Lain
Lain é uma elfa da floresta originária de uma região marcada por bosques, montanhas e lagos, e ocupada por sua raça por mais de cinco mil anos. A região viu o florescimento de diversos assentamentos e pequenas cidades élficas ao longo dos séculos, que, conduzindo negócios entre si, cresceram a ponto de pouco depender do contato com outros povos.
A prosperidade do lugar, no entanto, atraiu a ambição de Daesha, soberana dos elfos negros. Seu exército atacou as cidades, que se juntaram para combater a ameaça. Com isso, uma guerra interminável se instaurou na região, rendendo centenas de baixas, vitórias e derrotas continuamente para ambos os lados.
A guerra já durava 50 anos quando Lain nasceu. Aprendeu com o pai a manejar um arco e flecha e cresceu testemunhando os efeitos devastadores do conflito em Cahnora, sua cidade natal.
Certa noite, uma emboscada a Cahnora pegou seus habitantes de surpresa. Guerreiros correram para defender suas barreiras; crianças, doentes e idosos, para se proteger do inimigo que forçava as portas de suas casas. A batalha durou toda a madrugada, mas os inimigos eram numerosos demais para que as defesas de Cahnora resistissem, cruéis demais para permitir algum tipo de clemência. A cidade terminou em chamas e ruínas; os sobreviventes, capturados.
Lain havia escondido em sua casa os habitantes mais jovens, procurando proteger as crianças de Cahnora. Seus pais inicialmente optaram por enfrentar o campo de batalha, mas regressaram para casa tão logo perceberam a derrota, se agarrando ao fio de esperança que era a salvação de Lain e os demais. Os ajudariam a fugir, nem que isso lhes rendesse a morte. Seu esconderijo, no entanto, fora tomado pelo exército inimigo com a brutalidade que lhes era própria. Tanto a fuga quanto a vida dos dois foram ceifadas de maneira prematura demais, deixando o grupo de crianças assustado, desamparado e, agora, indefeso.
Qual o seu nome? um dos elfos negros perguntou, apertando a mandíbula de Lain. Tinha a postura de um alto general.
Sou Lain, filha de Virion e Nyana ela respondeu, sem medo de encarar seu captor. Os corpos dos pais jaziam ainda quentes no chão, mas ela era a mais velha do grupo e não deixaria que o terror se manifestasse em seus olhos.
O elfo negro riu da insolência da jovem, apertou a mandíbula com ainda mais força e a jogou em direção a outros soldados que agora ocupavam os escombros do que um dia foram sua residência.
Levem-na para Daesha. Pode servir de escrava.
As crianças pequenas foram levadas primeiro, acorrentadas e escorraçadas cada vez que soluçavam. O general as seguiu, deixando Lain a sós com um par de soldados.
Mas antes que um dos dois conseguisse prender os pulsos de Lain, ela, em um impulso, resgatou o arco do pai, se aproveitou daquele breve momento de surpresa e acertou uma flecha em cada coração.
Assustada com a repercussão de seu impetuoso ato de coragem, Lain fugiu pela parte de trás da casa, se embrenhando no bosque o mais rápido que conseguiu. Levou consigo apenas o arco do pai e a aljava de couro costurada pela mãe, correndo por dias a fio até julgar estar distante o suficiente dos domínios inimigos.
Os pesadelos da guerra a acompanham até hoje. Sua única companhia nos últimos anos foi Cree, um fiel lobo-cinzento que surgiu em seu acampamento uma noite e nunca mais deixou o seu lado. Ao longo das décadas, alimentou seu ódio por todos os elfos negros e tem a esperança de, um dia, conseguir retornar a sua terra natal e a libertar do controle de Daesha.
A prosperidade do lugar, no entanto, atraiu a ambição de Daesha, soberana dos elfos negros. Seu exército atacou as cidades, que se juntaram para combater a ameaça. Com isso, uma guerra interminável se instaurou na região, rendendo centenas de baixas, vitórias e derrotas continuamente para ambos os lados.
A guerra já durava 50 anos quando Lain nasceu. Aprendeu com o pai a manejar um arco e flecha e cresceu testemunhando os efeitos devastadores do conflito em Cahnora, sua cidade natal.
Certa noite, uma emboscada a Cahnora pegou seus habitantes de surpresa. Guerreiros correram para defender suas barreiras; crianças, doentes e idosos, para se proteger do inimigo que forçava as portas de suas casas. A batalha durou toda a madrugada, mas os inimigos eram numerosos demais para que as defesas de Cahnora resistissem, cruéis demais para permitir algum tipo de clemência. A cidade terminou em chamas e ruínas; os sobreviventes, capturados.
Lain havia escondido em sua casa os habitantes mais jovens, procurando proteger as crianças de Cahnora. Seus pais inicialmente optaram por enfrentar o campo de batalha, mas regressaram para casa tão logo perceberam a derrota, se agarrando ao fio de esperança que era a salvação de Lain e os demais. Os ajudariam a fugir, nem que isso lhes rendesse a morte. Seu esconderijo, no entanto, fora tomado pelo exército inimigo com a brutalidade que lhes era própria. Tanto a fuga quanto a vida dos dois foram ceifadas de maneira prematura demais, deixando o grupo de crianças assustado, desamparado e, agora, indefeso.
Qual o seu nome? um dos elfos negros perguntou, apertando a mandíbula de Lain. Tinha a postura de um alto general.
Sou Lain, filha de Virion e Nyana ela respondeu, sem medo de encarar seu captor. Os corpos dos pais jaziam ainda quentes no chão, mas ela era a mais velha do grupo e não deixaria que o terror se manifestasse em seus olhos.
O elfo negro riu da insolência da jovem, apertou a mandíbula com ainda mais força e a jogou em direção a outros soldados que agora ocupavam os escombros do que um dia foram sua residência.
Levem-na para Daesha. Pode servir de escrava.
As crianças pequenas foram levadas primeiro, acorrentadas e escorraçadas cada vez que soluçavam. O general as seguiu, deixando Lain a sós com um par de soldados.
Mas antes que um dos dois conseguisse prender os pulsos de Lain, ela, em um impulso, resgatou o arco do pai, se aproveitou daquele breve momento de surpresa e acertou uma flecha em cada coração.
Assustada com a repercussão de seu impetuoso ato de coragem, Lain fugiu pela parte de trás da casa, se embrenhando no bosque o mais rápido que conseguiu. Levou consigo apenas o arco do pai e a aljava de couro costurada pela mãe, correndo por dias a fio até julgar estar distante o suficiente dos domínios inimigos.
Os pesadelos da guerra a acompanham até hoje. Sua única companhia nos últimos anos foi Cree, um fiel lobo-cinzento que surgiu em seu acampamento uma noite e nunca mais deixou o seu lado. Ao longo das décadas, alimentou seu ódio por todos os elfos negros e tem a esperança de, um dia, conseguir retornar a sua terra natal e a libertar do controle de Daesha.