É o 217^o ano do Fomoire, primeiro dia do mês do falcão (1 de junho), e a flotilha mercante deranesa sob comando do capitão Nadano estava atracada no pequeno porto de Potos desde o dia anterior. A parada na cidade, entre Kheb e os reinos arenosos dos sabayun, era apenas para repor mantimentos. As naus partiriam naquele dia, seguindo seu curso para Messantia, capital de Zargos.

A bordo, além dos marinheiros e das mercadorias que transportavam, estava um pequeno grupo de mercenários, que trabalhavam em troca de passagem. Amon havia embarcado na costa da Aquerônia e auxiliava o capitão com o manifesto e a contabilidade da carga. Já Ogan subira a bordo em Kajuta e trablhava como guarda. Tritos se juntara à tripulação após ser resgatado do naufrágio da galé pirata que o mantinha escravizado. O celteriano também era um fuzileiro da nau mercante.

Os três, assim como boa parte das tripulações da flotilha, passaram a noite na esbórnia, comemorando a terra firme após duas semanas no mar. Quando retornam ao Luma, nau capitânea da flotilha, o sol já está raiando. O grupo sobe a prancha e dá de cara com Nadano. O capitão, normalmente sisudo, está com uma ar ainda mais sombrio.



Os senhores deveriam ter retornado ontem à noite, ele afirma e não espera resposta. Metade da tripulação do Touro Marinho ainda não retornou, incluindo Tortello. Vocês os viram?

Os três sabem que Tortello, além de capitão do Touro, é filho de Nadano.

Podem elaborar sobre a viagem do personagem e a noite em Potos.

Amon costuma aproveitar os momentos de ancoragem para conversar com os locais. Naquela noite não foi diferente. Ele seguiu com a tripulação para a taverna do porto, mas seu objetivo era outro. Os marujos olharam com desconfiança, não era normal um sacerdote entrar naquele tipo de estalagem. Amon seguiu direto para o balcão e conversou um pouco com o atendente. Acabou descobrindo uma pista sobre uma família que tinha uma pousada e estavam tendo problemas com uma assombração. Ele saiu da taverna rumo a pousada.

A família foi bem receptiva, pois a assombração estava começando a afetar os negócios. Foi preciso pouca investigação até Amon descobrir o que estava acontecendo. Um grupo de crianças achou que seria engraçado se vestirem com toalhas a noite e usarem galhos nas janelas para fazer barulho. Agradecidos, a família ofereceu uma estadia gratuita para o sacerdote, que aceitou.

No outro dia, quando chegou no Touro Marinho, foi questionado pelo onde estava o capitão. A última vez que o vi estava com o resto da tripulação na taverna.
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Imediatamente, Ogan se vira para fitar a reação daqueles mais próximos à prancha. Se algum tripulante estivesse implicado em algo errado, provavelmente estaria entre os primeiros a embarcar e sua expressão poderia delatá-lo.
Teste de PER

Logo, voltou-se para o capitão: Suponho que estejam se recuperando da farra, senhor, disse ao tirar o elmo de baixo do braço e vesti-lo. Muitos se excederam, completou evasivamente.

Ogan é um homem alto e atlético, negro retinto, de uma rudeza militar. Um tipo intimidador e muito vigilante. Ele mesmo não se permitiu mais que duas cervejas essa noite. Na maior parte do tempo circulou pelos arredores do porto, evitando aglomerações ou ermos, atento à possibilidade de estar sendo seguido.
Algo atípico chamou minha atenção essa noite?

Desde que subira a bordo do Luma, o único em quem confiava era Tritos, que se juntou à tripulação por um mero acaso. E, uma vez embarcados, Ogan se aproximou do colega de guarda: Tem ideia do que houve?


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Naquela noite Tritos se permitiu relaxar depois de muito tempo. Os meses de escravidão começavam a se entranhar em sua personalidade e ele não queria permitir que isso acontecesse. Enquanto Amon e Ogan se mantinham reservado na taverna Tritos se soltou. Cantou e dançou, demonstrando bem a arte de seu povo, enquanto bebia e cortejava as mulheres.


Tritos, ainda levemente alterado da noite anterior, não gostava do tom de ordem do capitão, que o remetia as ordens que era obrigado a seguir até a pouco tempo atrás. Porém, o guerreiro celteriano estava em dívida com o capitão que o havia salvo, e ele prestaria seus serviços até que tudo estivesse pago.


Ele estava conosco, mas em certo momento ele saiu e não o vi retornar. Ele diz tentando com muita dificuldade se lembrar da noite anterior.

Ogan só percebe as reações normais dos tripulantes ao retorno de um refugiado e um sacerdote aqueronte. Ele não recorda nada de estranho na noite anterior.

Nadano pondera as respostas, enquanto alisa sua barba.

Não é do feitio do capitão Tortello se atrasar, quanto mais desaparecer assim. Retornem à cidade e os encontrem. Não quero perder a maré, o capitão diz ao grupo.
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Amon pensa em questionar a autoridade do capitão, mas ponderou que seria melhor procurar o Tortello para partirem logo. Deve estar caído em algum beco, bêbado. Apesar de estarem no mar a algum tempo, Amon não tinha criado uma empatia pelos tripulantes. Muito bem então. Você, vem comigo. Vamos por esse lado. Chamou Tritos, tomando a dianteira da situação. Vocês podem procurar por aquele lado, nos encontramos de volta no barco daqui a uma hora. Se referiu a Ogan e os outros.

Não sei se precisa rolar algum teste de autoridade para os tripulantes me obedecerem

Ogan deixa escapar um grunhido de insatisfação.

A julgar pela inquietação do capitão, o kajutano decide levar também seu escudo. Pode ser que a coisa fique feia.

Vocês ouviram!, exclamou Ogan para o grupo que lhe foi designado. Vamos perguntar às damas sobre Tortello e seus homens. Alguém deve tê-los visto.
Suponho que estamos todos falando em valusiano, certo?

Ao descer a rampa, ele se dirige a Tritos: Ei, celteriano, deem o alerta se houver problemas, disse, apontando para a corneta que levava pendurada. Ficaremos atentos ao sinaleiro, ajuntou, mais alto, para o capitão Nadano.

Em seguida, Ogan saiu com o seu grupo a passos rápidos em direção ao bordel, próximo à taverna onde os homens do Touro Marinho foram vistos pela última vez.

Os marinheiros olham pra Amon com uma mistura de estupefação e raiva. Um deles dá uma gargalhada.

O escriba acha que é capitão, ele diz, e os outros riem também.

Nadano é mais circunspecto.

Não posso dispor de mais homens. Vão vocês três, o capitão diz e já se vira para inspecionar um detalhe da embarcação.

Vocês podem se dividr, mas só vão vocês. E, sim, a não ser que alguém diga algo em contrário, quando vocês conversam entre si, estão falando valusiano.
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Tritos recebe as ordens de seu capitão, e logo Amon e Ogan se prontificam.

Ele acena com a cabeça de forma positiva. Antes mesmo de partirem os marinheiros fazem chacota de Amon, e Tritos se segurou para não rir também. Bem, somos só nos dois então. Talvez devêssemos verificar o Touro.

O sacerdote solta um suspiro de superioridade. Essa plebe não sabe reconhecer uma autoridade. Boa ideia, talvez ele esteja lá. Respondeu o celteriano e contando que Ogan poderia investigar o bordel sozinho.

Ogan franze o cenho com a situação constrangedora. Ele próprio entendeu que todos iam atrás do filho do capitão. Mas, não, os três mercenários teriam ainda de fazer valer as suas passagens.

Se vocês zarparem sem a gente... cortarei suas cabeças!

Com o escudo numa mão e o elmo novamente sob o outro braço, Ogan avançou firmemente para o bordel. Estava atento a qualquer movimentação brusca com a sua passagem.
This message was last edited by the player at 12:03, Thu 16 Sept 2021.

Amon e Tritos seguem até o Touro Marinho, ancorado ao lado. A tripulação também se encontra atarefada com os últimos preparativos para zarpar. Logo que sobem a bordo, os dois encontram Santusa Quebra-prego, a imediata zargosiana de Tortello. Ao vie-los, a mulher já aperta os olhos.



O que o capitão Nadano deseja?

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Ogan deixa as docas e segue pela estrada de terra até Potos propriamente dito, que fica a 500 metros. A cidade é pequena e totalmente voltada para as necessidades de mercadores e marinheiros, pois fica na foz do rio Cansado, que serve de via de escoamento para os produtos do interior. Além disso, é o último porto de verdade da costa pra quem segue norte.

Em cinco minutos, ele chega no centro de Potos, um local formado quase exclusivamente por tavernas, estalagens, mercados e bordéis. A maioria dos estabelecimentos está aberta – nunca fechando de verdade –, mas o movimento é reduzido a essa hora da manhã. A maioria dos funcionários faz manutenção ou limpa as instalações.

Há três tavernas, quatro bordéis, três estalagens e dois mercados.


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