É... parece que a cortesia acabou, pensou Ogan, irritado com o deboche do pirata.

Enquanto Tritos o espinafrava, Ogan recolhia os candeeiros e conferia se tinham óleo.

Isso não foi nada cortês, Segetori, o kajutano disse em tom severo. Eu acabei de dizer que temos homens ao mar e você está preocupado em não se molhar?! Ele se vira e anda a passos firmes rumo à entrada do castelo.

Eles agora são nosso maior problema. Deixa que depois eu me entendo com o seu capitão.

Para o guerreiro, é difícil não recorrer à força bruta, mas a diplomacia foi para o ralo. Ele decidiu entrar no castelo, atrás de itens úteis para sinalização, bem como o diário de bordo do Toleima.

Frente ao imponente kajutano, Segetori exerce a discrição e sai do caminho.

Quando o capitão Lorca voltar, você vai ter que se ver com ele. Ele não vai gostar nada de saber que vocês entraram na cabine dele.

A porta dá para um pequeno corredor escuro com duas portas laterais.

Do jeito que o mar está, talvez eles nem voltem. Tritos coloca a mão no ombro de Ogan antes que ele entre no castelo e sussura, Ficarei aqui vigiando o velho, vá com Amon e descruba o que há lá dentro.

Amon estava pronto para partir, mas aproveitando a deixa e entra junto com Ogan. O sacerdote passa calado por Segetori. Ele abre uma das portas mas antes de entrar fala com o kajutano. Vamos no dividir e ver o que encontramos. Vou tentar encontrar o diário de bordo.

Tenho certeza de que ele faria bem mais que isso por seus homens, retorquiu num tom ácido.

Ogan fez um gesto de assentimento para Tritos e entrou logo atrás de Amon.


Tá. Vou buscar algo com que se possa sinalizar., respondeu já abrindo a outra porta.

Ele está atento a qualquer coisa de utilidade: armas, tochas, combustíveis etc. Ao entrar, ele deixa algo segurando a porta aberta (nem que seja o próprio punhal, cravado no batente).

Os candeeiros têm óleo, afinal?

Amon abre a porta esquerda e se vê em um camarote pequeno, mas que, para a realidade dos navios atlani, é um mundo. Ele contem uma mesa, duas cadeiras, um catre embutido (com duas gavetas embaixo), uma latrina, um baú (trancado), uma estante e duas escotilhas: uma para estibordo e outra para a popa.

A mesa está coberta com um mapa naútico da região, um compasso, um candeeiro apagado, e o diário de bordo. Amon vê que Lorca não é muito fastididoso no preenchimento do registro – há apenas datas de saída e chegada em portos. A última é de Messantia, duas semanas atrás.

Ogan abre a porta da direita e encontra outro camarote. Este contem um beliche embutido, uma latrina, dois baús (trancados) e duas escotilhas: uma para bombordo e outra para a popa.

Do lado de fora, na chuva, Segetori olha desconfiado para Tritos. O marujo parece menos amendrotado, talvez pela indignação ou, simplesmente, por não mais estar sozinho no navio.

Vocês são mesmo do Luma? Um aquerônio, um kajutano e um celteriano juntos no meio do Labirinto é meio estranho. Parece uma piada.

Sim, tem óleo nos candeeiros.
This message was last edited by the GM at 00:05, Mon 31 Jan 2022.

O celteriano escutas as palavras ácidas de Segetori, mas não reage a elas. Ele continua mantendo a guarda e observando se há alguma movimentação estranha.

Humm, nada de anormal por aqui. Amon sai levando apenas o candeeiro. Ele atravessa o corredor e fala com Ogan pela porta. Encontrou alguma coisa?

Assumindo que fomos para fora depois.

Não tinha nada de suspeito na cabine. O último registro de parada é de duas semanas atrás, em Messantia. Ele olha para o marujo, esperando alguma reação.

O sacerdote então da com ombros. Não tem jeito, acho que teremos que procurar o capitão para tentarmos sair dessas rochas. Isso pode nos ajudar a andar por ai. Disse, mostrando o candeeiro.

Isso. Saímos de Zargos, diz Segetori sem elaborar.

Messantia é a capital de Zargos.
This message was last updated by the GM at 03:43, Mon 31 Jan 2022.

Ogan estava saindo do camarote, sem suspeitar de nada, dizendo: Escuta, Amon, vamos acendendo esses candeeiros..., quando o ouviu citar o diário do capitão.

Deixaram Messantia há duas semanas?! Então, vocês estão há dias encalhados!, exclamou. Se é que você era tripulante dessa nau. Cismado, o kajutano deu meia-volta, entrou no camarote de novo e abriu as duas escotilhas, esquadrinhando o recinto.

Esse aí entende tudo de navegação, diz zombeteiro Segetori, depois que Ogan entra de novo no castelo.

Vento e chuva entram no camarote com as escotilhas abertas. Não há nada aparente do que aquilo que Ogan ou Amon haviam visto anteriormente.

Você foi pro camarote do capitão?
This message was last edited by the GM at 00:36, Tue 01 Feb 2022.

Visto que não havia nada de esclarecedor, Ogan fechou as escotilhas e passou para a cabine do capitão. Lá ele abriu as gavetas sob o catre, examinou a estante, por baixo da mesa... sem fazer bagunça, mas aproveitando o tempo para vasculhar o lugar.
Encontrei chaves ou algo mais que fale sobre o capitão Lorca?

Enquanto o fazia, Ogan falava lá de dentro: Acho melhor pernoitarmos aqui. Dava breves pausas entre um e outro exame. Trocamos turnos de vigília, pro caso de alguém ver nosso sinal.

Aliás, lá no convés tinha algum sino? E um alçapão?

As gavetas têm roupas, a estante possui livros e mapas, e embaixo da mesa há uma caneca velha e uma garrafa com o que parece ser rum.

Não há sino, mas há a passagem pro convés inferior, que não é bem um alçapão, mas é quadrada e grande.

Se aventurar numa tempestade não era mesmo uma boa ideia. Já que tinham encontrado um local aparentemente seguro, Amon concordou em passar a noite no local. Boa ideia, melhor esperamos essa chuva passar. Vou dar uma olhada lá em baixo, deve ter um lugar mais confortável para descansarmos.

Se possível, eu acendo o candeeiro para olhar o convés inferior.

Tritos olhava pro horizonte, mas sem um lugar específico. Entre um clarão e outro tentava forçar a vista para ver se surgia algo nas ondas.

Eu concordo, não há necessidade de encarar isso novamente. Ele se volta para Segetori e tenta ser amigável mais uma vez, Seu capitão deve estar fazendo o mesmo, ele deve retornar pela manhã. Porém, o celteriano não acreditava nas próprias palavras.

Uma escada leva para o convés inferior. De cima, Amon vê mantimentos e algumas redes de dormir penduradas nas vigas de madeira.


Quem ia querer passar a noite numa galé encalhada? Ele vai voltar. Na verdade, já deveria ter... diz Segetori, ressabiado.

O sacerdote sobe um pouco as escadas, o suficiente para não precisar gritar para lhe ouvirem. Parece que está tudo seco, e eles tem redes. Podemos dormir aqui em baixo. Por hora, preferiu não falar da comida. Não queria dar a sensação de que eram saqueadores a Segetori.

Deixo a vigília com vocês, senhores. E voltou a descer. Amon não era soldado, então assumia que tarefas relacionadas não lhe seriam atribuídas, até mesmo em situações fora do comum.

Antes de deitar, ele tira a roupa molhada e a estica num canto, junto com a lona que carregava. Depois procura por alguma roupa ou panos secos, para conter o frio da noite.
This message was last edited by the player at 13:32, Wed 02 Feb 2022.

Tritos escuta o recado de Amon, Então realmente não tem mais ninguém aqui... Bem, o primeiro turno é meu. Vá para o seco também, afinal de contas é o seu barco, ele diz para Segetori.

Ogan já tinha saído da cabine do capitão e acendia os candeeiros, quando escutou o aviso de Amon. O guerreiro prendeu os candeeiros na parte mais alta da popa, torcendo para que seu brilho pudesse ser visto de longe.

Ele seguiu a iniciativa de Tritos, fazendo um meneio de concordância com a cabeça, e desceu para o convés inferior. À luz do candeeiro de Amon, o kajutano inspeciona os mantimentos.

Parecem muito velhos ou estragados? Há algo com que cozinhar e se aquecer?

Amon encontra várias peças de roupas pertencentes aos piratas. Há também mantas.


Segetori pondera em silêncio suas opções. Por fim, acata a sugestão de Tritos e desce para o convés inferior, mas antes cede sua lona para o celteriano. O marujo se despe, se enrola em um amanta e deita em uma rede mais ao fundo. Menos de meio minuto depois já está roncando.


O Toleima carrega uma quantidade razoável de mantimentos em bom estado, mas que não devem durar muito se a tripulação for grande.

Alguém mais vai ficar de guarda além do Tritos?

Ogan prepara uma refeição rápida para os quatro. Vai saber quando voltaremos a comer!

Depois de se alimentarem, o kajutano permanece acordado. Desce ao convés inferior às vezes, para vigiar Segetori; e noutras, sobe para fazer companhia a Tritos.

O que Segetori levava consigo por debaixo da lona?

Amon não pensava em comer, mas que Ogan preparou e se serviu. Que saudades da comida do templo. Havia semanas que não comia uma refeição decente.

Ver o marujo roncando confortou o sacerdote. Pelo menos não corro o risco de tomar uma facada enquanto durmo. Pouco tempo depois ele também já estava dormindo.

A proteção do convés, as mantas, as redes e o berulho da chuva lá fora criam um efeito embalador para os que estão lá embaixo.

Na chuva, Tritos começa a sentir o peso do cansaço e da ausência de companhia para distraí-lo.

Ogan e Tritos, rolem CON.  Falha, vocês dormiram; sucesso parcial, estão sonolentos.

Agora, parado, a chuva caia sobre si de forma constante. Mesmo com a água fria, os músculos do guerreiro começavam a relaxar e logo seus olhos começaram a piscar longamente. Ele sacode a cabeça para se manter acordado, pois tinha um pressentimento de que os tripulantes daquele navio, quando chegassem, não seriam nada amigáveis.

Tritos rolled 19 using 1d20.
This message was last edited by the player at 13:14, Thu 03 Feb 2022.

Ogan vai e volta do convés inferior algumas vezes, até dar-se por convencido que lá estava seguro e, também, até o cansaço lhe alcançar.

Por fim as pálpebras lhe pesavam tanto quanto as pernas. A chuva inclemente o obrigou a refugiar-se à porta do castelo, apoiado na sua espada e lutando para permanecer vigilante.

CON: 1d20 + 2 = 8