A vegetação era densa o suficiente para conservá-los ao abrigo da vista alheia. Era até mesmo difícil acompanhar aquele pique, em fila indiana e à meia-luz. Vez ou outra, quando a coruja pousava num galho, Djeli interrompia a corrida e todos se agachavam.
Talvez vocês tenham até duvidado da sanidade do homem, que seguia uma coruja tão convictamente. Mas, aí, ficou claro numa dessas entrepausas, que havia homens da guarda málvara por perto. Dava para ouvi-los vasculhando a mata.
Depois de um percurso tenso, em que as respirações e o farfalhar das folhas soavam demasiadamente alto, vocês alcançaram uma minúscula praia rochosa. Entre as pedras estava ancorado um grande bote de madeira, com remos deitados no seu interior.
A coruja já não estava lá e Djeli embarcou sem demora. Entretanto, conforme o restante do grupo embarcava, na boca da mata atrás de vocês via-se um homem negro e peludo zelando vocês. Em verdade, era...
um elfo!?
Assim que o último embarcou, Djeli afastou o bote da margem com o remo e, silenciosamente, levou a mão ao peito, como um gesto dervisiano de agradecimento. Seus olhos estavam marejados.
Mas, nesse mesmo instante, uma voz sombria ecoou por todo o bosque:
muahahaha! Fujam, ratinhos! Corram o quanto puderem! E, então, um ruído de pisoteio surgiu e aumentou na direção de vocês, como o estouro de uma manada. Eram soldados málvaros que convergiam para a praia.
Assim, sem nenhum gesto de despedida, o enigmático elfo se virou de frente para o bosque e pôs-se de quatro. Uma cena bizarra!... Mais ainda quando suas costas começaram a arquear, sua musculatura a tremer, e o corpo todo a transfigurar-se num enorme lurso!
Vocês viram o mago encolher-se no bote, absolutamente pálido!
O lurso avançou bosque adentro; e, vocês, mar afora. O vento invernal que varria a foz do rio Dervis já não permitia escutar o que se passou a partir dali na ilha. Com um certo esforço coletivo, vocês venceram a correnteza do rio e atravessaram para a margem continental. Atingiram, enfim, uma barra arenosa onde desembarcaram.
Daí, vocês caminharam por meio dia, em terreno encharcado, rumo à cidade. Exaustos, as pernas pesando como chumbo, portando vestes málvaras chamuscadas e dois hobbits nus. Mas, com uma boa dose de sorte e de furtividade, vocês passarão sem ser vistos, já que que toda Dervis ainda deve estar descansando das festividades...
* * *
Aqui se encerra o capítulo 2. Descrevam para onde estão indo e como o farão até lá. O próximo capítulo vai ser retomado a partir daí.
Depois, eu quero que vocês advoguem em favor próprio sobre os itens de XP: resolvam seus laços (criem outros mais, se quiser); se agiu conforme o alinhamento; se aprenderam algo importante sobre esse mundo; se venceram um inimigo notável; se pilharam um tesouro memorável; q.v. https://dungeon-world.com/down...orld_Play_Sheets.pdf
Em seguida, quem tiver XP pra passar de nível, pode fazê-lo e atualizar as fichas (character details). Descrevam na ficção como o personagem mudou e justifique essa evolução (tópico Personagens e laços).
Ah, façam críticas e sugestões na taverna! Vou precisar de uns dias de folga, mas em breve a gente retoma a campanha.
Obrigado! Abração!