Amon cresceu em um orfanato na cidade de Kanaak. O local era gerenciado pelos sacerdotes de Sobekh, e preparava as crianças para uma vida de sacerdócio. Os ensinamentos eram bem rígidos e, por causa disso, as crianças que não suportavam fugiam. Aqueles que suportavam chegavam à vida adulta com uma fé inabalável.

Por ter sido criado próximo ao clero, Amon desprezava os plebeus, pois na sua percepção, estava acima deles. Por outro lado, sua devoção a Sobekh e submissão ao alto clero era inquestionável.

Certa vez, Amon foi escolhido para participar de um ritual reservado, com a participação do sumo sacerdote. Sua atribuição era bem simples, apenas segurar uma vela no canto da câmara sagrada. Aquele foi seu primeiro e único ritual com o alto clero. Amon não conseguiu compreender muito bem o que aconteceu. Enquanto o sumo sacerdote realizava os ritos, algo místico aconteceu. Seu corpo se encheu de energia, como se o próprio Sobekh estivesse presente na sala. Ele ficou maravilhado com essa aproximação que teve com deus.

Alguns anos depois, enquanto estudava na biblioteca, Amon encontrou um pergaminho misterioso. Nele haviam histórias de eventos tão divinos quanto aquele realizado no ritual. Por gozar de uma patente mais elevada que um simples sacerdote, Amon tinha certa autonomia para viajar (financiado pelo clero). Assim, movido pela curiosidade e pela vontade de obter a verdadeira força de Sobekh, ele saiu pelo mundo para estudar o extraordinário.