Lain:
Eu vou com você, Lain ofereceu. Em dupla podemos trabalhar mais rápido e dar cobertura um para o outro caso ainda tenham mais inimigos por aqui.
O soldado de Dervis acenou com a cabeça, concordando. Sem demora, ele foi até a Casa do Conselheiro e pôs-se ao lado da porta, com espada em riste, à espreita. Apenas as brasas do candeeiro de cada lado da porta iluminavam a entrada.
Lain tirou um virote do estojo que havia amarrado na cintura e armou a sua besta. Seguindo o método militar de
Andrós, a elfa se pôs do outro lado da porta, atenta a qualquer ruÃdo. Era uma porta exageradamente alta para um hobbit, mas na justa medida para vocês dois. Enquanto isso,
Namai mantinha seus filhos acobertados por trás da carruagem, como uma ave protegendo a sua ninhada, no meio da praça.
Certos de não haver nenhum sinal de movimentação, vocês dois abrem a porta ao mesmo tempo e esquadrinham todo o campo de visão, prontos para atacar. Mas o recinto estava deserto, às escuras e todo revirado.
Andrós apanha o candeeiro pendurado na parede externa e entra, vasculhando o ambiente com a ponta da espada.
Após um momento de hesitação,
Namai também entrou com os jovens hobbits e os fez se acomodarem. Ela levou o outro candeeiro para acender uma lareira, a fim de que se secassem.
A Casa do Conselheiro não tinha qualquer luxo na arquitetura ou na ornamentação. Segundo Namai, esse é um cargo que te escolhe, e não o contrário. Aqueles na comunidade que se provassem vocacionados para essa função recebiam muito mais responsabilidades do que qualquer benesse.
Era uma casa grande para os padrões hobbit, com algumas estantes tombadas, outras de pé, cheia de livros e pergaminhos espalhados. As janelas estavam pregadas com tábuas por dentro. Havia um cheiro de mofo, como se estivesse trancada já há um bom tempo. Os jovens se amontoaram sobre uma bela tapeçaria, à beira da lareira.
Enfim, uma cena reconfortante...
O que você faz, Lain?
* * *
Oriag,
Dukac e
Branco avançaram pelo caminho de onde os besteiros tinham vindo. O ladino ia à frente, tendo de aguçar a vista sob aquela garoa gelada, contendo a dor da ferida no abdômen. Só se ouvia o murmurinho da chuva sobre as plantas, Poaret parecia abandonada.
Vocês três prosseguiram cautelosamente, contornando o morrote por essa trilha quase às cegas. Sentia-se o chão cada vez mais cascalhoso, o que fez com que vocês andassem ainda mais lentamente, para evitar o barulho... até alcançar o outro lado desse morrote, quando
Branco fez sinal para que vocês parassem.
Mais adiante, além da curva, tem alguma fonte de luz. Tochas, talvez. Cuidadosamente, o ladino se esgueira, tentando ver o que há mais além. É difÃcil ajustar a vista nessas condições, ainda mais contra a fonte de luz!
Branco estica o corpo mais um pouco para a frente, até que consegue divisar o cenário: é um terreiro, a frente de lavra de uma mina.
Há uma fogueira pequena, queimando na entrada da cava. O estranho é que a entrada parece estar bloqueada por uma enorme grade de ferro...
ZZUUUP! Um virote passou raspando a cabeça de
Branco, que recuou de imediato, o coração a mil!
O que vocês fazem?