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, welcome to A conquista de Uhter

02:18, 8th May 2024 (GMT+0)

05. Conhecendo o Inimigo.

Posted by NarradorFor group 0
Lain
player, 60 posts
Tue 15 Jun 2021
at 15:40
  • msg #43

05. Conhecendo o Inimigo

Lain não sabia se era o frio que começava a aumentar ou se tinha sido a noite mal-dormida, mas sua disposição durante o resto da viagem não era das melhores. E ter dividido a montaria com Branco havia sido desconfortável, para dizer o mínimo. Havia algo de inquietante naquele homem. O ladino era decididamente alguém que ela não conseguia entender. Dukac era fácil, suas intenções eram sempre claras, sua linha de raciocínio sempre simples. Branco não.

Branco havia abandonado Poaret quando eles mais precisavam, apenas para voltar alguns dias depois sem a menor explicação. Tentara se aproveitar do tesouro de Omak sem mostrar nenhuma consideração com a vila destruída, mas não fugiu ou ameaçou ninguém quando acusado — injustamente — de assassinato. E agora seguia em mais uma missão confiada pela própria Sábia antes de partir desse mundo! Até o ataque ao troll fora uma surpresa: ele poderia ter fugido ou se escondido, mas optou por arriscar a própria vida. Podia ter sido o corpo de Branco caído na relva, em vez do cavalo.

O troll! Lembrar do troll a fez soltar um grunhido. A irritação da noite anterior já tinha se dissolvido, mas ela ainda custava a crer que o bárbaro realmente tivesse achado que enfrentar um troll era uma boa ideia. Já teria sido péssima na luz do dia, mas no breu daquela noite de inverno ficava ainda mais insana! Ela não negava que havia desenvolvido uma certa afeição, quase um carinho, pelo brutamontes (a franqueza com que ele encarava as coisas era por vezes encantadora), mas às vezes achava que ele estava tão ocupado usando os músculos que acabava se esquecendo de usar o cérebro. Lain sempre fora tão cuidadosa ao transitar pelas florestas e bosques que aquela atitude irresponsável lhe soava como um disparate! Mais uma loucura dessas e não chegamos em Huur inteiros...

Quando enfim alcançaram Sharu, ela sentiu um frio percorrer a espinha, e isso nada tinha a ver com a temperatura. A visão da cidade não era nem um pouco amigável, muito pelo contrário. Era evidente que forasteiros não seriam muito bem acolhidos ali, no máximo tolerados. Inimigos, menos ainda. Sharu não parecia ser o tipo de cidade que guardava prisioneiros. Ao menos não vivos. Os corpos empalados eram uma mensagem mais do que clara. Pelos deuses, eles não estão de brincadeira! Uma palavra errada e a gente já era...

Branco e Dukac se demoraram em dois em particular, e isso só aumentou seu mau pressentimento sobre aquele lugar. Conhecidos? ela perguntou em voz baixa. Ela engoliu em seco, torcendo para o plano que tinham traçado durante a viagem desse certo. Quanto mais sabia sobre os málvaros, mais os detestava. E mais claro ficavam as semelhanças entre eles e os elfos negros. Um incômodo cresceu dentro dela.

Branco desceu do cavalo, se preparando para se apresentar, e Lain apertou mais o lenço sobre a cabeça, tentando encobrir o rosto. Não pretendia chamar mais atenção do que o necessário, apesar de que, estando do lado de um bárbaro do tamanho de Dukac, dificilmente a atenção de alguém caíria sobre ela. Também olhou para Cree e acenou discretamente a cabeça para tranquilizar o animal. Ela já tinha percebido as orelhas em riste do lobo e o começo de um rosnado baixo, quase imperceptível. Cree costumava ser obediente, mas acima de tudo, ainda era selvagem.

Branco:
Olá senhores. Sou um mercante em viagem e trago comigo meus guarda-costas, Estamos em uma longa viagem para o norte e precisamos repor nossos suprimentos e um lugar quente para passar a noite. Gostaríamos de nos recompor nas estalagens do povoado, se nos permitir entrar.


Lain ficou calada e manteve a pose austera, que ela achava que cabia ao papel de um guarda-costas, durante a fala de Branco. Evitou ao máximo o contato visual com os orcs da entrada. Felizmente Cree, a seu lado, no chão, também se controlou.
Dukac, O Sanguinario
player, 156 posts
Tue 15 Jun 2021
at 23:10
  • msg #44

05. Conhecendo o Inimigo

Dukac não considerou a temperatura para decidir entrar no rio. Isso lhe custou algumas horas de sono, enquanto secava o corpo e as roupas ao lado da fogueira. O bárbaro contraiu os músculos para não expor o frio. De nada adiantou, pois era óbvio que ele estava com frio e havia sido uma decisão idiota. Mas ao menos o sangue estava completamente lavado.

19:56, Today: Dukac, O Sanguinario rolled 4 using 2d6. Quarte-mestre

Dukac acordou pela manhã com Branco chutando terra na fogueira. Ele arrumou o cavalo e foi em busca de Lain, que estava escondida, dormindo encostada em uma árvore. Logo que terminaram os preparativos, partiram para Sharu. No caminho, Branco repassou o plano e os dois prontamente concordaram. Mas eles não esperavam encontrar os corpos de seus antigos companheiros expostos. De fato, muito tempo já havia se passado desde que se separaram, mas o bárbaro não esperava um fim tão humilhante para os companheiros. Seu sangue ferveu e o primeiro sentimento foi de vingança. Malditos, irão pagar! Apesar do sentimento, Dukac se manteve no personagem enquanto Branco persuadia os guardas. Ele estava pronto para voar na garganta de um deles, caso fossem descobertos.
Narrador
GM, 196 posts
Thu 17 Jun 2021
at 17:47
  • msg #45

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

Branco:
Olá senhores. Sou um mercante em viagem e trago comigo meus guarda-costas, ele diz enquanto aponta para Lain e Dukac. Estamos em uma longa viagem para o norte e precisamos repor nossos suprimentos e um lugar quente para passar a noite. Gostaríamos de nos recompor nas estalagens do povoado, se nos permitir entrar.

Narrador, on behalf of Branco, rolled 6 using 2d6 ((1,5)).
Branco tem +1 XP.


Enquanto Branco apresentava-se aos guardas orcs, estes o encaravam com um misto de antipatia e desconfiança. Um deles deu uma cusparada barulhenta, durante a sua fala, sem tirar os olhos do pretenso "mercador".

Lain e Dukac mantiveram-se montados, tentando passar-se convincentemente por guarda-costas.

E o que exatamente você vende?, questionou um oficial recém saído dos portões.


Seu tom era de desprezo e seu olhar, malicioso.

O oficial em comando passou direto por Branco e foi conferir mais de perto seus supostos guarda-costas. Não vejo mercadorias; apenas armas..., disse olhando tudo atentamente, e uma elfa!, completou encarando Lain com um sorriso.

Cree encrespou-se e pôs-se a rosnar para o homem.

Com efeito, entre os corpos empalados, havia muitos humanos e hobbits; alguns poucos anões; e nenhum elfo.

Todavia, não ficou claro se isso se tratava de um verdadeiro controle de acesso ou de mera intimidação.

O sol já se punha e alguns corvos grasnavam.

O que vocês fazem?

Lain
player, 61 posts
Fri 18 Jun 2021
at 01:12
  • msg #46

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

O sorriso do oficial só serviu para deixar Lain ainda mais alarmada. O olhar não parecia ser de mera curiosidade, mas sim de algo muito pior. Por isso, ela não se surpreendeu com os rosnados de Cree, o animal já havia se controlado até demais. Mas evitando piorar a situação, a elfa permaneceu impassível em cima do cavalo, conjurando todo o seu auto-controle e calculando suas palavras.

Peço perdão pelo comportamento do lobo, ele está apenas tentando me proteger. Mas não irá atacar sem meu comando, ela falou. Minha etnia não é relevante, senhor, fui apenas contratada para guiar o mercador até seu destino, ao norte daqui. E nossas armas são exclusivamente para nos defendermos de possíveis salteadores no caminho. Como deve saber, as estradas hoje não são tão seguras como antigamente. Lain ergueu os olhos até as muradas da cidade. Vejo que também estão muito bem protegidos, então sei que entende nossa cautela. E, se voltando novamente para o oficial, forçou o sorriso mais amável que conseguiu. Já está escurecendo, tenho certeza que um oficial de sua patente poderia autorizar nossa estadia essa noite. Não traremos problemas para a cidade, tem a minha palavra.
Branco
player, 144 posts
Fri 18 Jun 2021
at 01:43
  • msg #47

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

quote:
E o que exatamente você vende? Não vejo mercadorias; apenas armas...e uma elfa!

Branco já estava de certa forma preparado pra isso e queria resolver pelo menos uma coisa da forma mais fácil.

Ora meu caro, nem toda mercadoria precisa ser grande. Sou um mercador diferente, trabalho por encomenda... pedidos exóticos para ser mais preciso. Apenas um desses aqui, ele diz enquanto exibe o dente do troll, na mão de quem sabe onde vender vale uma fortuna. O ladino logo guarda o objeto, não dando chance a uma inspeção minuciosa. Mas se ainda tens dúvida podemos negociar, ele diz enquanto balança discretamente sua pesada bolsa de moedas de ouro, afinal de contas todos estamos tentando ganhar a vida aqui, não é mesmo?

Vou deixar o mestre rolar o CHA pra inserir suspense.
Dukac, O Sanguinario
player, 157 posts
Fri 18 Jun 2021
at 02:24
  • msg #48

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

Dessa vez Dukac se manteve calado e com a cabeça abaixada, deixando o capuz cobrir a maior parte do rosto. Seus companheiros pareciam estar contornando bem a situação, não era necessário intervir, por enquanto. O bárbaro aproveitou a conversa e olhou disfarçadamente ao seu redor, tentando entender quem mandava e o que estava para acontecer.

O que aconteceu aqui recentemente?
O que está para acontecer?
Quem realmente está no controle?


23:17, Today: Dukac, O Sanguinario rolled 10 using 2d6.  Discern Realities.
Narrador
GM, 197 posts
Fri 18 Jun 2021
at 10:19
  • msg #49

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

Lain:
(...) Já está escurecendo, tenho certeza que um oficial de sua patente poderia autorizar nossa estadia essa noite. Não traremos problemas para a cidade, tem a minha palavra.

Enquanto a elfa tentava dobrar o sujeito, Dukac perscrutava o seu redor com atenção.

quote:
O que aconteceu aqui recentemente?

Visivelmente, as fortificações do povoado foram recém-instaladas. A madeira ainda era nova, mal tinha secado. Os málvaros ocuparam militarmente esse povoado, talvez pela localização estratégica. E, pelo trato que estão dando ao povo, certamente estão gerando insatisfações...

quote:
Quem realmente está no controle?

O traje militar desse homem sugerem que ele deva ser o chefe da guarda, ou algo do tipo; ou seja, a mão armada do verdadeiro mandatário político.

quote:
O que está para acontecer?

À medida que escurece, a temperatura está caindo rapidamente. Flocos de neve mais grossos começam a encharcar o ambiente. E o oficial está perdendo interesse em vocês na mesma proporção. Provavelmente está para ocorrer a troca da guarda e não custaria muito convencê-lo a deixá-los em paz.

E foi só Dukac concluir esse raciocínio, que Branco arrematou a discussão.

Branco :
Ora meu caro, nem toda mercadoria precisa ser grande. Sou um mercador diferente, trabalho por encomenda... pedidos exóticos para ser mais preciso. Apenas um desses aqui, ele diz enquanto exibe o dente do troll, na mão de quem sabe onde vender vale uma fortuna. O ladino logo guarda o objeto, não dando chance a uma inspeção minuciosa. Mas se ainda tens dúvida podemos negociar, ele diz enquanto balança discretamente sua pesada bolsa de moedas de ouro, afinal de contas todos estamos tentando ganhar a vida aqui, não é mesmo?

Narrador, on behalf of Branco, rolled 9 using 2d6.  Lábia.

O oficial olhou de soslaio para seus subordinados e aceitou o suborno, pondo fim à encenação. Aparentemente, ele estava convencido da sua história e fez um gesto para que os orcs dessem passagem a vocês pelos portões.

Branco gastou 20 moedas


A essa hora, poucas pessoas transitavam -- a passos rápidos, rostos tristes e assustados. A chegada de forasteiros atraiu olhares curiosos, mas discretos.

O que vocês fazem?

Por exemplo, se forem a uma taverna, podem dirigir-se já ao taverneiro
Branco
player, 145 posts
Fri 18 Jun 2021
at 11:28
  • msg #50

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

Branco retira as moedas da sacola com tanta descrição que apenas os que prestam muita atenção percebem. Quem sabe quantas vezes o ladino já não tinha feito isso? Após liberada a passagem ele entra no povoado ainda a pé observando primeiro as construções. Ao avistar o que parecia ser a taverna ele logo se direciona para lá, e Lain e Dukac o seguem em um passo lento dos cavalos. Eles não perguntam o que o ladino iria fazer, era óbvio que precisavam de um lugar para dormir. Todos entram e o albino se direciona ao balcão, enquanto os outros logo sentam em uma mesa.  Boa noite, vou querer três bebidas quentes. Diz o ladino apoiando apenas um braço no balcão enquanto olha de cabeça baixa em volta. E também 3 acomodações para passar a noite. Enquanto o taverneiro prepara a bebida Branco tenta sondar qualquer informação, Parece que os tempos estão difíceis aqui, einh?
Lain
player, 62 posts
Fri 18 Jun 2021
at 15:32
  • msg #51

05. Conhecendo o Inimigo

Lain respirou aliviada ao perceber que a estratégia de Branco havia dado certo. Tudo que ela queria era comer alguma coisa e descansar.

Do lado de dentro dos portões, Sharu parecia ainda mais sombria e escura. Branco seguiu na frente, provavelmente tinha os olhos treinados pra encontrar com rapidez o lugar que procurava e, cansada como ela estava, Lain ficou grata de não ter que se preocupar com isso.

As ruas estavam quase vazias aquela hora, mas, a medida que se entranhavam pelo lugar, Lain não deixou de perceber que o ar lúgubre da cidade também se refletia nos rostos abatidos das pessoas. Se compadeceu na mesma hora.

Branco parecia ter enfim encontrado um lugar para os acomodar aquela noite, e entrou sem ver necessidade de se dirigir aos companheiros. Estavam os três visivelmente exaustos aquela altura, provavelmente todos pensando apenas em ter algum lugar aquecido para escapar do frio. Lain e Dukac então se apressaram em amarrar os cavalos do lado de fora do edifício, com Cree montando guarda ao lado dos animais, e o seguiram. O ar quente da taverna era reconfortante.

Logo procuraram uma mesa e, enquanto Branco se dirigia ao balcão, Lain se sentou ao lado oposto ao bárbaro. Primeiro se certificou de que não havia ninguém os espiando ou ouvindo sua conversa e, quando se deu por satisfeita, se inclinou para frente e falou em voz baixa, mas com urgência. Dukac, precisamos fazer alguma coisa! As pessoas dessa cidade estão miseráveis, não podemos fechar os olhos e deixar que esse povo continue sendo oprimido dessa maneira!
This message was last edited by the player at 15:34, Fri 18 June 2021.
Dukac, O Sanguinario
player, 158 posts
Sat 19 Jun 2021
at 20:47
  • msg #52

05. Conhecendo o Inimigo

Não era surpresa para o bárbaro um guarda aceitar suborno, sabia que poucos vivem apenas pela glória da batalha!

Ao chegar em uma cidade, era de seu costume entrar com o peito estufado, para intimidar os aldeões. Dessa vez ele teve que conter o hábito e deixar o orgulho de lado. Entrou na cidade bem encolhido, evitando chamar atenção. Mas não deixou de notar a desolação do povo. O temor dos aldeões era tanto que, ao cruzar olhares com um deles, o pobre coitado virou o rosto rapidamente e partiu desorientado. Dukac sentiu seu corpo esquentar, da mesma forma quando ouviu o clamor de Poaret. Ele olha discretamente para os postos de vigia e tenta calcular a quantidade de soldados pela cidade.

Dukac foi o último a entrar na taverna, perdeu um pouco mais de tempo retirando as bolsas dos cavalos. Mesmo com a cidade vigiada, os tesouros eram valiosos demais para serem deixados do lado de fora.
Lain:
Dukac, precisamos fazer alguma coisa! As pessoas dessa cidade estão miseráveis, não podemos fechar os olhos e deixar que esse povo continue sendo oprimido dessa maneira!

TOC! Ele bate de leve na mesa. Também estou revoltado! Mas seria muito arriscado, se um deles fugir vai estragar todo o plano!
Narrador
GM, 198 posts
Sun 20 Jun 2021
at 16:10
  • msg #53

05. Conhecendo o Inimigo

Lain e Dukac levaram os cavalos à estrebaria, enquanto Branco providenciava acomodações na estalagem local.

O bárbaro recolheu os alforjes e pôs-se a examinar as defesas do lugar, enquanto a elfa entregava os cavalos aos cuidados do estribeiro. Aparentemente, havia um par de arqueiros vigiando cada uma das quatro torres que cercavam o povoado; um par de soldados dentro e fora dos portões; e, eventualmente, um par de sentinelas patrulhando as ruas -- todos orcs.
Lain gastou 2 moedas

Aliás, a tática de vigilância era bem parecida com a de Poaret.

Lain cutucou Dukac, que ruminava ideias de rebelião, e indicou a taverna com a cabeça. Do alto da entrada pendia uma placa de madeira, com o entalhe já gasto: "Cova da onça".

As grossas paredes de pedra ocultavam a farra que ocorria lá dentro. Sob a débil iluminação de velas e o ar fumacento, um grupo de humanos bebia e badernava sem o menor decoro. Em menor número, alguns orcs participavam de maneira mais tímida e submissa; além de... meio-orcs?! Ou melhor, acompanhantes meio-orcs!



Málvaros.

Entre eles havia também mulheres humanas dos militares, mas a bebedeira era dos homens.

Branco :
Boa noite, vou querer três bebidas quentes. E também 3 acomodações para passar a noite.

Parece que os tempos estão difíceis aqui, einh?

Foi só o ladino soltar a indireta, que uma mocinha, servindo aos oficiais málvaros, levou um tapa no traseiro. O taberneiro, provavelmente seu pai, quebrou o caneco para conter a raiva. Apenas Branco o percebeu.

Filha, disse ele com a voz embargada de cólera, sirva esses senhores, por favor, indicando a mesa onde Lain e Dukac se sentaram, e terminou com um aceno de confirmação para Branco.
Branco gastou 3 moedas

O sujeito que deu o tapa e o outro ao seu lado olharam para vocês três com cara de poucos amigos.

Lain:
Dukac, precisamos fazer alguma coisa! As pessoas dessa cidade estão miseráveis, não podemos fechar os olhos e deixar que esse povo continue sendo oprimido dessa maneira!

Dukac:
Também estou revoltado! Mas seria muito arriscado, se um deles fugir vai estragar todo o plano!


O que vocês fazem?

Branco
player, 146 posts
Mon 21 Jun 2021
at 02:04
  • msg #54

05. Conhecendo o Inimigo

Branco se junta ao grupo na mesa, que cochicha bem baixo. Eles param por um instante e pelo olhar de ambos logo o ladino entende sobre o que se trata. Esqueçam isso, não há o que se fazer aqui. A situação é completamente diferente de Poaret... Ele bebe um pouco de sua bebida quente e continua. Somos apenas três, isso aqui é morte certa! Devemos nos concentrar em nossa missão! Outros dependem de nós. Ele da uma olhada discreta em volta, sabia que o simples fato de estar discutindo isso já era perigoso. O ladino então, depois de mais alguns goles, tenta conduzir a conversa para outro caminho, afim de distrair a mente dos próprios colegas. Então, ele diz a Lain, o que exatamente você faz no continente? O que te faz querer ajudar todo infortunado que cruzamos?(Já sabemos a resposta da primeira pergunta, mas Branco não. Pra não perder tempo repetindo tudo pode colocar só que contou o que aconteceu, ou se quiser minta para ele.)
Lain
player, 63 posts
Mon 21 Jun 2021
at 15:55
  • msg #55

05. Conhecendo o Inimigo

Dukac:
Também estou revoltado! Mas seria muito arriscado, se um deles fugir vai estragar todo o plano!

Planos mudam, ela retrucou, ainda tentando manter a voz baixa.

Parou de falar quando uma jovem veio lhe trazer as bebidas. Mantinha os olhos baixos, submissos e aterrorizados, como muitos outros ali naquela cidade. Pelo canto do olho, Lain viu os oficiais málvaros os encarando, e, quando a mocinha deixou sua caneca na mesa, a elfa segurou de leve seu punho. Você está bem?

Mas vendo que os oficiais olhavam cada vez mais intensamente para o grupo, soltou a jovem. Idiotas, pensou com desprezo. Traga algo pra gente comer também. Um ensopado pra mim, por favor, do que tiver. E um pouco de pão.

E a elfa lançou outro olhar inconformado para Dukac.

Branco:
Esqueçam isso, não há o que se fazer aqui. A situação é completamente diferente de Poaret...

Lain revirou os olhos. E quem é você pra falar de Poaret, não é mesmo? Que eu me lembre, você decidiu deixar a cidade mesmo sabendo que ela estava em vias de ser atacada. Até hoje não entendi o que te fez voltar. Remorso, talvez?

Ela falou com um pouco de raiva, mas logo se arrependeu do tom. Decidiu pegar a caneca para se ocupar com a bebida e se acalmar. De fato arrumar uma confusão naquela taverna não serviria de nada, provavelmente só traria mais problemas — ainda mais com tantos homens embriagados e armados.

Branco:
Então, o que exatamente você faz no continente? O que te faz querer ajudar todo infortunado que cruzamos?

A pergunta a pegou de surpresa, mas ela entendia a curiosidade. Naqueles tempos, elfos eram realmente raros de se encontrar em boa parte do continente. E, aparentemente, as notícias do que havia acontecido com Cahnora e demais cidades élficas de Ayaram não haviam se espalhado tanto ainda.

Levou a caneca à boca para pensar se era prudente então revelar seu passado para eles, Branco principalmente — vai saber o que ele faria com essa informação? Mas ao devolver a caneca para a mesa, já tinha decidido. Afinal, Lain ainda queria estabelecer uma relação de confiança com Branco, e não poderia fazer isso com mentiras.

Então contou tudo: dos elfos negros, das guerras, das mortes, de como conseguiu escapar e embarcar para o continente. Omitiu alguns detalhes: não mencionou Daesha nem que Omak era um elfo negro ele próprio. Apesar da barulheira dentro do estabelecimento, não queria correr o risco de alguém ouvir e reconhecer aqueles nomes.

As cidades foram todas praticamente devastadas ou tomadas. Os que ficaram no caminho deles, morreram; os outros, aprisionados, provavelmente escravizados. Soa familiar, não acha? E ainda me pergunta por que quero ajudar essa gente?

Lain suspirou, recostando na cadeira. Olhava agora para lugar nenhum. Até hoje me sinto um pouco culpada por ter conseguido fugir enquanto tantos outros não tiveram a mesma sorte… Às vezes penso que devia ter ficado e feito mais pelo meu povo. Mas já que não posso mudar isso, o mínimo que posso fazer agora é ajudar quem precisa. Tentar salvar algumas vidas, pra compensar as tantas que foram perdidas.
This message had punctuation tweaked by the player at 15:56, Mon 21 June 2021.
Dukac, O Sanguinario
player, 159 posts
Mon 21 Jun 2021
at 17:55
  • msg #56

05. Conhecendo o Inimigo

Dukac vê mais abusos na taverna e só aumenta sua vontade de dizimar o inimigo. Sem prisioneiros! Ele passou a reconsiderar as mudanças no plano.

Dukac
também fez seu pedido, depois de Lain terminar o seu com a garçonete. Pode me trazer uma carne assada, a maior que tiverem.

Quando ela se afastou, ele continuou seu raciocínio. Contei quatorze guardas lá fora. O problema são os arqueiros, estão espalhados pelas torres e podem soar o alarme. Seria mais fácil se estivessem todos juntos, não teriam para onde correrem. Ele fez uma pausa e olhou para os lados. Como bêbados em uma taverna!

Os dois olharam para o bárbaro com os olhos arregalados, parecia que ele estava insinuando que a matança começasse ali mesmo, mas logo se explicou melhor. Mas tem muitos moradores aqui, poderiam acabar morrendo na batalha. Lain, principalmente, soltou um suspiro de alívio ao ouvir palavras prudentes do bárbaro.

Melhor agirmos na madrugada, assim o povo não irá correr perigo. Além disso, os guardas estarão desatentos, mais fácil para um ataque surpresa.
Lain
player, 64 posts
Mon 21 Jun 2021
at 20:30
  • msg #57

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

Lain abriu um sorriso ao ver que o bárbaro concordava com ela: aquela situação era inaceitável!

Dukac:
Melhor agirmos na madrugada, assim o povo não irá correr perigo. Além disso, os guardas estarão desatentos, mais fácil para um ataque surpresa.

Ela balançou a cabeça, concordando. Sim, também acho... mas não temos como fazer nada essa madrugada. Estamos cansados, sem bons equipamentos... eu precisaria de mais flechas também. Ficou pensativa por um tempo, tentando achar uma solução. Sair dali sem nem ao menos tentar ajudar os moradores de Sharu já estava fora de cogitação para a elfa. E se ficarmos um dia a mais na cidade? Podemos observar melhor as rotinas dos soldados, comprar alguma coisa, nos armar melhor... se alguém desconfiar, inventamos alguma coisa. Algum problema com os cavalos, não sei, um contratempo qualquer.

Lain olhou para Dukac esperançosa. Sabia que ainda precisaria convencer Branco, mas se contasse com a ajuda do bárbaro, já seria muito mais fácil.
Narrador
GM, 199 posts
Tue 22 Jun 2021
at 17:24
  • msg #58

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

A menina levou os canecos de cerveja até vocês.

Dukac:
Pode me trazer uma carne assada, a maior que tiverem.
Lain:
Traga algo pra gente comer também. Um ensopado pra mim, por favor, do que tiver. E um pouco de pão.
Lain:
Você está bem?

A atendente ficou ruborizada e os olhos marejaram. Ela fungou rápido, passando a mão no rosto, fazendo que "sim" com a cabeça e saiu imediatamente, levando os seus pedidos à cozinha.

E, enquanto vocês aguardavam o pedido, a esbórnia dos málvaros continuava -- barulhenta e afrontosa. Lain acabava de falar de seu passado e das suas motivações, quando a atendente retornou e pôs a mesa.

Pelo visto a cultura local, inclusive a culinária, tem fortes influências dos povos nômades de Huur. As bebidas são mais quentes e encorpadas, facilmente embriagantes; as comidas, à base de muita carne e leite. A menina entregou a cada um um prato com um pão chato e borrachudo e uma farta porção de cuscuz apimentado. Depois, ela levou ao meio da mesa um caldeirão de carne ensopada com creme de leite azedo.

*   *   *

O jantar transcorreu -- dentro do possível -- calmamente. Vocês debatiam, à meia voz, as possibilidades de insurreição e, aos poucos, a vozeria dos outros diminuía. Os homens foram se dispersando, tropeçando de bêbados e arrastando suas acompanhantes, uns para as alcovas, outros para fora da taverna.

Ao lado do balcão, havia umas escadas que levam a um andar subterrâneo.

Terminado o jantar, o taberneiro veio à mesa até vocês: Espero que estejam satisfeitos! Sinto dizer que a casa hoje está cheia. Terei de instalá-los no mesmo cômodo, se não se incomodarem.
Vocês deram mais 3 moedas ao taberneiro

(Pressuponho que vocês aceitem se alojar assim mesmo)


Pedirei à minha filha que os acomodem. Obrigado!

A menina havia indicado a última porta do corredor, à esquerda.

No meio da escada, descendo, e ao longo do corredor, no andar de baixo, vocês passaram por dois orcs de vigia. Eles os encararam de forma intimidadora, mas nada disseram. O corredor estava iluminado por braseiros, pendurados nas paredes.

Aparentemente, a festa passou do andar de cima para as alcovas. De ambos os lados do corredor ecoava a libidinagem dos homens com as suas acompanhantes.

As paredes eram feitas de grandes blocos de pedra e, por causa da pouca ventilação, o ar era denso e cheirava a mofo. O quarto de vocês era modesto, mas aceitável. Em pouco tempo, a filha do taberneiro trouxe-lhes três mantas grossas e acendeu um braseiro no interior do cômodo. Ela se despediu com uma tímida mesura...

... Contudo, antes de ir embora, os seus olhos, nervosos e inquietos, encontraram-se com os de Lain. Ela abriu a boca, mas a princípio as palavras não saíram. A pobrezinha estava realmente assustada.

Estão vigiando vocês. Tomem cuidado!, disse baixinho e fechou a porta com pressa.
Lain
player, 65 posts
Tue 22 Jun 2021
at 22:46
  • msg #59

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

O andar subterrâneo era extremamente abafado, a despeito do frio da noite, e a algazarra no corredor, extremamente barulhenta. E não parecia que iria acabar tão cedo.

Agora os três estavam confinados no quarto no final do corredor, com orcs guardando a escada e pessoas por toda parte. Talvez passar por elas e sair para observar a cidade a noite nem seria problema, já que elas pareciam ocupadas demais para prestar atenção em qualquer outra pessoa, mas os guardas no único acesso para a rua certamente iriam suspeitar de uma saída na madrugada. As circunstâncias jogaram um balde de água fria nos planos de Lain e ela se sentou na cama, desanimada.

Devíamos ao menos fazer alguma coisa pela menina, ela falou. Só Deus sabe o que ela tem que aturar servindo aqueles homens!

Não seria muito, mas já que traziam todas as moedas de Omak, Lain decidiu que deixaria uma porcentagem de sua parte com ela. Ao menos assim aquele dinheiro sujo pode servir alguém que precisa de verdade...

Se virou para Dukac e Branco, tentando convencê-los a contribuir com alguma coisa que pudesse ajudar a jovem. A aflição em seu rosto era evidente, e partia o coração de Lain não poder fazer algo de mais concreto pela moça.

-100 moedas
This message was last edited by the player at 00:19, Wed 23 June 2021.
Branco
player, 147 posts
Tue 22 Jun 2021
at 22:56
  • msg #60

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

Branco desceu as escadas observando o local e a situação só confirmava cada vez mais o que ele já tinha certeza, era impossível tentar qualquer coisa naquela vila. Já dentro do quarto Lain insiste em ajudar a menina que lhes mostrava o lugar. Normalmente o ladino apenas viraria e a deixaria seguir seu destino. Mas uma pequena faísca o fez levantar e em ir em direção a garota. Ele lhe deu uma dose de óleo de Tagit e disse baixo em seu ouvido, Faça-o ingerir e ele terá um sono leve, isso pode te dar alguma chance. Sem dizer mais nada ele se vira para a cama e se prepara repousar.

-1x Oil of Tagit
Dukac, O Sanguinario
player, 160 posts
Wed 23 Jun 2021
at 00:04
  • msg #61

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

Os corredores eram especialmente apertados para Dukac. Ele se encolhe um pouco para poder chegar ao quarto. Tudo ali era espremido, e o bárbaro pensa que não é uma boa ideia batalhar ali, seria facilmente morto! Parece que a única opção é aproveitar a noite de sono e descansar por completo. Ele vai para o canto mais longe da porta e despeja as bolsas.

Antes da menina sair, Lain suplica aos outros para ajuda-la, vai até a bolsa, cata umas moedas de ouro e entrega na mão da garçonete. Em seguida, Branco entrega um frasco e sussurra alguma coisa em seu ouvido. A menina olha para Dukac, parecia esperar alguma coisa do bárbaro. Ele olha para Lain e vê um rosto também esperançoso. Sem jeito, ele retira sua adaga e entrega a moça. Bem, só tenho isso aqui que pode te ajudar, use com cuidado. Ela olha para o cabo da adaga, estava sujo de sangue e provavelmente não sairia nem lavando.

Melhor aproveitarmos para dormir, não há nada que possamos fazer por hoje. Disse, depois de ficarem sozinhos.

-1 Dagger
This message was last edited by the player at 23:55, Wed 23 June 2021.
Narrador
GM, 200 posts
Wed 23 Jun 2021
at 20:53
  • msg #62

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

De imediato, Lain travou a porta com o pé e trouxe a menina pelo punho de volta para dentro. Apanhou com Dukac um embrulho de pano, onde estavam 100 moedas mais a adaga do bárbaro e lhe entregou.

Dukac:
Bem, só tenho isso aqui que pode te ajudar, use com cuidado.

Logo em seguida, Branco ofereceu-lhe um pequeno frasco de âmbar, que a moça aceitou, muito acanhada.

Branco:
Faça-o ingerir e ele terá um sono leve, isso pode te dar alguma chance.


Obrigada! E-eu... eu preciso ir..., ela disse, hesitante. Prestes a sair, ela ajuntou, em tom de cumplicidade: Aliás, meu nome é Meliah, com um esboço de sorriso e partiu.

*   *   *

Na manhã seguinte, já não havia sinal dos málvaros, nem da sua da algazarra, a não ser pelo fedor azedo de bebida derramada. Talvez por isso, o taberneiro havia queimado casca de alho nos braseiros.

No andar de cima, pai e filha já estavam de pé arrumando o ambiente. Meliah deu uma discreta olhada de esguelha para vocês com um sorriso de canto de boca. O estabelecimento não oferecia café da manhã, de modo que vocês deixaram para tomá-lo na feira do povoado.

A feira parecia exclusivamente voltada para os viajantes, e nela estava baseada a economia de Sharu. Percorrendo as ruas movimentadas sob a neve matinal, algo os surpreendeu... uma das práticas mais abjetas, extinta desde a última Era: o comércio de escravos. Vendedores humanos davam ordens a seus lacaios orcs para enjaular ou exibir seus "itens" aos interessados.


Os guardas málvaros estavam sempre por perto, vigiando o mercado de escravos.

Pouco depois de passarem pela deplorável cena, vocês encontraram uma barraquinha, onde um jovem vendia chá ao leite e uns pãezinhos cozidos no vapor, recheados de carne de porco. O cheiro era muito apetitoso, embora os gritos dos cativos abalem qualquer apetite.


Quando vocês pararam para considerar a refeição, Branco confirmou uma suspeita que trazia consigo em silêncio. Vocês estão sendo seguidos. Um homem encapuzado, a umas duas barracas de distância, parou assim que vocês pararam e fingiu interesse em alguma mercadoria.

O que vocês fazem?

Se quiserem comprar equipamentos, por exemplo, descrevam a cena e sigam a lista de preços do livro (p. 326 em diante)
Branco
player, 148 posts
Thu 24 Jun 2021
at 00:27
  • msg #63

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

Branco desperta revigorado. As acomodações poderiam não ser excelentes, mas era uma das melhoras que tivera nos últimos tempos. O ladino sai do quarto com os outros, e no caminho acena a cabeça para Meliah, que parece estar bem.

Do lado de fora o grupo caminha até a feira, Branco avista a barraquinha com os pãezinhos e sua barriga logo ronca. Ele ordena um para comer ali e uma ração de viagem que vendia logo ao lado. Enquanto come tranquilamente os gritos dos escravos arrastados o distrai por um segundo, mas ele logo volta ao seu pequeno lanche matinal. Quando acaba o último pedaço Branco diz aos outros, Poderiam me comprar um cavalo? Preciso comprar outra coisa. Nos encontramos na taverna? e sai, deixando uma pequena sacola com moedas suficiente para a compra, sem dar a chance dos outros responderem, ficando claro que ele iria sozinho. Porém, havia uma outra razão que o ladino não havia revelado, estavam sendo seguidos. Ele julgou que era melhor investigar sozinho e manter os outros agindo da forma mais natural possível. O perseguidor não seria capaz de seguir o grupo dividido em dois, com toda sua experiência Branco logo se camuflou na multidão aos olhos de quem os seguia. E em pouco tempo ele passou de perseguido a perseguidor. Vamos ver o que você quer...

-1 moedas (Pãozinho)
-3 moedas
+1 Dungeon Rations
-75 moedas (Cavalo)

This message was last edited by the player at 13:16, Thu 24 June 2021.
Lain
player, 66 posts
Thu 24 Jun 2021
at 13:52
  • msg #64

05. Conhecendo o Inimigo

A noite não tinha sido das melhores, mas Lain não estava em condições de reclamar. Ao menos não haviam sido incomodados — salvo pelos ruídos animados dos quartos vizinhos, que nem mesmo as paredes grossas de pedra conseguiam abafar. Bom, pelo menos alguém está se divertindo essa noite...

De manhã, o lugar já estava quieto e vazio. Quando viu Meliah arrumando as mesas do estabelecimento, Lain prontamente foi até ela, com a desculpa de que queria agredecer pela hospitalidade. Sinto muito por aqueles cretinos, a elfa falou, em referência ao comportamento dos oficiais na noite passada. Tem sido sempre assim? Quem é o responsável pelo que está acontecendo na cidade?

(...)

A feira parecia movimentada mesmo logo cedo, com mercadores por todos os lados com os mais variados objetos. Quando se deparou com o comércio de escravos ocorrendo a céu aberto, Lain estancou. Sentiu a mandíbula travar e virou os olhos para evitar a cena, mesmo sabendo ser possível ignora-la. Tinha quase perdido a fome, mas o cheiro dos pães cozidos na hora atiçou seu paladar e ela acabou pedindo um, com um pouco de chá para se esquentar naquela manhã fria.

Branco:
Poderiam me comprar um cavalo? Preciso comprar outra coisa. Nos encontramos na taverna?

Lain olhou para Branco com ar interrogativo e, em seguida para Dukac. E essa agora... o que acha que ele vai fazer? Ela perguntou, com um pouco de desconfiança, mas, sobretudo, com preocupação. Preferia que não se separassem naquela cidade, afinal, podiam ainda estar sendo vigiados.

Aliás, ela continuou, aproveitando que estamos a sós: você confia em Branco? Digo, confia de verdade? Acha que existe a chance de ele um dia nos trair?

Continuaram pela feira, e Lain achou prudente comprar alguns mantimentos extras para a viagem. Comprou um pacote de rações e, por via das dúvidas, algumas bandagens para primeiro socorros, já que teriam que pegar a estrada novamente e talvez nem sempre pudessem contar com suas orações de cura.

Mais a frente, um mercador de armas carregava toda sorte de arcos, além de conjuntos de flechas. Lain testou vários e acabou se decidindo por um Arco de Caçador: era leve e fácil de manusear, com uma corda forte, mas maleável. A madeira era bem entalhada, chegava a lembrar vagamente o arco de seu pai. Comprou também mais um fardo de flechas, e tentou vender o arco curto que havia trazido de Poaret, já que ele não seria mais necessário.

Passou também por inúmeros estandes com roupas e acessórios de inverno, feitos com material que parecia bem reforçado para aguentar as baixas temperaturas da região. Pensando no frio que não estava acostumada a encontrar, ela se decidiu por um par de luvas de couro e uma capa de lã cor de vinho, forrada com pele de raposa para proteção extra.

Aproveitou para mencionar em toda barraca que parava sobre sua pretensa viagem para o norte junto de seu colega guarda-costas e o mercador a quem servia. Talvez tenha exagerado nas vezes que repetiu a história; a Lain faltava um pouco do jogo de cintura que Branco, habituado a se virar pelas cidades, provavelmente tinha de sobra.

Não sei quanto custam a capa e a luva, me sobraram 226 moedas depois das demais compras.

Pão e chá - 1 coin

+ Ração - 3 coins (5 usos)
+ Bandagens - 5 coins (3 usos)
+ Hunter's Bow - 100 coins
+ Fardo de Flechas - 1 coin (3 ammo)
+ Capa de lã
+ Luva de couro

- Arco curto +7 coins


(...)

Os gritos dos escravos continuavam ecoando e pareciam seguir Lain não importava onde ela fosse. Essa cidade fica cada vez pior, ela murmurou para Dukac, exasperada.

Então, num impulso, Lain foi até a área onde onde as jaulas se encontravam. Haviam málvaros patrulhando o mercado e ela parou a uma curta distância das grades, tentando fingir uma curiosidade desinteressada. O que queria mesmo era contar quantos escravos haviam, e, principalmente, quantos soldados.

Ei, amigo, chamou um dos mercadores, de onde são esses escravos?

Lain rolled 6 using 2d6.  Pergunta.
+1XP

This message was last edited by the player at 14:16, Thu 24 June 2021.
Dukac, O Sanguinario
player, 161 posts
Thu 24 Jun 2021
at 15:13
  • msg #65

05. Conhecendo o Inimigo

Dukac também teve uma boa noite de sono, apesar dos barulhos que vinham pelas brechas da porta de madeira. Antes de pegar no sono, ficou pensando em quanto tempo fazia que não "se dava bem".

Acordou na manhã seguinte com a barriga roncando de fome. Subindo as escadas, Dukac ficou decepcionado pela falta de uma mesa farta, mas compreendeu a ausência de comida dada a situação da cidade. Ele também não ofereceria comida aqueles porcos! Se despediu do taverneiro e sua filha com um simples aceno.

Já na feira, Dukac também se rendeu a aos pãezinhos e pediu dois ao vendedor.

Pãozinho x2 -2 moedas

Branco:
Poderiam me comprar um cavalo? Preciso comprar outra coisa. Nos encontramos na taverna?

Tudo bem...nhoc! Nos vemos mais tarde...nhoc! O bárbaro aceitou com muita naturalidade a súbita saída de Branco. Tão pouco ele saiu e Lain se aproximou de Dukac.
Lain:
E essa agora... o que acha que ele vai fazer? Aliás, aproveitando que estamos a sós: você confia em Branco? Digo, confia de verdade? Acha que existe a chance de ele um dia nos trair?

Ah, ele deve ir comprar alguma coisa, não se preocupe. A segunda pergunta pegou o bárbaro de surpresa. Nhoc!...Uhm, o garoto? Já estamos juntos a algum tempo, esse é o jeito dele mesmo. Nhoc!...Mas ele sempre acaba voltando e fazendo a coisa certa. Apesar da resposta despreocupada, Dukac estava preocupado com o ladino, parece que a ganância estava começando a interferir nas decisões do companheiro.

Andando pela feira, logo atrás de Lain, o bárbaro também decidiu comprar mais rações. As noites estavam frias e não se sabia ao certo quanto tempo permaneceriam na estrada. Mais a frente, enquanto ela comprava um arco novo, Dukac viu que o mercador também vendia adagas. Ele aproveitou para comprar uma nova e a guardou discretamente na cintura, escondida pelo casaco de pele de lobo.

+2 Dungeon Rations -6 moedas
+1 Dagger -2 moedas


No estande de roupas, Dukac comprou um par de luvas e um casaco de pele extra, para caso encarassem uma nevasca. Enquanto Lain terminava de comprar as roupas, o bárbaro se afastou e foi em direção ao estábulo, onde um mercador vendia vacas, porcos, ovelhas e cavalos. O vendedor era um senhor bem idoso e provavelmente trazia os animais da sua fazenda para comercializar na vila. Bom dia, senhor, gostaria do seu cavalo mais rápido! E lhe entregou a bolsa de moedas. Dukac combinou com o mercador de pegar o cavalo ao fim do dia.

+1 Casaco de pele (preço)
+1 Luva de couro (preço)
+1 Cavalo -75 moedas


De volta ao centro do vilarejo, DukacLain conversando com um dos mercadores de escravos. Ele não conseguiu ouvir o que ela disse, mas o homem parecia não ter gostado. Isso não vai acabar bem! O bárbaro acelerou o passo e chegou próximo dos dois. Olá meu nobre companheiro, desculpe interromper a conversa de vocês, mas eu gostaria de comprar um escravo.
This message was last edited by the player at 15:34, Thu 24 June 2021.
Narrador
GM, 201 posts
Mon 28 Jun 2021
at 16:34
  • msg #66

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

Lain:
(...) Com a desculpa de que queria agredecer pela hospitalidade. Sinto muito por aqueles cretinos, a elfa falou, em referência ao comportamento dos oficiais na noite passada. Tem sido sempre assim? Quem é o responsável pelo que está acontecendo na cidade?

Meliah arregalou os olhos em sinal de alerta e, muda, balançou a cabeça como quem dizia: "aqui não, por favor!", e saiu a varrer outro canto do salão. Seu pai não percebeu.

*   *   *

A feira de Sharu mais parecia uma "feira do rolo", onde o escambo protagonizava as relações comerciais. É claro que o dinheiro ali ainda tinha a sua valia, mas quase ninguém o possuía em quantidade suficiente.

Lain e Dukac encontraram um antiquário, onde se vendia toda sorte de equipamentos de combate, peças de armadura e de armas de cerco, até mesmo raridades. O arco que Lain comprou ali, embora ela não soubesse precisar a sua origem, pelo entalhamento certamente era élfico; as flechas, difícil dizer -- são rudimentares e poderiam, quem sabe, vir dos orcs. Já a adaga que Dukac comprou, dadas as dimensões e o encurvamento da lâmina, provavelmente vinha de Bogol.

Numa outra tenda bem movimentada, uma tecelã vendia suas tapeçarias e uma enorme pilha de roupas usadas, de origem duvidosa -- algumas tinham visíveis perfurações e marcas de corte. Lá os dois também encontraram, a um preço razoável, peças apropriadas para o inverno de Huur.
Roupas de frio: 55 moedas

E, ao mesmo tempo que Dukac negociava com o cavalariço ao lado o seu melhor alazão...

Lain:
Ei, amigo, chamou um dos mercadores, de onde são esses escravos?

Não muito distante, a elfa experimenta uma infeliz abordagem com o traficante de escravos. Ele é tomado de sobressalto, com uma expressão mista de indignação e desconfiança, passando o dedo nos bigodes longos e finos. Atrás dele havia duas jaulas, onde estavam encarceradas uma dúzia de pessoas ao todo.

Seus dois serviçais orcs se aproximaram, um de cada lado, com as mãos na bainha das suas espadas.

Fortuitamente, Dukac percebeu a encrenca e correu até ela, chamando a atenção de alguns indivíduos por perto:

Dukac:
Isso não vai acabar bem!

O bárbaro acelerou o passo e chegou próximo dos dois. Olá meu nobre companheiro, desculpe interromper a conversa de vocês, mas eu gostaria de comprar um escravo.

O traficante, então, dobrou um pouco o tronco em reverência. Dukac se envaideceu, sentindo-se importante e temido!... até escutar atrás de si:

E para que os dois pombinhos querem um escravo? Os dois se viraram e deram de cara com o oficial em comando, novamente. Quer dizer, me chamou a atenção que vocês tenham um cavalo da extinta guarda de Dervis... e vocês não fazem o tipo "salteador". Então, me respondam: quem são vocês e o que querem aqui?, enfatizou as últimas perguntas com ar mais hostil.

*   *   *

Branco não teve o menor problema em despistar o seu perseguidor. Assim, imergindo na massa de transeuntes, o ladino contornou por trás do sujeito encapuzado e o espionou a algumas barracas de distância, pelas suas costas.

Branco:
Vamos ver o que você quer...

O homem virava de um lado para o outro, procurando por alguém, meio perdido. Mas, nessa hora, um certo alvoroço na direção do mercado de escravos chamou a sua atenção.

Depois de uns instantes, o sujeito sacou um pedaço de papel, de modo meio teatral, como se soubesse que estava sendo vigiado. Ele o dobrou e o prendeu por trás da armação da barraca ao seu lado. Em seguida, sem mais delongas, ele partiu para longe do alcance da vista.

Com cuidado e naturalidade para que não o notassem, Branco passou pelo lugar e apanhou o tal papel. Nele estavam uns rabiscos feitos a carvão, sugerindo os contornos de um cavalo e de um sol entre montanhas.

O recado era claro: encontre-me nos estábulos ao pôr do sol.
Dukac, O Sanguinario
player, 162 posts
Mon 28 Jun 2021
at 21:02
  • msg #67

Re: 05. Conhecendo o Inimigo

O bárbaro olhou para trás, surpreso com a inquisição. Com a chegada do comandante a situação se complicava ainda mais. Para Dukac parecia que não teria outra solução se não a matança. Ele pensou seriamente em arrancar, literalmente, aquele sorriso do rosto do oficial. Antes de agir, ele olhou para Lain e percebeu que ela fazia pequenos gestos de negação.

Dukac relevou e resolveu dar uma última chance para a encenação. Ah! Me desculpe nobre comandante, somos meros guarda-costas, não sabemos nada sobre a origem dos animais. Nosso contratante que nos forneceu os cavalos. Ele nota que o comandante parecia não comprar a mentira, então resolveu gastar seu último trunfo. Err... quanto aos escravos, o mercador me deu moedas para comprar uma mulher jovem, veja. Dukac puxa sua bolsa de moedas e entrega para o Málvaro. Ele se aproxima e fala mais baixo. Acho que ele tem problemas em conquistar mulheres, sabe? Só consegue pagando mesmo. Por favor, não conte a ele que lhe disse isso!

17:45, Today: Dukac, O Sanguinario rolled 8 using 2d6+1. Parley.
-361 moedas

This message was last edited by the player at 21:03, Mon 28 June 2021.
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