Luiz Silva, não poderia haver um nome mais comum para um brasileiro. Mas Luiz se via longe dos paradigmas de uma pessoa comum. Parecia que seu corpo era um imã para brigas e encrencas, por onde passava elas começavam. Não que isso lhe fosse um problema, afinal de contas era como se ele tivesse um "sexto sentido", o que lhe permitia sair de lutas (as vezes em grande desvantagem numérica) com pouco ou sem nenhum arranhão. Ele não era um valentão, mas a pequena fama que as incontáveis vitórias em brigas com até mesmo adultos inflavam seu ego, e ele gostava disso. Tudo isso acabou no dia em que aquelas coisas sairam de seus braços. Ele não conseguia lembrar exatamente o que aconteceu, só do sangue escorrendo em seus braços e aquelas lâminas que cortavam seja lá o que tocassem. Depois que todos dispersaram da clássica roda de briga apenas Luiz permaneceu lá, sentado, ensanguentado e sem saber o que fazer. Os dias seguintes foram o verdadeiro inferno para Luiz. Como se não fosse traumatizante o suficiente descobrir que era um mutante ainda havia o linchamento digital por aqueles que tanto se diziam ser seus amigos. Seus pais conseguiram alegar a justiça que foi legitima defesa, já que eram oito garotos contra um. Perante a lei tudo tinha se resolvido, mas nada voltaria a ser como era. Luiz agora era um monstro perante a escola e boatos e fofocas surgiam a cada minuto para destruir ainda mais sua reputação. Seus pais só tinham uma única opção, colocá-lo em uma escola especializada para mutantes. Durante a viagem pouco foi dito entre eles, e ao se despedirem seus pais tentavam se conformar com a situação. "Vai ser bom pra ele querida, quem sabe com outras crianças assim ele não fica um pouco mais humilde?".