comando vai ser ignorado, mas a porta se abre, e mesma moça de antes aparece nela.

Ninguém chama Ahslut, senhor. Pelo menos, não se quer continuar vivo... ela diz com tom de constatação e não de ameaça.

Certo, Tritos diz soltando o informante. Criado em combate o guerreiro não se intimidava com os alertas de Zuluki, Não se preocupe, ficarei bem. Ele saúda o rapaz e se vira para a direção da mansão. Talvez seja melhor me juntar aos outros...

A mansão está numa direção que cruzarei caminho com o resto do grupo?

Assim que a porta se abriu, Ogan deu um assobio, chamando os marinheiros. Ele balançou a espada no alto, indicando que se juntassem a ele, e depois a apontou para frente, ordenando a invasão.

Vocês dois, vigiem a entrada e protejam-no, comandou, referindo-se a Amon. Vocês, comigo!, falou aos outros dois marujos. Vamos revistar o lugar. Qualquer ameaça, soem o alerta e tranquem-se no prédio!, disse a estes que ficariam na entrada.

O kajutano estava entrando taticamente com dois marinheiros, sem pedir permissão, mas sem truculência. Porém, estava preparado para atropelar qualquer sinal de resistência!

Como é o interior? Há lamparinas ou braseiros? Tapeçarias, cortinas, ou outros inflamáveis? Tem mais gente no interior?

Dessa vez Amon seguiu entrando dentro da casa. Não se preocupe, não vai acontecer nada. Só queremos resolver isso logo para podermos partir. O sacerdote acreditou nos alertas da mulher e percebia o pavor em seu rosto. Mas eles já estavam a horas naquele vilarejo e o mistério precisava ser resolvido. Ele andou até as costas da meretriz e colocou as mãos eu seus ombros. Eu entendo que vocês estão sobre o domínio de uma força maior. Mas entenda, eu estou protegido pelo manto de poder de Sobekh. Amon aproximou seu rosto do ouvido dela e cochicou. E você também pode ter este poder, basta cooperar.

Vocês não podem invadir a Casa de Astarte! a moça protesta, mas não opõe resistência à entrada de Ogan e dos marinheiros.

Eles adentram um grande salão com almofadas, divãs e tapeçarias finas. Há braseiros e lamparinas, agora apagados. Algumas moças se encontram no local, mas não vestem roupas provocantes, apenas túnicas e vestidos. Elas olham assustadas para os recém-chegados.

Uma grita e, quase imediatamente, dois homens enormes, portando porretes, aparecem dos fundos.

Pode dar meia volta se não quiser que eu abra a sua cabeça como um coco podre! um deles ameaça.

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A moça por reflexo, se afasta de Amon, dá uma tremida e fiz uma prece para Astarte.

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À distância, Tritos vê seus companheiros entrando no prostíbulo.
This message was last edited by the GM at 16:34, Sat 11 Dec 2021.

Ogan era um profissional -- nos frontes de batalha, seu café da manhã tinha ameaças mais sérias que essa. E, como tal, imperturbado, tinha uma missão a ser resolvida da maneira mais rápida e limpa possível.

Fez sinal com a cabeça para que os dois marujos flanqueassem os capangas. Pelo centro, Ogan de um bote súbito, abriu um pouco o escudo para o lado e lançou uma violenta estocada na barriga desse que o ameaçou.