Roman deixou Mgamba para trás e viajou para o sul, seguindo pelo sopé das cordilheiras e contornando a capital, Dervis. Essa era a rota mais improvável de encontrar viajantes e, por conseguinte, ladrões. As últimas pistas sobre seu irmão indicavam que ele foi avistado próximo às comunidades hobbits livres, ao sul de Dervis.

Na sua jornada solitária, o druida viu alguns desses povoados distantes, que não respondiam a nenhuma Tribo. E, em todos eles, Roman percebeu algo em comum: medo. Pessoas amedrontadas, escondidas em casa; raramente via-se algum comerciante a galope, viajando com uma escolta...

E agora, às margens do vilarejo de Koram, o druida sentia o mesmo temor nas poucas almas que retornavam das lavouras para os seus casebres. Enquanto o sol se punha, vistos dali da borda da mata, os aldeões hobbits pareciam, para Roman, crianças esperando receber um castigo.

Você quer entrar no vilarejo atrás de informação ou prefere passar a noite na mata, observando?

*   *   *

Os dias de fuga foram extenuantes, emocional e fisicamente, para Lain. Já era quase noite e, em outras circunstâncias, você providenciaria um abrigo na mata e dormiria com um fogo de chão. Porém, nevava, sua mente e corpo estavam esgotados... E o cheiro de lenha que subia das chaminés de Koram fez seu estômago roncar!

Já havia escurecido e a rua que divide o vilarejo estava iluminada apenas por algumas lamparinas, à frente de uma casa pública. No lado oposto à rua de acesso havia um celeiro com um anúncio de pernoite pendurado.

O que você faz?

Lain parou de caminhar por um instante, cansada da nevasca que já durava o dia inteiro. Seus pés, mesmo protegidos pela bota de couro, já doíam de frio. Já quase não sentia a ponta dos dedos, e as mãos tremeram de leve quando ela ajeitou a capa para mais perto do corpo e o gorro para junto do rosto, o protegendo do vento.

Estava com fome, passara o dia apenas com umas poucas provisões que tinha guardado, e tudo que queria era um lugar quente e uma comida igualmente quente. A casa pública parecia oferecer todo o conforto que precisava, se não fosse um detalhe. Lain não trazia consigo moedas nem nada de valor.

Olhou para o outro lado, na direção do celeiro. O estômago roncou mais uma vez, mas, forçando-se a ignorá-lo, decidiu ir em direção ao abrigo. Posso oferecer algum serviço ou trabalho laboral como pagamento pela manhã, pensou. Com sorte, consigo também alguma comida.

Com o lobo Cree ainda ao seu lado, Lain se dirige para o celeiro e procura pelo responsável para solicitar a estadia naquela noite.
This message was last edited by the player at 01:23, Tue 26 Jan 2021.

Embora Roman conseguisse perceber toda aquela onda de receio que rondava o vilarejo e, mesmo que aquilo ainda assim tenha despertado sua curiosidade por entender o que ali acontecia, achou por bem aproveitar os últimos raios de sol do dia para montar uma pequena cabana no meio da mata fechada.
Por hora, não quis se expor àquilo ou até amedrontar mais aquele povoado por conta de sua estatura, refletiu.

Sendo assim, decisão tomada, afastou-se o suficiente da borda da passagem dos aldeões e se utilizou de suas técnicas de campo para, além da cabana, fazer uma pequena fogueira que evitaria atrair qualquer atenção para o ponto onde estava. Com ela, conseguiria esquentar a água limpa que trazia a fim de transformar suas ervas e misturas em um chá e em um óleo específico para manter partes da pele mais protegidas da neve e do frio que enfrentaria durante a noite e a madrugada cada vez mais próximas.

Pouco tempo depois, já sem qualquer luz do sol, mas à luz da fogueira e a terminar os últimos detalhes do simples abrigo que construiu, ouviu um som vindo de longe, porém não ao nível do solo. O rapaz, alarmado e estático, pensou por um instante no que teria sido. - Isso pareceu ter vindo do céu. -, sua própria mente o indagou. E não se enganou. Reconheceu no instante seguinte o que era e se acalmou, ligeiramente. Era o grito de um falcão, do tipo peregrino e familiar. Aparentemente, sua fiel ave não estava muito longe dali e não passaria aquela noite completamente sozinho.
This message was last edited by the player at 21:34, Tue 26 Jan 2021.

Lain e Cree caminharam lado a lado, vilarejo adentro. A expectativa de um bom repouso e uma boa refeição, apenas a alguns passos de distância, era tão boa que quase dava um sentimento de culpa. A arqueira finalmente poderia esquecer os horrores da guerra, ainda que por uma noite. Só essa noite...

Seu corpo avançava contra o vento gelado já por conta própria... até que se deteve subitamente. A estafa mental não lhe permitiu assimilar de pronto o que acontecia. Gritos, algazarra. O vilarejo, até então às escuras, parecia ter despertado numa violenta convulsão!

Lain travou por um instante, antes de entender o que se passava. Flechas incendiárias voavam sobre os telhados de palha e madeira. Koram estava sendo atacada! Seus olhos aguçados puderam distinguir algumas figuras pelo brilho das chamas: anões armadurados, arrombando portas, executando os aldeões; humanos em robes avermelhadas lançando labaredas com as mãos — tal como fazem os feiticeiros de Daesha! Odut amieuq!, proferiam, e línguas de fogo botavam coisas e pessoas em combustão.

Uma senhora hobbit em trajes de dormir veio às carreiras na direção de Lain, rumo à floresta, trazendo consigo três jovens hobbits em pleno desespero. Os invasores eram muitos, bem equipados e tinham a vantagem da surpresa. Aquilo era um extermínio!

Lain, o que você faz?

*   *   *

Roman fez um abrigo cônico, com folhas de palmeira e um fogo de chão no centro. Toda a vida ali contida fazia daquela choupana um palácio para o druida. Estava pronto para embalar no sono, seguro de que Boah zelava por ele.

No entanto, um burburinho ao longe o fez despertar. Certificou-se de que não era sonho. Deixou o abrigo, aproximou-se da borda da mata e tomou um susto com o que viu! O vilarejo de Koram estava sob ataque, pessoas correndo e casas em chamas!

Uma figura alta e esguia estava na entrada da vila, ao lado de um lobo. Uma família de hobbits fugia rumo à mata. Os invasores matavam todos no caminho e não tardariam a persegui-los!

O que você faz?
This message was last edited by the GM at 17:35, Tue 02 Feb 2021.

Lain olhou em choque para a cena que se desenrolava a sua frente. Ao seu lado, o pelo de Cree se encrespou. O caos logo a remeteu à devastação que havia recaído em sua cidade natal e ela sabia que não poderia ficar ali. Todo o cansaço acumulado ao longo do dia se esvaiu em um segundo, a adrenalina tomando seu lugar.

A hobbit com as três crianças ao seu encalço eram o próprio desespero. Agindo por puro instinto, Lain acenou com urgência para que eles a acompanhassem. Tentaria ao menos os levar para a segurança.

O que está acontecendo?! Ela perguntou alarmada enquanto eles começavam a segui-la de volta para floresta.

Logo que atingiu a borda da mata foi capaz de ver e sentir o concreto desespero em que se encontravam as pessoas do vilarejo, agora em chamas.

O druida pensou rapidamente em como faria para chamar a atenção apenas dos cinco fugitivos e um lobo sem precisar se expor tanto. Lembrou-se de Boah, que o havia seguido até ali e pousado sobre um dos galhos de uma árvore próxima a ele.

E, antes que os cinco pudessem entrar na mata, fez um sinal ao pássaro treinado para que fizesse, na frente deles, um sobrevoo rápido, uma pirueta no ar e logo retornasse para um dos galhos sobre seu dono. Dessa forma, pensou ele, fariam perceber a sua posição escondida à borda da mata e lhes indicaria para fugirem em direção a sua base improvisada.
Isso dificultaria qualquer tipo de perseguição a eles, já que deixariam de correr à vista pelo caminho e sem rumo, para irem mata adentro até sua cabana.

Ao mesmo tempo, se perguntava: O que foi que motivou toda essa confusão dessa vez?
This message was last edited by the player at 00:34, Sun 31 Jan 2021.

Mais uma vez Lain presenciava os horrores da guerra... mas um impulso militar lhe dava a clareza e a prontidão para agir!


A família hobbit corria no limite das suas forças em direção à mata. Um olhar rápido e aflito foi toda a resposta que a senhora conseguia dar durante a fuga. Foi então que um falcão sobrevoou suas cabeças, piando, indo e voltando da copa de uma árvore específica. Ainda que irrefletidamente, a senhora atendeu ao chamado do animal, impelindo os pequeninos a correr naquela direção.

Em instantes o vilarejo de Koram fora engolido por um verdadeiro pandemônio! Seus invasores eram implacáveis e estavam determinados a não deixar nenhum sobrevivente escapar! Logo, percebendo a tentativa de fuga, um destacamento de anões pôs-se no encalço dos hobbits.

O terreno está úmido, eles estão pesados... mas, mesmo assim, são soldados! E extremamente motivados! Tanto Roman quanto Lain percebiam que, a menos que os anões fossem retrasados, eles os alcançariam!




O que vocês fazem?

Roman, você não tem a habilidade "companheiro animal". Você pode se comunicar com bichos próprios do ambiente ao qual você é ligado (florestas, no caso). Reveja, por favor, o perfil do druida nos livros de regra e de personagens.

O grito do falcão atraiu o olhar de Lain, e ela entendeu se tratar de um chamado. Viu um homem nas proximidades que parecia se comunicar com o animal, e seu rosto lhe era familiar, mas ela não tinha tempo para isso agora.

Sabia que precisava agir rápido para impedir o avanço dos anões. Em um impulso, Lain puxou seu arco e flecha e mirou no pescoço daquele que estava mais próximo.

Lain rolled 8 using 2d6+2. Volley.

Na correria, no entanto, o ataque não sai tão certeiro quanto ela gostaria.

(Escolhi manter o dano, mas com a penalidade do d6)

Lain rolled 8 using 1d8. Dano.
Lain rolled 5 using 1d6. Penalidade.
This message was last edited by the player at 03:14, Thu 04 Feb 2021.

Lain arrancou na mesma direção que os hobbits, com Cree ao seu lado, que se encrespava e rosnava para os perseguidores. Ainda correndo, a arqueira disparou um petardo contra o anão mais adiantado. Sua flecha atravessou-lhe a cara, arremessando a sua cabeça para trás, fazendo-o tombar violentamente de costas. Os demais agressores se assustaram com o ataque e se atrapalharam para desviar do colega morto. E, então, seguiram correndo, ainda mais ferozes!

Entretanto, no breve instante em que se virou para disparar, Lain tropeçou em algumas raízes mais protuberantes. Suas flechas caíram da aljava e ela tinha uma fração de segundo para decidir entre seguir correndo, ou recolher as flechas. E, neste caso, os anões a alcançariam e ela teria de enfrentá-los corpo-a-corpo.

Rápido! Conheço uma trilha por aqui!, urgiu a senhora hobbit... em élfico?! E com uma excelente pronúncia, aliás!

*   *   *

Enquanto isso, Roman, percebendo a urgência da fuga, soterrou seu fogo de chão e desfez o seu abrigo de folhas de palmeira. Utilizando-se das mesmas folhas, o druida entranhou-se na floresta, varrendo atrás os rastros da sua passagem para dificultar a perseguição. Agora os anões estavam entrando no seu território...