Dukac, "o Sanguinário"

A aldeia de Kirah pertencia à Tribo de Kesh, para além das montanhas a oeste de Dervis. Essa tribo sempre foi comandada por uma linhagem ancestral de Anões. Contudo, Kesh também albergava aldeias das demais raças civilizadas, mediante um imposto anual em víveres.

Cada aldeia de Kesh cultuava seus ancestrais, celebrados nas suas sagas como arquétipos da Justiça. Essa religiosidade se expressava nos cultos e nos costumes de cada aldeia da Tribo.

Dukac, "o Sanguinário" deixou para trás os destroços de Kirah e de seus conterrâneos. E o demônio Zathyr não foi mais visto desde então. O bárbaro vagou a esmo atrás de vingança e de redenção, prestando os seus "serviços", ao passo que ia à procura da criatura.

Foi assim que, na noite do 13º dia do Galo, numa das estalagens de Nam em que Dukac se embebedava, um mensageiro ofegante trouxe-lhe a carta. Na madrugada seguinte eles deveriam acompanhar a caravana que partia de lá para Dervis.


Dukac, a divindade cultuada na aldeia de Kirah, contam os mitos, foi o primeiro Ancião, o fundador da aldeia. Seu exemplo de homem justo deu origem, posteriormente, ao culto aos ancestrais da aldeia. Você, como último conhecedor dessa tradição (até onde se sabe), conte-nos como era o culto. Como se chamava esse deus?
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Nosso povo cultua o deus da terra, Titoth. Ele é capaz de levantar até montanhas apenas com suas grandes pisadas. Quando a terra treme, é Titoth que está criando novos lugares para o surgimento da vida. Ele é um deus que se preocupa com os humanos. Certa vez, caminhando pela região, percebeu a dificuldade das pessoas em sobreviver naquela terra arrasada. Com suas grandes pisadas, a terra estremeceu, grandes montanhas se ergueram e vales se formaram, e logo as primeiras florestas e rios vieram. A nossa aldeia o adora com danças típicas, que expressa o pisar na terra, e com oferta de colheitas, para agradecer a Titoth pela terra oferecida aos humanos.
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"Branco"

A fazendinha onde "Branco" nasceu e cresceu ficava em terras ("Warab") da Tribo de Bogol, norte de Uhter. Porém, um enorme deserto os separavam da capital da tribo, de maneira que Branco não aprendeu os costumes dos "Homens no Norte".

Ainda garoto, Branco deixou para trás uma cena de horror que levaria muitos dias até que alguém encontrasse. E ele a deixou lá, intocada, quem sabe como uma mensagem de despedida para esse visitante imaginário.

Sua partida foi rumo ao sul; que Bogol fosse consumida junto com as suas lembranças! Logo, de vilarejo em vilarejo, a sarjeta foi a sua escola; e o dinheiro, seu tutor. A princípio, sobrevivia de pequenos furtos. Mais tarde, já ensaiava ataques a presas maiores.

A sua indiferença à sorte dos homens era justificada. O mesmo mal que ele viu consumir seu pai e a sua casa, parecia se espalhar por Uhter. Usurpadores, tiranos, malfeitores... Era como se cada rincão de Uhter estivesse adoecendo.

Foi num pequeno albergue, nas cercanias de Nam, que Branco foi surpreendido com a visita de um mensageiro. Era como se ele soubesse de antemão onde e quando encontrá-lo.

Branco, por que você aceitou o convite da carta? Qual é a sua motivação para atender ao pedido de ajuda?
This message was last edited by the GM at 21:03, Sun 07 Feb 2021.

Recompensa? Glória? Não, nada disso me interessa. Meu gosto é um pouco mais peculiar... Cultistas possuem uma fé que ultrapassa até mesmo sua vontade de viver. E é nisso que minha motivação se baseia, pois o momento que perderem essa fé me será de enorme prazer.
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Jonin

Foi na estalagem da sua família que, ainda garoto, Jonin ouviu pela primeira vez sobre a lendária Escola de Magia da Tribo de Huur. Aqueles contos logo cristalizaram-se numa meta de vida. E, assim que converteu-se em homem aos olhos de seus pais, Jonin pôs o pé na estrada.

Estava claro que a viagem para o sul de Uhter marcou o início da sua jornada iniciática. Com os varani, Jonin dividiu não somente os labores do caminho, mas também uma forte amizade. Eles lhe ensinaram alguns dialetos e mostraram grande apetite para as receitas da sua terra natal.

Nas frias estepes de Huur, todos os que buscavam iniciar-se nas Artes Reais, sejam eles Hobbits* ou forasteiros, recorriam ao Mestre Muligan. Só depois de uma perseverante espera, que Jonin foi aceito como seu neófito.

A despeito das críticas veladas, Muligan parecia dar-lhe uma atenção especial, como se vislumbrasse no jovem um importante papel a cumprir. O Mestre passou-lhe instruções enigmáticas e foi enfático para que Jonin as memorizasse. Ao fim do seu treinamento, Muligan o dispensou com aparente indiferença: "Teus estudos terminam aqui. Agora esqueça tudo e vá!".

Peregrinando por Uhter, Jonin compreendeu a Unidade de que seu mestre tanto falava. As quatro tribos — Kesh, Huur, Ayaram e Bogol —, os quatro elementos — terra, água, ar e fogo — e as quatro virtudes — justiça, beleza, bondade e verdade. Todos apoiavam-se como uma pirâmide sobre um mesmo eixo de sabedoria: a Biblioteca de Dervis.

Jonin foi arrebatado por essa percepção, entre uma garfada e outra do seu jantar. O assombro foi ainda maior ao ler a carta que acabara de lhe ser entregue.


Jonin, conte-nos sobre o ataque de Lurso e o "respeito" que isso deixou. ( ͡° ͜ʖ ͡°)


* O jogo é nosso e a gente chama como bem entende!
This message was last updated by the GM at 14:58, Sat 25 July 2020.

Apesar de saber muito sobre magos,feiticeiras e história da magia, Jonin desconhecia os saberes mais refinados sobre viagens. Também não dominava com precisão a geografia sulista e, sem saber, adentrara o território dos lursos durante sua jornada.

Uma noite, tendo calculado mal seu progresso, foi surpreendido pelo cair da noite antes de ter chegado à próxima vila, onde pernoitaria. Não estando consciente do perigo da área, Jonin decidiu dormir ao relento e preparou sua comida sem tomar cuidado em não atrair animais.

De madrugada, acordou com um barulho e, ao abrir os olhos, se viu cara à cara com as presas de um enorme lurso! Sem pensar e movido pelo terror, Jonin pegou o cajado que usava na viagem e desferiu, mais por sorte que perícia, uma pancada contra o focinho do lurso, que se assustou com a dor súbita.

Jonin disparou em direção à estrada, pensando ingenuamente que conseguiria ser mais rápido que o animal. O lurso, agora enfurecido, perseguiu o aspirante a mago e o teria alcançado não fosse a família varani que passava pelo local.

Com tochas e panelas ruidosas, os varani confundiram e assustaram o lurso, que desistiu de jantar Jonin e retornou para a floresta. E assim o jovem se tornou amigo de Yanko e sua família.

E passou a "respeitar" os lursos.

This message was last edited by the player at 21:55, Mon 27 July 2020.

Gyles Redfearn

Os murmúrios sobre "o ruivo desordeiro" logo se alastraram pelos povoados de Kesh, preocupando os Senhores Menores. A relativa autonomia de que estes gozavam, em relação ao Ancião da Tribo, dava-lhes o poder de julgar e executar seus opositores, ou mesmo seus desafetos -- tudo em nome da "justiça divina".

Gyles fugiu de uma tentativa frustrada de execução, exilando-se para o sul de Uhter. Nessa época, ele pensava que opôr-se à tirania fosse um fim em si, que era a sua vocação.

Sua relação mística com o Fogo o conduziu à Escola de Magia da Tribo de Huur. Aí, ainda na condição de postulante, descobriu que essa não era a sua trilha. E o seu ato de revolta foi prontamente respondido com a expulsão. Contudo, o "aluno favorito" de Muligan, Jonin, não deixava de despertar-lhe uma certa fascinação -- como alguém promissor no ajuste desse mundo corrompido.

O vazio que se seguiu no peito de Gyles foi logo substituído pelos Seguidores da Dama Vermelha. Seus ideais de renovação e expurgo do mundo tocaram o seu íntimo. E ele foi acolhido na seita como um prodígio.

Todavia, a estrutura teocrática do grupo o incomodava. As mesmas práticas de Imolação que ajudaram a desenvolver seus poderes latentes pareciam mais uma ferramenta de dominação. O líder era, supostamente, o porta-voz da Dama Vermelha. E essa desconfiança culminou com o sacrifício de um membro, pouco depois de ele ter questionado o líder.

Dividido entre o receio de ser o próximo e o medo de trair seu pacto de sangue, Gyles fugiu na direção de Kesh, transitando pelas cordilheiras. Instalou-se por uns dias em Nam, até que foi interpelado por um mensageiro...

Gyles, por que você aceitou o convite na carta? Qual é a sua motivação?
This message was last edited by the GM at 20:37, Mon 27 July 2020.

Ao ler as linhas da carta Gyles Redfearn pensou no perigo que pairou sob sua cabeça quando esteve entre os seguidores da Dama Vermelha e como um zelote fanático podia ser perigoso e agora lia que havia outra seita de fanáticos cegos ou iletrados, pois somente um iletrado ou fanático iria ameaçar livros. Ele aceitou porque através dos livros o inculto era instruído ou doutrinado e era importante salvar os bons livros e ao mesmo tempo preservar os livros mentirosos para servirem de exemplo.

Os livros sem exceção, mesmo aqueles que contem mentiras devem ser preservados, pois afinal são registros de épocas, acontecimentos e visões de mundo.

Laços iniciais:

✓ Branco se sente em dívida com Dukac, por tê-lo salvado a vida.

✓ Dukac deseja conquistar a confiança de Jonin, para que o ajude a encontrar o demônio Zathyr.

✓ Branco sente um respeito por Gyles, por incitar um ato de "justiça" e de subversão.

✓ Gyles sente o dever de inculcar em Jonin suas convicções anarquistas.

✓ Jonin tem receios de que Branco seja um assassino psicopata.

Novo laço: Dukac deseja descobrir, com a ajuda de Jonin, alguma informação sobre o demônio Zathyr.
This message was last edited by the player at 17:51, Thu 27 Aug 2020.

Laço com o Dukac: se certificar de que o Dukac manterá sua promessa de não ser um Branco

Atualização dos laços:

✓ Branco se sente em dívida com Dukac, por tê-lo salvado a vida.
✓ Branco sente um respeito por Gyles, por incitar um ato de "justiça" e de subversão.

✓ Dukac deseja convencer Jonin a ajudá-lo na busca pelo demônio Zathyr.

✓ Gyles sente o dever de inculcar em Jonin suas convicções anarquistas.

✓ Jonin quer garantir que Dukac também não seja um homicida desalmado.

Dukac, a aldeia de Kirah recebia periodicamente os coletores de impostos, em nome do Ancião da Tribo de Kesh. Como era a relação da aldeia com eles? Eles ajudavam a manter a ordem ou não intervinham nos seus assuntos internos? E, quando havia uma disputa interna na aldeia, a quem os aldeões de Kirah recorriam para restabelecer a ordem?

Gyles, conte-nos mais sobre suas práticas de imolação. Você ainda cultua a Dama Vermelha? Como são suas práticas sacrificiais e com que frequência? Como você se renova do Fogo primordial?

O líder da aldeia de Kirah tomava as decisões, juntamente com seus conselheiros anciões, sobre como responder aos mandos de Kesh. Líderes jovens geralmente não aceitavam esse costume e confrontos surgiram durante a história da aldeia. Entretanto, os Kirahnianos nunca foram páreos para os guerreiros de Kesh. Aqueles que sobreviveram se tornaram os novos anciões e compreenderam que a diplomacia era o melhor caminho para manter seu povo vivo. Entretanto, a insatisfação sempre dominou os corações do povo de Kirah.

Apesar da submissão à Kesh, Kirah sempre resolvia sozinha seus assuntos internos. A  desconfiança de Kesh sempre pairou na aldeia e revelar uma fraqueza poderia trazer sérios problemas. Além disso, dado os fortes costumes relacionados a batalha na aldeia, o povo sempre almejava por um líder forte. Isso, de certa forma, desencorajava aqueles que almejavam o poder por outras vias.

Gyles não segue mais uma estrutura de culto já que ele é contra uma hierarquia. O cultuar dele é mais um conversar com ela ... Algo meio esquizofrenia mesmo; pois ele ao contemplar o fogo seja uma tocha, fogueira independente de tamanho ele pode "escuta-la" na mente dele solicitando demandas ou ordens que variam do plausível ao extraordinário.

Sacrifícios. Gyles queima sempre oferendas no fogo (acampamento) em forma de efígies elaboradas com material o qual ele dispõe no momento representando seus anseios, medos e desejos. Tipo um boneco vodu e geralmente os alvos representando nas eriges tem um fim funesto.

Dukac vem aprendendo mais sobre Uther desde o início da jornada. Mas talvez o que mais tenha mudado no bárbaro nesse tempo é a sua empatia. O desprezo que sentia pelos outros pode ter surgido pelo seu longo período de solidão. Agora, andando com um grupo (mesmo sem demonstrarem muitos sentimentos de camaradagem), o bárbaro se depara com situações que se coloca em perigo para ajudar os mais fracos. É verdade que seu instinto brigão é motivado pela da adrenalina da batalha. Entretanto, o caráter do bárbaro vêm sofrendo alterações quase imperceptíveis , inclusive para ele mesmo, ao longo da jornada.

Dukac, em que condições ficou a aldeia de Kirah quando você a deixou, na manhã seguinte à sua destruição?

Dukac acordou no meio do campo de batalha, aparentemente havia desmaiado depois de perder o controle. Os corpos estavam estirados pelo chão e apesar de muitas cabanas estarem em cinzas, outras se mantiveram conservadas.O bárbaro deu uma volta pelo vilarejo, a procura de algum sobrevivente, mas não encontrou ninguém. Em uma das poucas cabanas conservadas, o templo das relíquias da aldeia, ele pega um talismã com o símbolo da aldeia, sem refletir muito sobre isso. Ele não se preocupa em enterrar os corpos e sai a procura de pedaços de pão, vestimentas e armas para sair na caçada de Zathyr. Depois disso, Dukac nunca mais voltou a aldeia, ou o que restou dela.

Durante boa parte da sua vida Branco apenas sobreviveu. Com o tempo ele passou a entender aqueles que o causavam mal e começou a retribuir o favor. Assim, os motivos dos homens não lhe eram mais novidades. Ele aprendeu a se defender dos mecanismos sujos da sociedade e das situações que lhe eram impostas. Porém tudo estava diferente. Enquanto retornava da batalha Branco refletia sobre o que havia acontecido. Caçar demônios não era o acordo e, tratando o assunto com sinceridade, ele não era exatamente equipado para lidar com esse tipo de criatura. A visão do Elfo e do Lurso também o fez pensar que estava se metendo em uma área totalmente desconhecida. A conclusão disso ecoava cada vez mais em sua mente, o risco não vale a pena.
This message was last edited by the player at 00:24, Sun 01 Nov 2020.

Após as autoridades terem tentado queimar o imolador na fogueira e falharem miseravelmente este vagou pelo reino sobrevivendo como pode seja como esmoler, vagabundo itinerante, pregador e se juntando a gleba popular em movimentos contra o sistema, mas faltava alguma coisa... Até que um dia ao contemplar um tocha algo tocou sua mente e parecia guia-lo e de fato guiou até um grupamento em um bosque próximo e lá ele conheceu os cultistas da Dama Vermelha e com eles aprendeu muitas coisas inclusive o dialeto do fogo onde por gestos da chama eles podiam se comunicar como é claro foi o recado deixado na taverna queimada.

Gyles balança a cabeça e lembra-se de várias coisas de que se arrepende e conclui foi bom sair disso.

Laço: Dukac desconfia que Gyles possa estar do lado dos málvaros.

Roman desde muito jovem já sentia uma ligação profunda com as forças naturais e os animais de poder. De onde você crê que vem essa ligação, Roman?

Quanto ao seu irmão mais velho, como ele era? Em que condições ele fugiu?

E, desde que você abandonou sua vila natal, sua vida mudou drasticamente. Toda a ancestralidade que você herdou, dos grimórios e da tradição oral, passaram a ser mais que uma herança... Conte-nos como se deu a sua consagração de druida. De que forma a sua ancestralidade o fez renascer em vida, integrar-se às forças naturais.
OBS: Complete a sua ficha de druida, de acordo com as habilidades iniciais

*   *   *

Lain, nas últimas décadas a sua aldeia natal, Cahnora, viu ressurgir um mal já há muitas gerações esquecido: os elfos negros. Isto que era até então só uma lenda assustadora, contada ao pé da fogueira, provou-se real e tenebrosa!

A sua aldeia situava-se a sudoeste da Ilha de Ayaram e sua única chance de fuga era cruzando o mar e embrenhando-se nas matas ao sul de Dervis (q.v. Game Map). Conte-nos como você fez para sobreviver à jornada, e como logrou chegar ao vilarejo hobbit de Koram despercebida (elfos são raros nessas cercanias). Depois preencha seu laço com Roman na ficha.
This message was last edited by the GM at 21:48, Sat 23 Jan 2021.

A fuga de Cahnora foi dolorosa, mas Lain pouco tempo teve para o luto. Cruzou os bosques que rodeavam sua cidade natal com destreza: conhecia aquelas trilhas como se fossem sua segunda casa, tão habituada estava com a vida na natureza.

A agilidade também lhe era nata, mas tinham sido os ensinamentos do pai que a ajudaram a seguir para longe do caminho dos elfos negros. Com ele tinha aprendido a ser silenciosa, a procurar comida e encontrar abrigo. Infelizmente, no entanto, sabia que era para longe que devia seguir e estava decidida a cruzar o mar em busca de segurança.

A travessia não foi fácil, mas necessária. Negociou seu embarque em um pequeno navio cargueiro, dando em troca o colar de pedras verdes que herdara da avó. Foram dias enfrentando as turbulências do mar, se acocorando entre caixas e mercadorias das mais diversas, aguentando o cheiro azedo das madeiras apodrecidas do porão. Desembarcou tão logo o navio aportou.

Sabia que sua raça causaria estranheza naquele lugar, por isso mantinha o capuz de sua capa cobrindo a cabeça e seus traços mais marcantes, se camuflando entre as florestas da região sempre que possível. Em uma noite, quando assava na fogueira uma ave recém-abatida, um lobo se aproximou de seu acampamento. Na pata, uma flecha quebrada o obrigava a mancar. Apesar dos rosnados e dos dentes à mostra, permitiu que Lain se aproximasse e retirasse a flecha. Repartiram o jantar e o lobo, apelidado de Cree, retribuiu a gentileza com sua fiel lealdade.

Dois dias depois, Lain avistou o vilarejo de Koram. Lá, ninguém era como ela. Apreensiva, apertou ainda mais a capa contra o corpo, trançou os cabelos e trouxe o capuz à fronte para cobrir-lhe as orelhas. Mas não teve medo. Estava longe dos elfos negros e, no momento, aquilo era tudo que importava.

Roman sempre se pegava pensando sobre sua intimidade com a natureza e os animais. Não tinha uma memória exata e completa de como isso aparentava correr em suas veias. O que lhe parecia era por ser algo osmótico, pois sentia uma imensa influência, não somente do meio onde vivia e toda a natureza quase que intacta que ali havia em torno de sua casa e vila, mas também de como aconteceu sua criação em volta de pais que cultuavam a natureza e seu respeito a ela, assim como seus avós.

Sempre ansioso pelo tão sonhado encontro com seu irmão, imaginava como estaria o filho mais velho da família. Seria o mesmo, com sua média estatura, mais magro, turrão, meio zangado e inábil em aspectos e habilidades que lhes foram ensinados durante seus treinamentos na vila onde cresceram? Suas reflexões o levaram, em um determinado momento, a partida de seu irmão e o que realmente o tinha motivado a isso. Admitia, pelo menos, uma perceptível razão: sua personalidade independente sempre visível e madura, mesmo ainda sendo muito novo. Além disso, da discordância da forma como foi criado e como nunca se sentiu à vontade de ajudar a criar parte de sua família, mesmo com toda a ajuda oferecida por seus avós. Houve uma vez que o surpreendeu escondido, lendo e fazendo anotações em um livro suspeito, de capa preta, bem surrada, com escritas desconhecidas pelo menos por ele. Desconfiava que seu irmão tinha pretensões de desenvolver algum culto que não ligado à natureza, mas ao ocultismo, algo abominado e temido tanto pelos pais e avós, como por grande parte da vila. Sua desconfiança foi despertada quando, uma vez, seguiu seu irmão saindo sorrateiramente de casa e indo a uma pequena hospedaria se encontrar com uma estranha mulher que aparentava ser um pouco mais velha que seu irmão. Presenciou o encontro clandestino entre os dois e os via através das frestas de uma das portas do celeiro instalado logo atrás da simples pousada. A desconhecida tinha um ar de estrangeira. Seu aspecto não a fazia pertencer ao local. Possuía uma vestimenta diferente das que eram produzidas por ali. Ela parecia ter um órgão humano em suas mãos e mostrava um pergaminho a seu irmão, apontando veementemente algo como que quisesse mostrar a maneira certa a ser feito tal encantamento, pelo que percebia.

Veio a Roman a lembrança do dia que seu irmão abandonou a casa e a todos. Uma mescla de gritaria e choro, que lhe eram bem familiares, invadiram sua mente. Viu seu irmão, sem ter muito a levar consigo, sair de casa brigado com seu avô paterno e pai. Ambos haviam encontrado parte de um ritual escondido que vinha desenvolvendo nos fundos da casa. Um casebre escuro e pouco habitado da casa que servia como estufa, mas que à época havia sido reconstruído para o armazenamento de objetos para labuta na chácara que trabalharam por anos.

Seus avós faziam parte do grupo que organizava a festividade e a consagração de crianças na vila. Esta prática já fazia parte da cultura local. Seus pais, já adeptos da filosofia, como a maioria, decidiram batizar todos os seus filhos e seguir a tradição. Então, eles reuniram os quatro filhos nascidos e partiram para um bosque afastado do centro da vila, próximo ao mais alto e antigo carvalho, onde eram realizadas estas cerimônias. Os irmãos tiveram como padrinho e madrinha, seus próprios pai e mãe. Assim, os padroeiros invocaram a proteção das divindades naturais para proteger seus afilhados por toda a vida. Seu avô, Ukixl, com quem Roman possui uma ligação forte, diferentemente dos outros irmãos e irmãs, foi o escolhido para lhe espirrar algumas gotas de água. Esta ação é realizada para vigorar o batismo e findar a solenidade, segundo lhe foi contado. Com um sorriso no rosto ao lembrar disso tudo, acabou por pegar no sono.
This message was last edited by the player at 22:58, Sun 24 Jan 2021.

A batalha de Poaret adicionou novas cicatrizes a coleção de Dukac. Depois de quase morrer, o bárbaro teve uma visão que lhe fez compreender melhor o sentido de sua jornada. Ele agora busca redenção pela atrocidade que cometeu.

Mesmo aceitando a decisão do companheiro, Dukac preferia que Branco ficasse e lutasse ao seu lado, era difícil encontrar bons aliados em Uhter.
Laço: Dukac deseja reencontrar Branco e que ele retorne ao grupo.

Lain era nova no grupo, vinda de uma região muito distante, em que Dukac pouco sabia sobre.
Laço: Dukac tem curiosidade de ouvir uma história do povo de Lain.

Branco e Dukac já estavam viajando juntos a algum tempo, e até então ele acreditava que o bárbaro executava seus trabalhos em troca de alguma recompensa. Era notável que moedas não lhe interessavam, porém o ladino não foi capaz de identificar o que motivou Dukac a ajudar a pequena vila de hobbits.

Laço: Branco deseja descobrir o que motiva Dukac a ajudar as pessoas.

Lain havia se mostrado uma aliada confiável, pelo menos por enquanto. Entretanto, não era comum de se ver elfos no continente, atiçando a curiosidade do ladino.

Laço: Branco deseja descobrir o que Lain está fazendo no continente.

Lain se sentiu culpada por uma de suas ações ter quase matado Dukac (a estalactite da caverna) e quer se redimir perante ao bárbaro sendo uma melhor companheira de batalha.

Laço: Lain quer impedir que a vida de Dukac seja posta em risco novamente. - RESOLVIDO

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Lain condena a atitude de Branco de abandonar Poaret.

Laço: Lain não confia em Branco. - ABERTO
This message was last edited by the player at 17:20, Sun 09 May 2021.

Atualização:

Dukac tem mostrado possuir um espírito guerreiro impressionante, e ela se pergunta se as marcas em seu corpo possuem alguma relação com isso.

Laço: Lain tem curiosidade em saber o que representam as runas desenhadas no tronco de Dukac.

Tentando seguir o caminho da redenção:

Dukac deseja manter viva a memória de Kirah, ensinando a Lain um dos costumes de seu povo.

Dukac deseja convencer Branco a não seguir o caminho da ganância.

Lain, sua vivência em Poaret fez despertar em você um profundo senso de devoção aos antigos deuses hobbits... a um(a), em especial. Dessa forma, durante a restauração do Templo, você foi consagrada a essa divindade. Quem é? Como se chama? Como se deu a consagração?

*   *   *

Dukac, conte para os seus companheiros como e quando você teve contato com o famigerado Skad, Ancião de Kesh.
Ganhe +1 XP

Além disso, como você tem lidado com uma personalidade cada vez mais intimidadora e destrutiva (v. jogadas compradas), ao passo que busca redenção com o seu passado trágico?

*   *   *

Branco, você tem experimentado uma certa inquietação interior... Como se as suas convicções estivessem abaladas, à medida que conviveu com os hobbits, que lutou por eles... e que os seus traumas passados voltaram à vida! Então, como você está por dentro, agora, depois do julgamento?

A conversa com Dukac fez Lain lembrar da sacralidade das artes arcanas professadas por algumas sociedades élficas de Ayaram e das histórias envolvidas. Inevitavelmente, mostrou interesse em conhecer o panteão de deuses dos hobbits e acompanhou a restauração do Templo com enorme curiosidade. Conheceu suas lendas e sentiu uma profunda conexão com Adasi, o Deus da Noite.

Adasi é o filho único de Cerci, Deusa da Lua. É o protetor dos campos e guardião dos viajantes noturnos e caravanas. Segundo as lendas contadas pelos hobbits, controla a chuva e o vento, sendo responsável pelas tempestades. Também está associado à morte, e por isso os funerais costumam conter ritos em sua homenagem. Adasi é representado na forma de um jovem com cabelos e barba trançados, manto preto com detalhes em prata, por vezes carregando um cajado com a ponta em forma de gancho. Segundo as lendas, também adquire a forma de uma coruja e por isso, avistar essa ave durante uma viagem significa boa sorte.

A cerimônia de consagração ocorreu à meia-noite, como é o padrão, em uma noite de céu claro. Lain trajava uma túnica preta com um cordão prateado na cintura. A cabeça também era coberta por uma mantilha da mesma cor, em deferência a Adasi. Foi exigido um jejum completo de 24 horas antecedendo o ritual, e o jejum foi quebrado durante a cerimônia com o corte e partilha de uma pequena ave, preparada especialmente para a consagração. O ritual contou com a benção de uma jarra d'água, que foi servida por Lain entre os sacerdotes, com a pregação de encantamentos e com louvores entoados do lado de fora do templo, sob a lua e já sem o véu cobrindo a cabeça.

Um espírito... Essas palavras ecoavam na mente de Branco de forma recorrente. O ladino tinha caminhado pela vida acreditando que esta era o bem mais valioso de qualquer ser vivo, e que tomá-la era o fim. Se estivesse enganado, se a morte não era o fim de fato, quantos inimigos não teria em um mundo além? E se pudessem retornar a terra dos vivos, que chances ele teria? Mas suas preocupações logo se tornam uma nuvem cinza quando mentaliza todos que já havia matado. E se o desgraçado ainda está vivo!?, Branco pensa de uma forma simplória sobre seu pai, a pessoa que ele mais odiou em sua jornada pela vida. Alternando entre pensamentos odiosos e racionais, o ladino imagina como "matar" um espírito. Também tentou rastrear quando essa inquietação começou, associando a razão as presenças que devem rodeá-lo. Suas conclusões sempre o levavam para o início dessa aventura, que destoava muito de seus trabalhos habituais. Talvez isso estivesse lhe enfraquecendo? Tentou limpar a mente, pois tais pensamentos não chegariam a lugar algum. E conseguiu por alguns segundos, até que Um espírito...
This message was last edited by the player at 16:32, Fri 21 May 2021.

Durante a jornada até Sharu Dukac aproveitou para contar mais sobre os inimigos que estavam enfrentando.

Eu estava começando meu treinamento como guerreiro, ainda era um garoto. Uma das condições de se obter a proteção de Kesh era que todos os jovens guerreiros deveriam participar da escolta dos impostos. Só fui entender o motivo daquilo no meu primeiro dia. O maldito Skad era um jovem líder naquela época e fazia questão de receber todos os carregamentos. Ele faz uma pausa e serra os punhos de raiva só de lembrar. Aquele miserável nos humilhava! E ele fazia questão disso, pois queria que sentíssemos medo. O bárbaro solta um sorriso sarcástica. Hump! Aquele maldito não aguentaria cinco minutos com nenhum de nossos guerreiros! Mas ele sabia que nossa tribo não tinha forças para uma guerra. Dukac abaixa a cabeça e resmunga. Um dia irei matá-lo com minhas próprias mãos.

*   *   *

Dukac estava começando a entender a redenção, mas seu espírito ainda era de guerreiro. E como bom guerreiro, ele havia aprendido que deveria ser implacável com os inimigos! Quanto mais a sua jornada progride, mais ele compreende que deve se redimir de seu pecado, mas sem se importar com os meios. Isso não o atormenta, pois para ele, esse é o seu caminho.

Laços não resolvidos:
Dukac deseja manter viva a memória de Kirah, ensinando a Lain um dos costumes de seu povo.
Dukac deseja convencer Branco a não seguir o caminho da ganância.

Atualização: Frustrado por ter abandonado um companheiro em batalha, Dukac quer salvar a vida de Lain.
This message was last edited by the player at 15:03, Tue 20 July 2021.

Laços abertos:

Lain tem curiosidade em saber o que representam as runas desenhadas no tronco de Dukac.

Lain gostaria de se aproximar mais de Branco para tentar entendê-lo.

Novos laços:
Branco deseja ajudar Dukac a encontrar o paradeiro do demônio.
Branco quer tentar ajudar as pessoas como Lain.

Novo laço:

Comovido com o fracasso da missão, Dukac sente que deve ajudar Lain a recuperar seu moral.