À margem do rio Cansado, um cais grande, mas simples, está cheio de pessoas carregando mercadorias para levar rio acima ou descarregando itens trazidos do interior. Há cerâmicas, peles, animais vivos, especiarias locais e muito mais, mas não armas. Chatas e canoas disputam um espaço de atracação.

Os mercenários são os únicos estrangeiros – todos os presentes parecem ser da região, e as negociações de frete são conduzidas em um dialeto khebita que Amon e Ogan compreendem um pouco.

Há um burburinho sobre um ataque à Casa de Astarte, mas ninguém ligou o grupo ao acontecimento.

Um barqueiro, vendo o grupo, se aproxima.

Seb! <Tenho a melhor chata da regịo Рfaz a rota de Kesh na metade do tempo!>

Seb: forma de tratamento respeitosa informal, tipo "patrão".

Amon se aproxima e saúda o barqueiro com uma bênção. Ele tenta, mas não consegue disfarçar a arrogância. Uma embarcação discreta, para umas 10 pessoas, queremos subir o rio. Depois ele mostra sua sacola com moedas.

Interna (2): Amon despreza a classe dos trabalhadores

A soberba de Amon surpreende Ogan, que tenta remendar com o barqueiro: Sim, por favor! Dois fretes, ida e volta! Não longe daqui!, arranhando o khebiano. E lança um rápido olhar intrigado para o sacerdote.

Quanto antes sairmos daqui, menos suspeitas levantamos, pensou ao ouvir o burburinho e ver que são eles os únicos forasteiros.

Quando o barqueiro os conduzir, Ogan passará uma discreta inspeção na embarcação e nos seus tripulantes antes de se sentar.

Tritos vê Amon e Ogan conversar com o barqueiro, porém ele não entende uma palavra sequer. Ele se lembra dos dias em que havia sido escravizado e como a barreira da língua complicavam as coisas ainda mais. Preciso aprender esta língua estrangeira, ele pensa em um devaneio, olhando ao horizonte do rio. Logo os outros começam a se mover, e sua atenção volta a missão a frente.

O sorriso do barqueiro tremula e ele parece trincar os dentes ao ouvir o comentário de Amon.

<Claro. Cobro cinco shequim por quilômetro por cabeça, mais cinco por bagagem>, seb. Mas o pagamento é adiantado, ele diz e estende a mão pra recolher as moedas.


<Preciso saber pra onde>, seb, o barqueiro diz a Ogan.

Tritos não entende o que está sendo falado, mas percebe que quando Amon falou, os outros barqueiros olharam na sua direção, e não de maneira simpática.

Adicionei os dois hero points na ficha do Amon.

Amon resmunga com a clara extorsão do barqueiro. Meu caro, acredito que seu preço está abusivo. Imagino que você não ousaria afrontar o senhor Sobekh, pois abusar de um de seus servos é abusar do próprio deus! Ele se aproxima do barqueiro e fala sussurrando. E ele é implacável com aqueles que o desrespeitam.
Enquanto caminha lentamente de volta, ele continua. Por outro lado você também pode receber o amor do deus verdadeiro, ajudando seu servo. Façamos o seguinte, voçê nos levará 4 quilômetros rio acima e irá nos aguardar por lá. Pago 150 shequim, metade na ida e metade na volta. Creio que é uma oferta irrecusável.

Gasto um Hero Point, se necessário
This message was last edited by the player at 13:55, Thu 23 Dec 2021.

<Por esse preço>, seb, <levo só três>, o barqueiro diz, sem parecer se incomodar com as ameaças de danação ou promessas de bênção.

<Decida-se logo>, seb, <tem mais gente à procura de barco>.

Tritos não entendia o que estava sendo dito, mas pelas expressões de Amon, Ogan e do barqueiro ele pode concluir que o plano não ia bem. Ele decidiu tomar uma atitude ousada acreditando que seria entendido. Estamos aqui para um trato com Ahslut, quer mesmo criar problemas com isso? Leve-nos e poderá viver mais um dia. disse em baixo tom próximo do barqueiro com um olhar bem ameaçador.

O barqueiro não entende tudo que Tritos fala, mas reconhece o nome de Ahslut.

Seb, <não tenho tempo a aperder. Me pague e levo vocês logo>, ele diz para Amon.

O que meu amigo disse é que Ahslut nos aguarda, disse baixa e discretamente. E ele não perde por esperar, pensou enfezado. Tentou direcioná-los todos até a embarcação enquanto falavam. Você receberá seu justo pago quando chegarmos no nosso destino. Agora, vamos!, fazendo um gesto para que todos embarcassem de uma vez.

<Respeito Ahslut, mas tenho que pagar meus marujos. Preciso do adiantado. Mesmo porque, Ahslut não vai querer saber de conversa quando eu tiver que pagar a taxa de segurança>, o barqueiro diz.

No barco dele, há quatro homens fortes – os marujos – que se postam na doca em brente à chata.

O sacerdote finalmente desiste da barganha, o barqueiro era realmente irredutível. Essa plebe.... Ele entrega 150 shekims ao homem. Já estou lhe pagando a volta. Leve-nos 4 quilômetros rio acima e nos espere por lá.
This message was last edited by the GM at 23:45, Sat 25 Dec 2021.

O barqueiro arregala o olho ao ver o galdin e as cinco silkas.

<Por aqui>, seb, ele diz e leva Amon, Ogan, Tritos e os dois marinheiros do Nadano até a chata, uma embarcação de 6 m decomprimento por 3 m de largura. A bordo já estão os quatro homens que parecem feitos quase que completamente de músculos. Ao seu lado, dois cestos de vime, um deles com uma tampa. Há também um toldo enrolado em quatro varas.

<Acomodem-se>, sebim, eles diz, enquanto, com um misto de rapidez e cautela, levanta a tampa do cesto de vime, joga as moedas lá dentro e fecha o recipiente.

Ele e os outro homens usam varas de pouco mais de 3 m para afastar a chata do cais e empurrá-la rio acima, usando o leito do Cansado como ponto de apoio. A embarcação não se afasta muito da margem, dominada por pequenos morros que impedem o uso de uma parelha de bois para puxar o barco.

Não veio ninguém mais do navio.
This message was last edited by the GM at 23:47, Sat 25 Dec 2021.

Já fomos longe demais para desistir agora por causa de dinheiro, refletiu Ogan.

Sua firmeza em levar a missão a cabo tinha um quê de revolta contra um ato tão corrupto e desprezível quanto o de escravizar. Ogan se viu empenhado em punir os responsáveis, como se tratasse daquele que traiu seu pai: Kizila...

Quando estavam próximos de desembarcar no capinzal à beira-rio, quatro quilômetros acima do porto, o kajutano sacou sua bolsa de dinheiro e falou ao barqueiro: Esperem-nos aqui e ganharão outro galdim pela volta, intimou-o, guardando a bolsa outra vez na túnica. E mais uma silka para cada remador, se nos levarem com presteza ao nosso destino, completou, dirigindo-se aos marujos, inserindo palavras em kajutano quando não as conhecia em khebita.

Com o escudo preso às costas e o elmo sob o braço, Ogan saltou à margem e buscou uma vereda no matagal. Assim que saíram da vista dos marujos, sacou sua espada e se pôs mais furtivo.

Dá pra ver a mansão já daqui? Quanto falta para escurecer?

Amon ficou calado durante a viagem. Em outra situação teria simplesmente escolhido outro barqueiro, mas a urgência o impedia de tomar atitudes mais drásticas. O aquerônio desceu do barco logo depois de Ogan, mas não dirigiu nenhuma palavra ao barqueiro e seus marujos.

Do lado de fora, ficou esperando Ogan e Tritos abrirem um caminho. Pareciam ser muito mais habituados a andar pelo matagal do que um sacerdote. Droga, no que fui me meter.

Tanto a discussão para conseguir o barco quanto as ultimas palavras de Ogan foram um enigma para Tritos, que acabou sem entender dos detalhes desse quase impasse. Preferiu não se focar a isso, e sim em resgatar o filho do capitão e poder voltar a velejar em direção a, quem sabe, sua terra. Enquanto subiam o rio numa aparente tranquilidade as lembranças boas de sua vila logo se tornaram em uma engolida seca na garganta. Aqueles malditos..., pensou lembrando dos Firbal que o capturaram e venderam como escravo. Antes que pudesse entrar  em uma espiral de ódio eles chegam em seu destino, e ao descer do barco logo se embrenha no mato em direção a mansão, Vamos acabar logo com isso.

O esforço dos marujos é extenuante e o avanço lento. A viagem dura cerca de quatro horas sob um sol causticante, mas Obá, o barqueiro, arma a lona para ter uma sombra.

Próximo ao meio dia, a chata enconsta na margem. Os morros do início do trajeto já pararam há algum tempo, e o matagal avança por dez metros até a selva.


<Combinado>, seb, <mas só podemos esperar até o anoitecer>, Obá responde.

O grupo se embrenha pela selva e, após quase uma hora, chega à margem de um rio. Parece um afluente do Cansado. Do outro lado, onde os dois cursos d'água se encontram, há uma mansão com um píer, onde canoas estão atracadas. Dois homens com cara de poucos amigos montam guarda. Eles não parecem ter percebido os mercenários, que ainda estão dentro da mata.

Há um segundo píer no lado da mansão que dá para o Cansado. Eles também descobrem que há mais três guardas – todos armados com lança e espada curta.


Ogan nota, pela portão próximo ao píer, um homem grande, cujo corpo está coberto por cicatrizes e queimaduras guiando um grupo acorrentado dentro dos limites da mansão. Tortello e os outros marinheiros da frota estão entre os cativos.

O afluente tem 20 m de largura. Vocês ainda têm cinco horas de luz.

Lá estão eles, entre outros prisioneiros, cochichou ao grupo.

Deitou-se sob a cobertura vegetal e rabiscou um plano no chão:

A gente vai um pouco mais a leste, para fora da vista deles, onde este rio estiver menos turbulento. Puxou a corda da bolsa.

Amarro meus pertences a uma ponta da corda; meu cinto, na outra; e nado até a outra margem. Retesamos a corda e, um a um, vocês se puxam para o outro lado. Esperou por algum gesto de aprovação.

O último a atravessar poderia ser Tritos, que recolhe o equipamento, amarra a corda no cinto e nós o puxamos para o outro lado.

Nossa única chance é surpreendê-los pela mata, eliminar guarda por guarda secretamente, o quanto pudermos, para então encurralar Ahslut, tentou convencê-los da estratégia.

Se tardarmos, perderemos nossa carona e poderemos ter que enfrentar mais contrabandistas.


Se não houver objeções, Ogan coloca o plano em ação.

Com pesar pelo seu material, Amon chega na mesma conclusão que Ogan. Droga, meus pergaminhos!

Vocês precisam abater o guarda silenciosamente, talvez atraí-lo para perto da mata com algum barulho. A fala do sacerdote indicava que sua participação na neutralização do guarda não seria tão ativa quanto a dos guerreiros por profissão.

Se a correnteza do rio for fraca eu tento levar os pergaminhos no alto. Se for muito forte e não tiver jeito, deixo molhar mesmo.

Hum... resmunga de forma relutante, mas ainda positiva, ao plano. Um mal presságio subiu-lhe a espinha com o alerta de Zuluki, Mesmo encurralado não devemos baixar nossa guarda contra ele. Há boatos de que Ashlut é algum tipo de feiticeiro. Tritos não era um guerreiro de muita fé, acreditava mais em homens e lâminas. Porém, já havia presenciados fenômenos que não podia explicar e tinha aprendido a respeitar tais eventos, principalmente os que aconteciam em campos de batalha. Devemos ser cautelosos.

Prossigo com o plano como sugerido.

O grupo segue o plano de Ogan, se afastando da mansão para evitar serem descobertos. Já longe, o kajutano atravess ao rio com a corda e é seguido pelos companheiros.

Amon tenta proteger seus pergaminhos, mas alguns ficam molhados.

Do outro lado do rio, o grupo retorna à mansão, tendo gastado cerca de uma hora na travessia.

O mapa é o mesmo, mas agora vcs tõ do outro lado.

Ter feito o trajeto de balsa os permitiu agora empregar toda a energia numa movimentação rápida e vigorosa.

Contornando a mata por trás do pontal, onde se situa a mansão de Ahslut, o grupo se mantém à espreita. Ogan repassa o plano: Tritos, você e eu eliminamos aquele guarda [canto superior direito da mansão], logo vocês dois carregam o corpo pra dentro da mata, dirigindo-se aos marujos.

A gente dá o bote quando ambos nos derem as costas e, depois, nos esgueiramos para a outra ponta do muro [canto superior esquerdo], continuou propondo a Tritos, o único do grupo além dele com experiência militar.

Amon, você fica mais atrás com as nossas coisas. Eles têm lanças e precisamos estar leves para entrar e sair do raio de ação deles. Quando nos virem e soarem o alerta, você e esse aqui -- indicando um dos marujos -- devem entrar e soltar os prisioneiros. Nós três vamos tentar ganhar tempo.

Uma vez alinhados, Ogan se põe à borda da mata, vestido com o elmo, escudo e espada na mão, feito uma onça prestes a atacar junto a Tritos.


A ideia é: quando os dois guardas da margem leste da mansão estiverem distraídos, nós dois avançamos juntos pra silenciá-lo; os marujos vêm logo atrás pra esconder o corpo.
This message was last edited by the player at 00:16, Wed 29 Dec 2021.

Ogan era um guerreiro experiente e o plano parecia sólido. Havia pouco que Tritos pudesse acrescentar. Sua preocupação era com a motivação dos marujos assim que as coisas começassem a ficar feias, E vão ficar, sempre ficam.... O Capitão vai ficar eternamente grato homens, vamos fazer o possível para salvar seu filho, ele disse aos marujos esperando que lhes tornassem mais resolutos na missão.

Os marujos acenam com a cabeça, mas não parecem muito convencidos.

Ogan e Tritos esperam o momento adequado para dar o bote e, quando os guardas não estnao olhando, avançam.

Contudo, Tritos pisa num galho ressecado que estala, alertando os guardas. Eles se viram e veêm os dois mercenários.

Tritos teve falha crítica na furtividade.

Rolem iniciativa. A dos guardas é 14. Se eles ganharem, vão alertar o povo dentro da mansão e atacar vocês. Se vocês ganharem, podem rolar seus ataques. A dificuldade de acertar é -8.

Não esqueçam que vocês possuem hero points.
This message was last edited by the GM at 00:55, Thu 30 Dec 2021.

Tritos já havia participado de emboscadas, mas sempre ordenando e nunca executando. Não era seu forte atacar sorrateiramente, mas a necessidade naquele momento lhe exigia isso. Com sua machadinha em mãos, já prestes a sair da mata, ele pisa em um galho que não havia visto, CRACK. O guarda vira no reflexo e logo seus olhos esbugalham. Merda!, o celtariano pragueja mentalmente. Antes que o guarda pudesse encher seus pulmões para gritar o guerreiro avança com agilidade e enterra a machadinha no crânio inimigo com um único golpe seco, que cai morto sem reagir. Ele faz sinal para que os marujos carreguem o corpo e olha para Ogan esperando que ele dê continuidade ao plano.


Tritos rolled 16 using 1d20+8.  Ataque.
Tritos rolled 17 using 1d20+2.  Inicitativa.

OBS.: Rolei com os bonus no pior caso possível, como comentei na Taverna