O taverneiro e sua filha,
Meliah, agiram rápida e coordenadamente. Trocaram as selas e ferraduras dos cavalos, a fim de ocultar-lhes a origem.
Dukac,
Branco e
Cree espremeram-se no esconderijo subterrâneo, ouvindo a movimentação.
Durante a noite os três escutaram a batida dos soldados no armazém. O taverneiro manteve o tom de voz calmo, mesmo diante da truculência com que eles reviravam sua propriedade em busca dos fugitivos. Por sorte, os soldados tinham pressa; e o taverneiro, certa reputação; de modo que não se tardaram muito ali, antes de seguirem para a propriedade vizinha.
Longos momentos de um silêncio claustrofóbico se seguiram até vocês ouvirem a voz de
Meliah na baia, logo acima de vocês:
Escutem. Sua amiga deve ser julgada em praça pública pela manhã. Eles suspeitam que vocês tentarão algo, logo a guarda deve ser redobrada.
De repente a menina emudeceu. O portão do armazém rangeu, se abrindo, e chegou a vocês o uivo intenso de vento vindo do exterior. O portão se fechou e o taverneiro disse baixinho:
Está tudo bem.
Então,
Meliah levantou o alçapão. Os olhos de vocês se ajustaram à claridade, ainda que pouca.
Vocês têm pouco tempo para decidir se fugirão de Sharu, ou se tentarão uma loucura ainda maior. Mas, por favor, vocês têm que nos deixar... Boa sorte!, encerrou, baixando os olhos, consternada.
cabroooooommmmmmmm..., estrondeava o trovão lá fora.
* * *
Lain tinha vagas lembranças do que se passou ao longo da noite. Lampejos de memória, apenas. A elfa despertou e apagou uma série de vezes, e recorda-se apenas de umas cenas turvas.
Ela lembra-se de ser carregada, amarrada num tronco... de uma voz humana comandando "
Procurem-nos! Eles ainda estão na cidade!"... Mas as lembranças se embaralhavam com a imaginação: trolls, orcs, corpos empalados.
Somente agora
Lain recobrava a consciência de fato. Ela estava sobre um palanque, presa a um poste de madeira, amarrada pelos punhos e pelos tornozelos com tanta força e por tanto tempo, que já lhe feria a carne e adormeciam-lhe as extremidades. E, além disso, o frio.
Lain acordou com pingos grossos e gelados, que lhe salpicavam no rosto. O céu estava ainda bem escuro e um temporal estava prestes a cair.
Lain tem 10 pontos de vida
Soldados orcs iam de lá para cá, preparando a praça (a mesma onde ontem estava o mercado de escravos) para o seu julgamento.
Lain escutava um murmúrio insistente, que se confundia com o vento. Mas era o pingente, que
Namai lhe havia confiado. Foi a única coisa que aqueles idiotas não lhe tinham tomado, além da roupa do corpo.