Re: Apresentação dos personagens
Roman sempre se pegava pensando sobre sua intimidade com a natureza e os animais. Não tinha uma memória exata e completa de como isso aparentava correr em suas veias. O que lhe parecia era por ser algo osmótico, pois sentia uma imensa influência, não somente do meio onde vivia e toda a natureza quase que intacta que ali havia em torno de sua casa e vila, mas também de como aconteceu sua criação em volta de pais que cultuavam a natureza e seu respeito a ela, assim como seus avós.
Sempre ansioso pelo tão sonhado encontro com seu irmão, imaginava como estaria o filho mais velho da famÃlia. Seria o mesmo, com sua média estatura, mais magro, turrão, meio zangado e inábil em aspectos e habilidades que lhes foram ensinados durante seus treinamentos na vila onde cresceram? Suas reflexões o levaram, em um determinado momento, a partida de seu irmão e o que realmente o tinha motivado a isso. Admitia, pelo menos, uma perceptÃvel razão: sua personalidade independente sempre visÃvel e madura, mesmo ainda sendo muito novo. Além disso, da discordância da forma como foi criado e como nunca se sentiu à vontade de ajudar a criar parte de sua famÃlia, mesmo com toda a ajuda oferecida por seus avós. Houve uma vez que o surpreendeu escondido, lendo e fazendo anotações em um livro suspeito, de capa preta, bem surrada, com escritas desconhecidas pelo menos por ele. Desconfiava que seu irmão tinha pretensões de desenvolver algum culto que não ligado à natureza, mas ao ocultismo, algo abominado e temido tanto pelos pais e avós, como por grande parte da vila. Sua desconfiança foi despertada quando, uma vez, seguiu seu irmão saindo sorrateiramente de casa e indo a uma pequena hospedaria se encontrar com uma estranha mulher que aparentava ser um pouco mais velha que seu irmão. Presenciou o encontro clandestino entre os dois e os via através das frestas de uma das portas do celeiro instalado logo atrás da simples pousada. A desconhecida tinha um ar de estrangeira. Seu aspecto não a fazia pertencer ao local. PossuÃa uma vestimenta diferente das que eram produzidas por ali. Ela parecia ter um órgão humano em suas mãos e mostrava um pergaminho a seu irmão, apontando veementemente algo como que quisesse mostrar a maneira certa a ser feito tal encantamento, pelo que percebia.
Veio a Roman a lembrança do dia que seu irmão abandonou a casa e a todos. Uma mescla de gritaria e choro, que lhe eram bem familiares, invadiram sua mente. Viu seu irmão, sem ter muito a levar consigo, sair de casa brigado com seu avô paterno e pai. Ambos haviam encontrado parte de um ritual escondido que vinha desenvolvendo nos fundos da casa. Um casebre escuro e pouco habitado da casa que servia como estufa, mas que à época havia sido reconstruÃdo para o armazenamento de objetos para labuta na chácara que trabalharam por anos.
Seus avós faziam parte do grupo que organizava a festividade e a consagração de crianças na vila. Esta prática já fazia parte da cultura local. Seus pais, já adeptos da filosofia, como a maioria, decidiram batizar todos os seus filhos e seguir a tradição. Então, eles reuniram os quatro filhos nascidos e partiram para um bosque afastado do centro da vila, próximo ao mais alto e antigo carvalho, onde eram realizadas estas cerimônias. Os irmãos tiveram como padrinho e madrinha, seus próprios pai e mãe. Assim, os padroeiros invocaram a proteção das divindades naturais para proteger seus afilhados por toda a vida. Seu avô, Ukixl, com quem Roman possui uma ligação forte, diferentemente dos outros irmãos e irmãs, foi o escolhido para lhe espirrar algumas gotas de água. Esta ação é realizada para vigorar o batismo e findar a solenidade, segundo lhe foi contado. Com um sorriso no rosto ao lembrar disso tudo, acabou por pegar no sono.
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