Dukac, "o Sanguinário"

A aldeia de Kirah pertencia à Tribo de Kesh, para além das montanhas a oeste de Dervis. Essa tribo sempre foi comandada por uma linhagem ancestral de Anões. Contudo, Kesh também albergava aldeias das demais raças civilizadas, mediante um imposto anual em víveres.

Cada aldeia de Kesh cultuava seus ancestrais, celebrados nas suas sagas como arquétipos da Justiça. Essa religiosidade se expressava nos cultos e nos costumes de cada aldeia da Tribo.

Dukac, "o Sanguinário" deixou para trás os destroços de Kirah e de seus conterrâneos. E o demônio Zathyr não foi mais visto desde então. O bárbaro vagou a esmo atrás de vingança e de redenção, prestando os seus "serviços", ao passo que ia à procura da criatura.

Foi assim que, na noite do 13º dia do Galo, numa das estalagens de Nam em que Dukac se embebedava, um mensageiro ofegante trouxe-lhe a carta. Na madrugada seguinte eles deveriam acompanhar a caravana que partia de lá para Dervis.


Dukac, a divindade cultuada na aldeia de Kirah, contam os mitos, foi o primeiro Ancião, o fundador da aldeia. Seu exemplo de homem justo deu origem, posteriormente, ao culto aos ancestrais da aldeia. Você, como último conhecedor dessa tradição (até onde se sabe), conte-nos como era o culto. Como se chamava esse deus?
This message was last edited by the GM at 14:59, Sat 25 July 2020.

Nosso povo cultua o deus da terra, Titoth. Ele é capaz de levantar até montanhas apenas com suas grandes pisadas. Quando a terra treme, é Titoth que está criando novos lugares para o surgimento da vida. Ele é um deus que se preocupa com os humanos. Certa vez, caminhando pela região, percebeu a dificuldade das pessoas em sobreviver naquela terra arrasada. Com suas grandes pisadas, a terra estremeceu, grandes montanhas se ergueram e vales se formaram, e logo as primeiras florestas e rios vieram. A nossa aldeia o adora com danças típicas, que expressa o pisar na terra, e com oferta de colheitas, para agradecer a Titoth pela terra oferecida aos humanos.
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"Branco"

A fazendinha onde "Branco" nasceu e cresceu ficava em terras ("Warab") da Tribo de Bogol, norte de Uhter. Porém, um enorme deserto os separavam da capital da tribo, de maneira que Branco não aprendeu os costumes dos "Homens no Norte".

Ainda garoto, Branco deixou para trás uma cena de horror que levaria muitos dias até que alguém encontrasse. E ele a deixou lá, intocada, quem sabe como uma mensagem de despedida para esse visitante imaginário.

Sua partida foi rumo ao sul; que Bogol fosse consumida junto com as suas lembranças! Logo, de vilarejo em vilarejo, a sarjeta foi a sua escola; e o dinheiro, seu tutor. A princípio, sobrevivia de pequenos furtos. Mais tarde, já ensaiava ataques a presas maiores.

A sua indiferença à sorte dos homens era justificada. O mesmo mal que ele viu consumir seu pai e a sua casa, parecia se espalhar por Uhter. Usurpadores, tiranos, malfeitores... Era como se cada rincão de Uhter estivesse adoecendo.

Foi num pequeno albergue, nas cercanias de Nam, que Branco foi surpreendido com a visita de um mensageiro. Era como se ele soubesse de antemão onde e quando encontrá-lo.

Branco, por que você aceitou o convite da carta? Qual é a sua motivação para atender ao pedido de ajuda?
This message was last edited by the GM at 21:03, Sun 07 Feb 2021.

Recompensa? Glória? Não, nada disso me interessa. Meu gosto é um pouco mais peculiar... Cultistas possuem uma fé que ultrapassa até mesmo sua vontade de viver. E é nisso que minha motivação se baseia, pois o momento que perderem essa fé me será de enorme prazer.
This message was last edited by the GM at 14:58, Sat 25 July 2020.

Jonin

Foi na estalagem da sua família que, ainda garoto, Jonin ouviu pela primeira vez sobre a lendária Escola de Magia da Tribo de Huur. Aqueles contos logo cristalizaram-se numa meta de vida. E, assim que converteu-se em homem aos olhos de seus pais, Jonin pôs o pé na estrada.

Estava claro que a viagem para o sul de Uhter marcou o início da sua jornada iniciática. Com os varani, Jonin dividiu não somente os labores do caminho, mas também uma forte amizade. Eles lhe ensinaram alguns dialetos e mostraram grande apetite para as receitas da sua terra natal.

Nas frias estepes de Huur, todos os que buscavam iniciar-se nas Artes Reais, sejam eles Hobbits* ou forasteiros, recorriam ao Mestre Muligan. Só depois de uma perseverante espera, que Jonin foi aceito como seu neófito.

A despeito das críticas veladas, Muligan parecia dar-lhe uma atenção especial, como se vislumbrasse no jovem um importante papel a cumprir. O Mestre passou-lhe instruções enigmáticas e foi enfático para que Jonin as memorizasse. Ao fim do seu treinamento, Muligan o dispensou com aparente indiferença: "Teus estudos terminam aqui. Agora esqueça tudo e vá!".

Peregrinando por Uhter, Jonin compreendeu a Unidade de que seu mestre tanto falava. As quatro tribos — Kesh, Huur, Ayaram e Bogol —, os quatro elementos — terra, água, ar e fogo — e as quatro virtudes — justiça, beleza, bondade e verdade. Todos apoiavam-se como uma pirâmide sobre um mesmo eixo de sabedoria: a Biblioteca de Dervis.

Jonin foi arrebatado por essa percepção, entre uma garfada e outra do seu jantar. O assombro foi ainda maior ao ler a carta que acabara de lhe ser entregue.


Jonin, conte-nos sobre o ataque de Lurso e o "respeito" que isso deixou. ( ͡° ͜ʖ ͡°)


* O jogo é nosso e a gente chama como bem entende!
This message was last updated by the GM at 14:58, Sat 25 July 2020.

Apesar de saber muito sobre magos,feiticeiras e história da magia, Jonin desconhecia os saberes mais refinados sobre viagens. Também não dominava com precisão a geografia sulista e, sem saber, adentrara o território dos lursos durante sua jornada.

Uma noite, tendo calculado mal seu progresso, foi surpreendido pelo cair da noite antes de ter chegado à próxima vila, onde pernoitaria. Não estando consciente do perigo da área, Jonin decidiu dormir ao relento e preparou sua comida sem tomar cuidado em não atrair animais.

De madrugada, acordou com um barulho e, ao abrir os olhos, se viu cara à cara com as presas de um enorme lurso! Sem pensar e movido pelo terror, Jonin pegou o cajado que usava na viagem e desferiu, mais por sorte que perícia, uma pancada contra o focinho do lurso, que se assustou com a dor súbita.

Jonin disparou em direção à estrada, pensando ingenuamente que conseguiria ser mais rápido que o animal. O lurso, agora enfurecido, perseguiu o aspirante a mago e o teria alcançado não fosse a família varani que passava pelo local.

Com tochas e panelas ruidosas, os varani confundiram e assustaram o lurso, que desistiu de jantar Jonin e retornou para a floresta. E assim o jovem se tornou amigo de Yanko e sua família.

E passou a "respeitar" os lursos.

This message was last edited by the player at 21:55, Mon 27 July 2020.

Gyles Redfearn

Os murmúrios sobre "o ruivo desordeiro" logo se alastraram pelos povoados de Kesh, preocupando os Senhores Menores. A relativa autonomia de que estes gozavam, em relação ao Ancião da Tribo, dava-lhes o poder de julgar e executar seus opositores, ou mesmo seus desafetos -- tudo em nome da "justiça divina".

Gyles fugiu de uma tentativa frustrada de execução, exilando-se para o sul de Uhter. Nessa época, ele pensava que opôr-se à tirania fosse um fim em si, que era a sua vocação.

Sua relação mística com o Fogo o conduziu à Escola de Magia da Tribo de Huur. Aí, ainda na condição de postulante, descobriu que essa não era a sua trilha. E o seu ato de revolta foi prontamente respondido com a expulsão. Contudo, o "aluno favorito" de Muligan, Jonin, não deixava de despertar-lhe uma certa fascinação -- como alguém promissor no ajuste desse mundo corrompido.

O vazio que se seguiu no peito de Gyles foi logo substituído pelos Seguidores da Dama Vermelha. Seus ideais de renovação e expurgo do mundo tocaram o seu íntimo. E ele foi acolhido na seita como um prodígio.

Todavia, a estrutura teocrática do grupo o incomodava. As mesmas práticas de Imolação que ajudaram a desenvolver seus poderes latentes pareciam mais uma ferramenta de dominação. O líder era, supostamente, o porta-voz da Dama Vermelha. E essa desconfiança culminou com o sacrifício de um membro, pouco depois de ele ter questionado o líder.

Dividido entre o receio de ser o próximo e o medo de trair seu pacto de sangue, Gyles fugiu na direção de Kesh, transitando pelas cordilheiras. Instalou-se por uns dias em Nam, até que foi interpelado por um mensageiro...

Gyles, por que você aceitou o convite na carta? Qual é a sua motivação?
This message was last edited by the GM at 20:37, Mon 27 July 2020.

Ao ler as linhas da carta Gyles Redfearn pensou no perigo que pairou sob sua cabeça quando esteve entre os seguidores da Dama Vermelha e como um zelote fanático podia ser perigoso e agora lia que havia outra seita de fanáticos cegos ou iletrados, pois somente um iletrado ou fanático iria ameaçar livros. Ele aceitou porque através dos livros o inculto era instruído ou doutrinado e era importante salvar os bons livros e ao mesmo tempo preservar os livros mentirosos para servirem de exemplo.

Os livros sem exceção, mesmo aqueles que contem mentiras devem ser preservados, pois afinal são registros de épocas, acontecimentos e visões de mundo.

Laços iniciais:

✓ Branco se sente em dívida com Dukac, por tê-lo salvado a vida.

✓ Dukac deseja conquistar a confiança de Jonin, para que o ajude a encontrar o demônio Zathyr.

✓ Branco sente um respeito por Gyles, por incitar um ato de "justiça" e de subversão.

✓ Gyles sente o dever de inculcar em Jonin suas convicções anarquistas.

✓ Jonin tem receios de que Branco seja um assassino psicopata.

Novo laço: Dukac deseja descobrir, com a ajuda de Jonin, alguma informação sobre o demônio Zathyr.
This message was last edited by the player at 17:51, Thu 27 Aug 2020.

Laço com o Dukac: se certificar de que o Dukac manterá sua promessa de não ser um Branco

Atualização dos laços:

✓ Branco se sente em dívida com Dukac, por tê-lo salvado a vida.
✓ Branco sente um respeito por Gyles, por incitar um ato de "justiça" e de subversão.

✓ Dukac deseja convencer Jonin a ajudá-lo na busca pelo demônio Zathyr.

✓ Gyles sente o dever de inculcar em Jonin suas convicções anarquistas.

✓ Jonin quer garantir que Dukac também não seja um homicida desalmado.