Branco não encontrou nada que fosse de valia entre os corpos. Além dos seus pertences, o ladino coletou também os dois caninos do troll (grandes como punhais) -- mas não sem experimentar o terrível asco de extrai-los daquela bocarra fedorenta.
Aliás, isso mesmo chamou-lhe a atenção: o fato de os orcs não levarem nada consigo, vestirem armaduras e mostrarem um comportamento mais ou menos organizado.
Deviam ser patrulha de alguma milícia local, pensou.
Uma neve bem fininha começou a bailar ao sabor do vento.
Todos se assearam como puderam à beira do córrego. Apenas
Dukac atreveu-se a despir-se e se banhar naquelas águas gélidas. Ele foi o último a achegar-se ao fogo, já azul de frio (e sem admiti-lo, graças ao típico orgulho kirahniano!).
Uma vez alimentados e aquecidos,
Branco e
Dukac logo pegaram num sono pesado.
Lain aproveitou a quietude para entregar-se às suas preces e contou com a companhia de
Cree para montar guarda no acampamento.
* * *
Estava tudo muito escuro. O calor das brasas da fogueira mal atenuava o frio da madrugada.
E, embora fosse reconfortante, o absoluto silêncio da mata causava certa inquietação... algo não parecia estar certo.
Subitamente,
Lain ouviu um pisotear já bem próximo dela! Não teria tempo de reação!
E por que Cree não latiu?!
A elfa sentiu um leve chute no pé.
Está na hora, disse o bárbaro acordando-a. Pelo visto, o cansaço a venceu antes do fim da vigília, mas felizmente não houve nenhuma intercorrência.
A neve ainda precipitava, a despeito dos tímidos raios de sol que douravam as árvores secas e retorcidas.
* * *
O grupo retomou a trilha e, apesar do solo lamacento e dos ventos cortantes, a viagem não demorou muito até que alcançassem o limite de
Latagam. O problema é que estavam bem mais ao norte do que deveriam, o que resultou em mais meio dia de cavalgada até verem o portão norte de
Sharu.
Se quiserem, um de vocês pode rolar a função de quartel-mestre. O resto não precisa.
Ao longe, via-se o famoso povoado, agora militarizado. Das fortificações pendiam os estandartes málvaros. E, ao longo da via de acesso, de ambos os lados, estavam expostos corpos empalados. Um cartão de visitas ainda mais chocante de perto -- não apenas pela repugnância...
Conforme vocês avançaram,
Lain notou o espanto dos seus companheiros diante de dois corpos em particular.
Branco e
Dukac só os reconheceram pelas vestes:
Jonin e
Gyles.
Lá na frente, já em face do portão, um velho mercador e sua carroça de feno foi barrado pelos sentinelas: dois orcs, que revistaram a carroça, espetando a pilha de feno com suas armas, antes de permiti-lhe a entrada no povoado.
Curiosamente, os sentinelas usavam equipamentos bem parecidos com aqueles que vocês mataram na floresta.
O que vocês fazem?