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Welcome to Remanescentes

18:12, 3rd May 2024 (GMT+0)

Rodrigo

Teresa da Costa residia em Angra dos Reis, tinha um feliz casamento e uma satisfatória carreira como engenheira na Eletronuclear. Tudo isso ruiu por causa do alcoolismo. Já era a terceira vez que retornava ao centro de reabilitação da cidade. Os amigos, colegas, até sua família já haviam desistido dela; mas ela própria, ainda não.

Certo dia, a inusitada visita de representantes de uma farmacêutica estrangeira trouxe a oportunidade de um tratamento de ponta para dependentes químicos, pago pela empresa, como parte de uma pesquisa internacional. Esperançosa de uma retomada na vida, Teresa assinou os numerosos termos de consentimento. No dia marcado, embarcou com outros pacientes na van que veio buscá-los, e não se lembrou de mais nada depois disso.

Por meses, Teresa e outras vítimas de diferentes nacionalidades foram submetidas aos mais perversos experimentos, nas alas adaptadas daquele e de outros cargueiros em águas internacionais. A cada nova fase de testes, o número de sobreviventes reduzia drasticamente. A pesquisa em curso, financiada por elites políticas e empresariais globais, ensaiava a produção de super-humanos, com vistas à hegemonia militar no planeta.

Na noite em que foram atingidos por uma tempestade, uma pane elétrica fez o experimento com Teresa sair de controle -- tanto dos cientistas quanto dela própria, cujo corpo levitava e projetava violentos arcos elétricos.
A destruição se espalhou por todo o maquinário, os soldados não conseguiram detê-la e, na mesma noite, o navio foi destroçado. Semiconsciente, Teresa voou através da tempestade, rumo ao litoral. No dia seguinte, nenhuma notícia deu conta do ocorrido e Teresa logo soube que precisaria sumir do mapa.

Teresa foi para Londres, hospedar-se com uma amiga da faculdade: Sônia. Lá recomeçou a vida como técnica de laboratório. Sônia lhe ajudou a lidar com os traumas. Apaixonaram-se. Teresa nunca lhe revelou seus poderes.
Depois de sete anos, Teresa acidentalmente descobriu um esquema da mesma corporação que a raptou e resolveu bancar a justiceira. O incidente criou caos em Londres e Teresa só saiu viva porque super-heróis entraram em cena.
Teresa entendeu que já não havia volta e aceitou juntar-se à Coalizão. Com medo de pôr Sônia em perigo, decidiu forjar a própria morte e deixar-lhe um seguro de vida.



Nos séculos seguintes, Teresa assumiu uma identidade diferente a cada década, migrando entre vilarejos turísticos, onde uma jovem solteira não suscitaria fofoca. Como resultado, ela enterrou a identidade heróica no inconsciente e perdeu-se nas suas inúmeras personagens, o que lhe afetou a sanidade mental. Com o agravamento climático na Terra, ela se mudou para Marte, onde acompanhou de perto os avanços tecnológicos da engenheira Lyta Ogoye.

Nos primeiros séculos da Diáspora, Teresa viu com crescente repúdio as políticas imperialistas das nações solares e engajou-se anonimamente nos movimentos de independência. Depois, entretanto, quando ocorreu o surto do “Nul”, ela se associou aos precursores do "Sol" e contribuiu com o desenvolvimento de aparatos de bloqueio telepático.

Por várias gerações Teresa atuou nas sombras. Mudava sua aparência e suas rotinas. Fortificou-se. A aparente bonança que reinou durante a Neodiáspora parecia ocultar um mal que se agitava no âmago da multiumanidade. Obstinada, ela recuperou sua identidade heróica, há muito esquecida, e adotou uma corruptela do seu nome, mais própria desse milênio: Tere Dakos.

A “Relâmpago”, como seus colegas heróis lhe apelidaram, decidiu que era tempo de contatá-los