Já longe das comunidades hobbits, nos limites de Latagam,
Branco decidiu parar para comer e tratar das suas feridas. Abrigou-se sob arbustos e se repousou.
Mordiscava aquela bolacha seca aos poucos, à medida que envolvia seu tronco de ataduras. Entre uma fisgada e outra no abdômen, pensava nos próximos passos da viagem.
De repente, uma revoada de pássaros chamou a sua atenção. Um rebuliço crescente tomava os arredores. Por instinto,
Branco reuniu suas coisas e, ao sair detrás dos arbustos, viu uma horda de goblins marchar para leste, beirando a mata!
Eram dezenas deles! Alguns viram o ladino e dispararam flechas na sua direção.
Branco correu mata adentro, mas estes o perseguiram com seus grunhidos histéricos.
Branco rolled 7 using 2d6+1 (WIS)
Mas que demônios fazem tantos goblins viajando de dia?!
Numa manobra arriscada,
Branco escalou um carvalho e deitou-se, na esperança de que não o vissem. A ferida no abdômen voltou a sangrar. Os goblins chegaram bem perto do carvalho, farejando. O ladino estava para arremessar uma das suas adagas, quando eles decidiram retornar à tropa.
Foi por pouco!
(...)
Por conta desse incidente,
Branco chegou em Dervis já tarde da noite. A cidade estava escura, deserta e o ladino só encontrou hospedagem num pé sujo do bairro portuário. O acerto de contas teria de ficar para o dia seguinte.
(-1 moeda)
* * *
Dukac:
(...) Mas nós não desistiremos sem lutar! A maior glória do meu povo é morrer em batalha e eu estou disposto a treiná-los para terem essa mesma glória! Muito bem quem está comigo?!
O bárbaro notou que a retórica da morte gloriosa não cativava os hobbits. Nem um pouco. A rapidez com que o grupo se juntou para escutá-lo foi a mesma com que se dispersaram, indignados.
Lain:
Cahnora... Um aperto machucou seu peito.
A mente de
Lain foi levada até a sua cidade natal... ou melhor, à s ruÃnas de Cahnora! Todo o esplendor da sua terra fora reduzido a cinzas. No lugar, agora ermo, não parecia ter restado nenhum resquÃcio de vida.
Então, a visão de
Lain foi subindo, subindo... E, do alto, pôde ver colunas de poeira se erguendo da mata que leva ao litoral.
Tropas de Daesha! Seus exércitos iam na direção da costa, onde uma frota de naus de guerra os recebia.
De súbito, seu campo de visão foi puxado para um ponto, alguém de costas... conforme o rosto se virava na direção de
Lain, dava a ver todas as veias negras (que dão nome à sua raça corrompida) no rosto e no pescoço. Mas o rosto não se virou por completo. Deteve-se de lado e voltou os olhos verdes, perversos, para você. A figura deu uma risada feminina, triunfante.
Lain sentiu um frio intenso na barriga e guardou o colar imediatamente.
* * *
À noite, os aldeões se reuniram na praça novamente. Sobre as cinzas da fogueira anterior, eles ergueram uma muito maior.
A cerimônia prestes a ser celebrada seria conduzida apenas pelas mulheres da vila. Todos os demais sentaram-se sobre tapetes num grande cÃrculo em torno da fogueira.
Enquanto as mulheres pintavam seus corpos e afinavam seus tambores,
Lain aproveitou para se sentar ao lado do conselho dos mais velhos e levar suas propostas.
Lain:
(...) Vamos precisar de todo o material disponÃvel para construir barricadas, fortificações e armadilhas. Podemos usar o entulho dos edifÃcios já parcialmente quebrados, mas não é suficiente. Algumas casas terão que vir abaixo completamente para nos garantir mais recursos. Não é minha intenção destruir a vila, mas infelizmente precisamos nos proteger como pudermos. Podemos usar as madeiras como lanças ou cercas, as pedras como barreiras e trincheiras, palha para encobrir fossos e armadilhas. Tenho a compreensão e o apoio dos senhores?
Os membros do Conselho cochicharam entre si por um tempo. DaÃ,
Yulot respondeu por eles, resignado:
Faremos o que for preciso, jovem. Vocês têm o apoio do Conselho. E com um meneio encerrou a conversa, pois a cerimônia estava começando.
O canto polifônico das mulheres inundou a atmosfera! Naquela noite fria elas reproduziam um ritual antigo, herdado dos seus ancestrais nômades. E quando os tambores zoaram feito trovões, foi como se o próprio peito fosse explodir!
As mulheres circundavam a fogueira num bailar sensual, quase hipnótico. Seu canto crescia em intensidade e os ouvintes eram tomados de arrepios. Além da profunda reverência pelos ancestrais, havia também uma marcialidade nos cânticos. Era um chamado à batalha!
Dukac começava a sentir um maior apreço por essa gente que, afinal de contas, não era tão diferente assim da sua. Sentiu até uma saudade do seu próprio lar...
Uma após a outra, elas entravam em transe, entoando notas guturais que se mesclavam ao vento, como assobios. Quando isso ocorria, alguém passava dois dedos de tinta nas suas faces, riscando um sÃmbolo sagrado.
Foi então que duas delas vieram até
Dukac: uma descobrindo-o do seu manto de pele; a outra, puxando-o pela mão para a roda. O bárbaro lembrou da sua visão de morte e sentiu um calafrio.
Sem se dar conta, uma delas soprou-lhe um pó branco na cara e
Dukac entrou na roda. Começou a dançar também, meio desajeitado a princÃpio... mas à medida que ele também entrava em transe, foi se entregando ao chamado guerreiro. Aqueles sentados ao redor começaram a bater palmas, no ritmo, soltando brados alegres.
Logo, quando o ritual atingiu seu clÃmax,
Dukac soltou um urro do fundo da alma e a música cessou. Ele ficou lá, bufando, e as hobbits levaram até ele uma arma inusitada: facões descomunais, unidos por uma corrente.
O ferreiro hobbit havia gravado nas lâminas as mesmas runas que
Dukac levava no corpo.
Assim o bárbaro foi consagrado nos ritos de Poaret,
Lain conquistava a confiança do Conselho e seguiu noite afora o último festejo antes da batalha.
(Moral dos hobbits: -1)
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